Investidor de renda fixa demora 96 anos para dobrar poder de compra

Enquanto em 1999 o juro real era de 11,76%, este ano o juro real está em 0,72%

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – Durante muito tempo os investidores brasileiros conseguiram aumentar seu patrimônio de maneira significativa investindo em aplicações conservadoras de renda fixa. Mas com a queda de juros, a realidade passou a ser bem diferente. Um estudo do banco Opportunity aponta que, com os juros no patamar atual, quem aplica em investimentos de renda fixa atrelados à Selic leva muito mais tempo para dobrar o poder de compra do recurso investido.

Enquanto em 1999 eram necessários 6 anos para que isso acontecesse, e em 2003 eram preciso 7 anos, agora são necessários 96 anos tendo como base um  uma inflação de 5,4% ao ano e alíquota de imposto de renda de 15% a.a sobre o rendimento. O estudo levou em consideração uma aplicação com retorno igual à Selic – caso de um fundo DI, que normalmente oferece rentabilidades muito próximas da taxa básica.

A diferença é expressiva. Em 1999, ano em que foi adotado o regime de metas de inflação, o juro real (Selic descontada a inflação) era de 11,76% no Brasil. Em 2003, ano que marcou o início do governo Lula, a taxa retorno real estava em 9,74%. Já em 2012, o juro real está em 0,72%.

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“Os investidores brasileiros estavam acostumados com investimentos de renda fixa que remuneravam muito bem. Agora estamos com cenário bem diferente. A renda fixa rende pouco, ainda supera inflação, mas o ganho real é muito pequeno”, aponta o responsável pela área comercial do Opportunity, Christian Lenz.

Dentro deste cenário, a alternativa é diversificar o portfólio e aceitar correr mais riscos. “É natural que as pessoas passem a buscar alternativas de investimentos para conseguirem retorno. Por isso, aconselhamos àquele investidor que quer continuar com rendimentos atrativos a tomar mais risco nas aplicações”, aponta Lenz. Ao mesmo tempo, ele ressalta que aplicações mais arriscadas demandam um horizonte de tempo maior. “Quem investe em ações, por exemplo, não pode aplicar pensando em tirar o dinheiro em um prazo muito curto”, pontua.

Países desenvolvidos
O estudo lembra que em países desenvolvidos, como os Estados Unidos, onde os juros são baixos há muito mais tempo, a população já migrou para ativos de maior risco. “O mesmo deve acontecer no Brasil nos próximos anos”, diz o Opportunity.

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Segundo o levantamento, por aqui, apenas 9% dos recursos investidos em fundos estão em fundos de ações. Nos EUA, os fundos de ações representam 45% do total investido na indústria.

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip