Quer investir nos EUA? Especialistas listam vantagens e desafios de diferentes regiões

O InfoMoney conversou com especialistas e empreendedores para entender as regiões da Flórida, Califórnia e Nova Inglaterra

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – O investimento nos Estados Unidos por meio do visto EB-5 é um dos mais utilizados por brasileiros, que veem no programa a oportunidade de entrar no país, investir e conseguir o Green Card. Ariel Yaari, representante da Driftwood Acquisitons & Development na América Latinam, explica que muitos brasileiros com boa condição financeira estão se mudando para os EUA por meio do programa, uma vez que “é a forma mais rápida e fácil de chegar à cidadania norte-americana”.

O visto EB-5 consiste no investimento em centros regionais, como hospitais, escolas, etc., para gerar empregos e melhorar a economia em áreas de baixo desenvolvimento econômico e alto índice de desemprego. O valor mínimo é de US$ 500 mil, quantia que, segundo Yaari, funciona como um empréstimo para o governo e volta para o investidor após um período de 5 anos. “O valor precisa ser depositado integralmente, e volta com juros de até 0,5% ao ano”, diz. Ariel lembra que o valor de US$ 500 mil  permanecerá até o dia 28 de abril, quando o governo americano irá decidir se a quantia sofrerá ou não alteração.

Dentre as regiões mais visadas pelos investidores, a Flórida é a queridinha dos brasileiros. Léo Ickowicz, da Elite International Realty, conta que a principal vantagem do estado se encontra na proximidade territorial e cultural com o Brasil, esta última, devido ao idioma espanhol, muito presente na região. Além dos centros regionais, o estado também é marcado pela presença de investidores com visto L-1, utilizado por aqueles que querem abrir nos Estados Unidos, uma empresa ou franquia já existente em outro país.

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De acordo com Ickowicz, as franquias são muito comuns na Flórida, com contratos longos e retorno médio de 6 a 8% ao ano. Os valores de investimento variam de acordo com a franquia e podem chegar a US$ 1,5 milhão. “Brasileiros conseguem aplicar um valor mínimo de US$ 300 mil a US$ 400 mil, e investidores com visto europeu conseguem franquias por US$ 150 mil”, diz. Justamente por conta da grande quantidade de empresas, Léo conta que o desafio está na grande concorrência do mercado norte-americano: “A pessoa precisa estar bem preparada”.

O estado da Califórnia também é muito procurado por brasileiros, e oferece boas opções de investimento. “A Califórnia é o berço das principais empresas de tecnologia do mundo, o que acaba tornando a população mais ‘Open Mind’ no critério de aceitar novos produtos, tecnologias ou conceitos, definindo tendências mundiais”, conta Rafael Vaz, CEO da empresa Native Berries. Entre os maiores desafios, o empreendedor cita as altas taxas estaduais na Califórnia e os custos para estruturar a logística na região, uma vez que a grande concorrência “sobrecarrega distribuidores e consumidores por um produto com mais qualidade e diferenciais”.

Com relação à região da Nova Inglaterra, que compreende os estados de Connecticut, Maine, Massachusetts, Nova Hampshire, Rhode Island e Vermont, Pillar Desouza contou ao InfoMoney um pouco sobre sua experiência como proprietária da franquia “I Love Milkshake”, na cidade de Boston. “Escolhemos a região da Nova Inglaterra, porque de acordo com pesquisas secundárias é uma das regiões que tem o maior consumo do nosso produto no país; a economia é mais estável e o poder aquisitivo é maior. Também existe um tráfego muito grande de pessoas caminhando pelas ruas, o que impacta diretamente o nosso tipo de negócio”.

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Pillar conta que na região há muitas opções de investimentos ligadas às áreas de saúde, tecnologia, educação e também, no comércio e serviços. “No nosso caso, atuamos no ramo da alimentação, com lojas de 35 a 100 m2. O investimento varia entre US$ 150 mil a US$ 300 mil e funciona no sistema de licenciamento da marca. Auxiliamos na implantação da unidade, gestão e suprimento dos produtos envolvidos na operação”. A grande desvantagem da região, segundo ela, é o inverno que é mais severo e acarreta em uma queda do comércio em geral, atingindo principalmente as lojas de rua, visto que há uma diminuição considerável no tráfego de pessoas.

“A Nova Inglaterra e Califórnia são regiões muito procuradas por empresas de tecnologia, pesquisa e desenvolvimento. [Isso ocorre], por conta de serem ecossistemas indutores nestas áreas, com maior facilidade para desenvolver uma startup e alavancar recursos, no primeiro caso, e acesso a mão de obra altamente qualificada, oportunidade de transferência e captação de talentos, no segundo caso”, afirma Manuel Mendes, especialista em estratégia pela Universidade de Harvard.