A poupança é o melhor investimento para quem está começando, ou isso é mito?

Não devemos nos deixar levar pela comodidade quando o assunto é remunerar o capital, lembra especialista

Equipe InfoMoney

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 Texto de Gustavo Nobre Tapajós, planejador financeiro pessoal com certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros. Gustavo é sócio da Ação Investimentos.

A Poupança é, sem dúvidas, o investimento mais popular do Brasil e o escolhido pela maioria dos investidores para o primeiro passo. Isso se dá por alguns mitos e o principal deles é que ela é o investimento mais seguro e o mais rentável, pois não há cobrança de imposto de renda sobre o lucro. A facilidade para a transferência de recursos entre a conta corrente e a conta poupança, a ausência de custos nesse tipo de transação, a liquidez imediata que faz com que o investidor tenha rapidamente o dinheiro de volta também são pontos que facilitam e tornam prático esse tipo de investimento.

Porém, não devemos nos deixar levar pela comodidade quando o assunto é remunerar o capital. Então vamos entender como funciona a famosa caderneta.

Ao investir nesse ativo, você empresta seu dinheiro ao banco que, por sua vez, utiliza boa parte para financiamento habitacional. Em troca, você recebe mensalmente juros sobre esse valor. Com a nova regra da poupança, quando a SELIC é igual ou menor a 8,50% ao ano, a caderneta rende 70% dessa taxa mais a taxa referencial (TR), porém, quando a SELIC é maior que 8,50%, a poupança passa a render sempre 0,5% mais a taxa referencial (TR) ao mês e deixa de acompanhar a taxa básica de juros, portanto, quanto maior for a SELIC menor será a atratividade da poupança. Com a inflação em torno 6,3% ao ano e a poupança rendendo 6,7% ao ano, o rendimento real (descontando a inflação) é de apenas 0,4%.

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Com a taxa de juros em 11% a.a, há outros investimentos com liquidez diária, com riscos até menores que a poupança e pagando muito mais que a mesma, mesmo com a isenção de Imposto de renda, qualquer fundo DI rende em torno de 11% ao ano, se descontarmos a taxa de administração sobre o Patrimônio líquido em torno de 1% a.a. esse valor cai para aproximadamente 10% a.a. e deduzindo o IR médio de 20% sobre o lucro, o retorno líquido é de 8% a.a, bem acima do valor recebido pela poupança.

As primeiras reservas devem ser aplicadas em fundos com liquidez, como os fundos DI, pois algumas vezes podemos usar as mesmas em momentos emergenciais, porém, quando conseguimos acumular mais valores, deve-se começar a diversificar o portfólio e aplicar em ativos com prazos mais longos e com menor liquidez (seguras até o limite do FGC, de R$ 250 mil) como as LCIs e LCAs, que trazem um retorno próximos a 10,5% a.a. líquidos de IR ou as NTNBs (título público que remunera um percentual pré-fixado mais IPCA) e que preserva o poder de compra ao longo do tempo, deve-se ter atenção para comprar títulos que sejam carregados até o final do prazo, pois, apesar de ter liquidez, você pode ter perdas caso decida sair antes do prazo.

Com tantas opções, como as mencionadas acima, é muito difícil achar um motivo para alguém que se importa com seus investimentos continuar investindo na poupança.

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O texto reflete as opiniões do autor. O Infomoney não se responsabiliza pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

Gostou das explicações? Tem mais dúvidas sobre investimentos e planejamento financeiro? Mande um e-mail para o Gustavo: gtapajos@acaoi.com.br