Por “desempenho superior”, maior credor do mundo recomenda compra de títulos latino-americanos em moeda local

Títulos latino-americanos são destaque para o maior fundo de exchange negociado em bolsa

Bloomberg

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(Bloomberg) — Os investidores de títulos de países emergentes estão partindo para os mercados locais.

O maior fundo negociado em bolsa (exchange-traded fund ou ETF) da categoria dá uma ideia do movimento. O valor aplicado no VanEck Vectors JP Morgan Emerging Markets Local Currency Bond ETF cresceu mais de US$ 1,1 bilhão só neste ano, ou três vezes mais do que no mesmo período de 2017, quando as entradas chegaram a US$ 320 milhões.

Já o maior fundo que acompanha dívidas denominadas em dólares de países em desenvolvimento está prestes a registrar sua maior saída mensal. Os investidores retiraram mais de US$ 1,8 bilhão do iShares JP Morgan USD Emerging Markets Bond ETF, da BlackRock, em fevereiro, praticamente eliminando as fortes entradas observadas em janeiro.

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“Os valores iniciais são muito melhores nas dívidas negociadas no mercado local e denominadas em moedas locais”, explicou Pramol Dhawan, que ajuda a supervisionar US$ 42,6 bilhões em ativos de economias emergentes na Pacific Investment Management Co. (Pimco).

As taxas de retorno também favorecem títulos negociados localmente. O índice Bloomberg Barclays que acompanha títulos de mercados emergentes denominados em moeda local deu retorno de 1,99 por cento neste ano, enquanto o índice do JP Morgan que acompanha dívidas desses países denominadas em moeda forte recuou 2,68 por cento no período.

Estas são as opiniões de profissionais de Wall Street sobre o resto do ano:

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Dhawan, da Pimco:
* As dívidas em moeda local de países emergentes são uma “classe de ativos pouco comprada”.
* “A América Latina teve desempenho superior. Achamos que a região oferece muito valor.”
* “Ainda há espaço para o ciclo econômico proporcionar ventos favoráveis a investimentos no Brasil, Argentina e México”
* O ambiente para investimentos no México e o juro real positivo são atraentes para investidores de longo prazo.

Pablo Goldberg, gestor de ativos de mercados emergentes da BlackRock :
* “O dólar tem sido a âncora dos mercados locais em países emergentes, que acompanharam o recente tombo dos mercados globais com uma proteção bem maior. O dólar esteve muito fraco na primeira parte do ano. Isso explica algumas coisas.”
* “Se a economia global continuar bem, deve haver entrada de recursos nos mercados locais. Isso ajuda as moedas de países emergentes.”
* Ele espera taxas de retorno menores neste ano para todas as dívidas de nações emergentes, mas “ligeiramente maiores” nos mercados locais.
* Os investidores devem buscar oportunidades na Turquia, onde a negatividade já está embutida nos preços dos ativos, e também no Brasil.
* Há valor em operações de carry trade (na qual os investidores se aproveitam da diferença nas taxas de juros de diferentes países) na Argentina após a depreciação do peso.
* Ele tem preferência por países produtores de petróleo e espera que as commodities deem suporte às economias emergentes.

Versão em português: Patricia Xavier em Sao Paulo, pbernardino1@bloomberg.net.

Repórter da matéria original: William Mathis em N York, wmathis2@bloomberg.net.

Para entrar em contato com os editores responsáveis: Rita Nazareth, rnazareth@bloomberg.net, Alec D.B. McCabe

©2018 Bloomberg L.P.

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