Pós-greve: entenda as consequências políticas e econômicas e os impactos nos investimentos

Todas essas perguntas são respondidas em uma mesa redonda transmitida pelo InfoMoney TV  

Weruska Goeking

Publicidade

SÃO PAULO – Quais acontecimentos levaram à greve de 11 dia de caminhoneiros em maio e as consequências políticas, institucionais e econômicas? O que esperar dos próximos meses e os impactos que ainda recaem sobre os investimentos?

Todas essas perguntas são respondidas em uma mesa redonda transmitida pelo InfoMoney TV (player acima) com a participação do professor do InfoMoney, Alan Ghani, o economista Richard Rytenband e o especialista em direito tributário Alexandre Pacheco.

Greve de maio

A greve de 10 dias ocorrida em maio deve causar um impacto negativo de 0,45 ponto percentual sobre o PIB brasileiro, valor equivalente a cerca de R$ 30,5 bilhões, segundo estimativas da 4E Consultoria. 

Entre os dados já contabilizados, as perdas já superam os R$ 50 bilhões em 13 segmentos da economia, entre eles a indústria, pecuária e agricultura e distribuição de combustível.

A paralisação fez ainda com que a Petrobras passasse por fortes emoções nos últimos dias. Para acabar com a greve, um dos pedidos dos caminhoneiros era o diesel mais barato. O governo chegou a um desconto de R$ 0,46 na bomba. 

A diretoria executiva da estatal aprovou a adesão à primeira fase do programa de subvenção econômica ao preço do diesel, mas a interferência do governo na política de preços adotada em julho de 2017, na gestão de Pedro Parente e que acompanha os valores internacionais diários do petróleo decepcionou os acionistas que afundaram as ações da companhia. Durante a greve, o tombo nas ações foi de 25%.

O próprio Parente se mostrou contrariado com o acordo. O resultado foi seu pedido de demissão na última sexta-feira (1) após dois anos à frente da Petrobras, período em que bancou medidas impopulares para sanear as contas da petroleira. Sob sua gestão, a Petrobras enxugou em mais de 15 mil pessoas o corpo de funcionários e arrecadou mais de US$ 17 bilhões com a venda de ativos.

O executivo ainda costurou um acordo de US$ 2,95 bilhões para encerrar a ação coletiva movida por investidores nos Estados Unidos. Ao longo dos anos em que esteve no comando da petrolífera, Parente viu as ações preferenciais da Petrobras acumularem alta de 136,36% (com base no fechamento dos papéis em maio), enquanto as ordinárias subiram 118,19%. No mesmo período, o Ibovespa acumulou avanço de 58,35%.

A saída de Parente foi sentida pelos acionistas e as ações despencaram 15% no dia de sua demissão. Nessa situação caótica, diversos analistas tiraram a estatal de sua carteira recomendada, enquanto muitos investidores acreditam que a forte e rápida desvalorização dos papéis sinalizam um bom momento para compra na expectativa de dias melhores para Petrobras.

Outros espinhos seguem no caminho da estatal, como a notícia de que o governo vai começar a regular a periodicidade dos reajustes dos combustíveis, que até então era livre e chegava a mudanças diárias. A medida entrará em vigor em até 60 dias.

A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) anunciou, na noite de terça-feira (5), que iniciará uma consulta pública em 11 de junho para saber qual o período mínimo que refinarias e distribuidoras poderão reajustar os combustíveis. 

Quer aplicar seu dinheiro com a ajuda de assessores de investimentos? Clique aqui e abra sua conta na XP Investimentos