Brasil e Argentina terão mercado de capitais integrado até dezembro

 O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Luis Alberto Moreno, lembrou que os países latino-americanos têm pelo menos US$ 800 bilhões em fundos de pensão que são administrados ainda de forma deficiente

Weruska Goeking

Bandeira da Argentina (Shutterstock)

Publicidade

SÃO PAULO – Brasil e Argentina devem concretizar a integração de seu mercado de capitais até dezembro deste ano, antecipou Luiz Caputo, ministro argentino de Finanças, durante o Fórum de Investimentos Brasil 2018 nesta quarta-feira (30).

Caputo informou que uma recente lei aprovada pelo Congresso do parceiro brasileiro no Mercosul permite, a partir de agora, a integração financeira e de capitais da Argentina com os países da América Latina. Ele disse ainda que essa integração é resultado, entre outros aspectos, das reformas estruturais promovidas pelo governo do presidente Mauricio Macri, nos últimos dois anos, para atrair investimentos nacionais e de países da região, principalmente para energia e infraestrutura. 

O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Luis Alberto Moreno, lembrou que os países latino-americanos têm pelo menos US$ 800 bilhões em fundos de pensão que são administrados ainda de forma deficiente, razão pela qual a integração financeira e de capitais é necessária, urgente e fundamental, sem sua opinião.

Aula Gratuita

Os Princípios da Riqueza

Thiago Godoy, o Papai Financeiro, desvenda os segredos dos maiores investidores do mundo nesta aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Moreno ressaltou também que a região tem necessidade de investimentos de US$ 150 bilhões apenas em energia, o que abre amplas possibilidades para interessados no mercado latino.

Integração regional
O ministro de Planejamento, Desenvolvimento e Gestão do Brasil, Esteves Colnago, afirmou que a integração latino-americana deixa ainda muito a desejar. Ele lamentou a carência, por exemplo, de um banco de dados comum para projetos de infraestrutura que possam ser viabilizados sob o guarda-chuva do BNDES, BID e CAF, entre outras instituições financeiras de fomento e desenvolvimento. “Precisamos sair das palavras para as ações”, disse o ministro.

O presidente do BNDES, Dyogo Henrique de Oliveira, fez coro às críticas e apontou a que integração latino-americana não alcançou resultados semelhantes aos atingidos pelos países asiáticos. “A região está resumida [em sua maioria] apenas a uma classe média, ao contrário dos países asiáticos, onde se avançou significativamente e hoje contam com uma classe de alta renda”, afirmou. Para ele, a pergunta é por que a América Latina não conseguiu essa transição, para um estágio superior de renda.

Continua depois da publicidade

Na avaliação dele, isso se deve a políticas econômicas equivocadas e à fragilidade de sua infraestrutura. Oliveira chamou a atenção para a necessidade de se criar e ampliar fundos para projetos na região. Ele lembrou que o BNDES tem hoje uma carteira de US$ 6,5 bilhões em projetos de infraestrutura em alguns países latino-americanos, mas os considerou insuficientes. “Estamos perdendo oportunidades”, disse ele aos empresários.

Moreno, do BID, explicou que empresários e governantes precisam levar em conta que em 2030 a América latina terá uma população de 720 milhões de pessoas e se os países da região crescessem em média entre 2% e 3% a América latina chegaria a um PIB de US$ 8 trilhões. “O desafio é crescer a essas taxas. Por isso, precisamos levar a integração à prática, e não ficar apenas nas manchetes dos jornais”, criticou Moreno.

Quer investir em renda fixa sem pagar imposto de renda? Clique aqui e abra sua conta na XP Investimentos