Os fundos mais rentáveis de 2018 – e o que os gestores esperam para 2019

Gestores experientes conseguiram entregar retornos substanciais, aproveitando a volatilidade do mercado para surfar na ponta certa dos principais ativos.

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – 2018 foi um ano desafiador para o setor de fundos de investimentos. Se por um lado a captação aumentou – por conta da necessidade dos investidores em procurar alternativas mais rentáveis ao CDI -, o mercado também teve muitos altos e baixos pelas incertezas principalmente no campo político.
Ainda assim, gestores experientes conseguiram entregar retornos substanciais, aproveitando a volatilidade do mercado para surfar na ponta certa dos principais ativos.
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Entre os fundos multimercados, destaque para o Vista FIM, que rendeu 38,4% no ano passado. Para João Landau,  gestor responsável pelo fundo, 2018 foi um ano de “sobrevivência”, por conta das dificuldades em praticamente todos os mercados – inclusive globais.

Para 2019 ele enxerga um cenário internacional incerto, mas está confiante com o mercado doméstico. “As perspectivas parecem novamente desafiadoras. A redução de liquidez dos bancos centrais europeu e americano trazem incertezas do final de uma grande experiência monetária.

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Por outro lado o cenário brasileiro parece animador”, afirma. (veja no final da matéria todas as perspectivas do gestor)

Os fundos de ações trouxeram retornos ainda maiores no ano que passou, impulsionados pelo ânimo do mercado com a vitória de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais. No topo do ranking aparece o Hayp FIA, da Zenith Asset Management, que valorizou 62,6%. Em seguida vem o Kapitalo Tarkus FIA, que ganhou 46,8% em 2018.

Na parte de crédito privado o destaque ficou com o fundo Sparta Top, que valorizou 9,1% no ano passado. Segundo Ulisses Nehmi, gestor responsável pelo fundo, o Sparta Top tem um perfil conservador e investe em uma carteira diversificada de títulos de renda fixa de grandes empresas (debêntures e letras financeiras).

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“Embora com uma postura cautelosa, típica de quem trabalha com crédito, estamos animados com possibilidades de alocação para o ano que vem”, disse. 

O Sparta Top está disponível para investidores na plataforma XP, assim como a maioria dos fundos citados nas tabelas abaixo. Abra sua conta – é de graça!

Os fundos mais rentáveis:


Ações

Fundo Gestora Retorno em 2018 (%)
Hayp FIA Zenith Asset Management Ltda 62,6
Kapitalo Tarkus Fc FIA Kapitalo 46,8
Squadra Long Biased FI Cotas de FIA Squadra Investimentos 39,4
Az Quest Top Long Biased Fc FIA Az Quest Investimentos 38,8
Kondor Equities Institucional FIA Kondor Equities Adm e Gestora de Rec Fin 34,1
Alaska Black Institucional FIA Alaska Investimentos 32,4
Alaska Black FIC FIA Bdr Nivel I Alaska Investimentos 30,4
Moat Capital FIC FIA Moat Capital Gestao de Recursos Eireli 30,2
ARX Income FIA ARX Investimentos Ltda 29,5
Apex Infinity 8 Long Biased Fc FIA Apex Capital Ltda 28,8

 

Multimercados

Fundo Gestora Retorno em 2018 (%)
Vista Multiestrategia FI Mult L3 Gestora de Recursos Ltda. 38,4
CSHG Allocation Miles Acer Lb Fc FI Mult Credit Suisse Hedging Griffo Wm S.A. 33,6
Xp Long Biased 30 Fc FI Mult Xp Gestao de Recursos 30,3
Apex Long Biased Fc FI Mult Apex Capital Ltda 27,1
Fides Absoluto FI Mult Fides Asset 25,8
Versa Long Biased FI Mult Versa Gestora de Recursos Ltda 23,5
Safari Fc FI Mult II Safari Capital Gestao de Recursos Ltda 23,0
Polo Norte I Fc FI Mult Polo Capital Gest de Recursos 21,8
Bahia Am Long Biased Fc de FI Mult Bahia Am Renda Variavel 21,1
CSHG Ibov Ativo 70-130 FI Mult Credit Suisse Hedging Griffo Am Partners 19,8

Fundos de crédito (renda fixa)

Fundo Gestora Retorno em 2018 (%)
Sparta Deb Inc Fc FI RF Cred Priv Sparta 9,1
Iridium Pioneer Deb Inc FI RF Cred Priv Iridium Gestao de Recursos Ltda 8,2
BTG Pact Cre Cor I FICFI RF Cred Priv BTG Pactual 7,6
Ca Indosuez Vitesse FI RF Cred Priv Ca Indosuez Wealth (Brazil) S.A. Dtvm 7,6
Af Invest FI RF Cred Priv Geraes Af Invest Administracao de Recursos 7,5
Fator Debentures Inc FI RF Cred Priv Fator Adm 7,5
Butia Top Cred Priv FICFI RF Butia Gestao de Investimentos 7,4
Jgp Corporate Fc FI RF Cred Priv LP Jgp Gestao de Credito Ltda 7,4
Dlm Premium 30 FI RF Cred Priv LP Dlm Invista Admin de Recursos Ltda 7,3
Dlm Hedge Conserv II FI RF Cred Priv Dlm Invista Admin de Recursos Ltda 7,3

 

O que os gestores dos fundos mais rentáveis esperam para 2019:


Hegler Horta –  Kapitalo Tarkus

“O Tarkus é um fundo que pode ficar comprado entre 70% e 130% do seu patrimônio líquido. Ele também tem a possibilidade de ficar vendido em até 30% do patrimônio líquido. No mínimo, a gente espera ter uma posição líquida (comprada menos a vendida) de 70%.

Até 30 de novembro tivemos uma rentabilidade de 47% ante 17% do Ibovespa. Grande parte dessa performance veio de alguns casos específicos. Um deles foi Suzano. Tínhamos uma posição relativamente grande apostando na consolidação do setor –  o que acabou acontecendo quando a Suzano adquiriu a Fibria.

Também tínhamos uma posição comprada em Eletropaulo, que andou super bem no primeiro semestre. Ela fio colocada à venda pelo controlador, a AES. E foi adquirida em um leilão pela Enel, uma empresa italiana que pagou um preço bem acima do que a ação negociava em Bolsa.

Outra posição que foi muito bem foi Banrisul. Gostamos bastante do papel, achamos barato e com possibilidade de privatização em 2019.

Algumas posições short (vendidas) também contribuíram. As principais eram do setor de consumo básico, que sofreram bastante em 2018.

Em relação a 2019, estamos com a cabeça otimista para o mercado doméstico. O Brasil está passando por um cenário de inflação muito baixa e as empresas estão com uma capacidade ociosa elevada. Então temos capacidade de crescer sem gerar inflação ao longo dos próximos anos.

Os principais riscos que enxergamos vêm principalmente do cenário externo. O mundo está passando por uma desaceleração da atividade econômica que pode acabar prejudicando as economias emergentes

No Brasil a gente vê algum risco se o novo governo não aprovar as reformas – principalmente a da previdência. Achamos que para o cenário econômico otimista se concretizar é muito importante que tenhamos a aprovação da reforma da previdência.

Estamos focando principalmente em empresas estatais, que achamos que vão passar por processos total ou parcial de privatização. Temos ações de Petrobras, Banrisul e Cemig. E também gostamos de empresas voltadas a consumo discricionário, que têm alavancagem operacional. Então temos posição em Gerdau, Lojas Renner e Lojas Americanas.

João Landau – Vista Multiestratégia 

“O ano de 2018 foi de sobrevivência, uma vez que os ativos globais sofreram sequencialmente. Em 2019 as perspectivas parecem novamente desafiadoras. A redução de liquidez dos bancos centrais europeu e americano trazem incertezas do final de uma grande experiência monetária.

Por outro lado o cenário brasileiro parece animador. A economia brasileira mostrou enorme resiliência às turbulências eleitorais e parece pronta para um ciclo de crescimento econômico. A reforma da previdência, que provavelmente será aprovada ainda no primeiro semestre, vem se juntar às às reformas microeconômicas promovidas no governo Temer.

O fato de o Brasil estar iniciando um ciclo de crescimento, ao contrário do mundo, traz resiliência ao mercado frente ao desafio global, desde que o processo de reformas continue. 

No cenário externo estamos otimistas com o processo eleitoral argentino e pessimista com as perspectivas europeias”

Ulisses Nehmi – Sparta TOP

“O Sparta Top tem um perfil conservador, pós-fixado, e investe numa carteira muito diversificada de títulos de renda fixa de grandes empresas (debêntures e letras financeiras).

Embora com uma postura cautelosa, típica de quem trabalha com crédito, estamos animados com possibilidades de alocação para o ano que vem. Além de vermos um nível de confiança maior na economia, podemos destacar a mudança de postura do BNDES nos últimos anos.

O banco de desenvolvimento reduziu os subsídios e passou a focar no estímulo do mercado de capitais. Com isso, grandes empresas que até então tinham outras fontes de financiamento passaram a acessar (e com mais frequência) o mercado de capitais, captando por meio de debêntures. Isso se traduz em mais oportunidades d e investimento.

Além disso, o nível atual da taxa de juros (Selic) deixou os investidores de fundos baseados em títulos públicos e com taxas de administração elevadas bastante incomodados. Com isso, cresce a demanda por aplicações mais eficientes, como os fundos de crédito privado. Como consequência, esses fundos têm crescido bastante, o que elevou a liquidez do mercado secundário”

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Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip