Vou parar de trabalhar e viver de renda; onde deixar meu dinheiro investido?

Wladimir Cruz de Macedo Junior, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF, responde a pergunta de leitor do InfoMoney

Equipe InfoMoney

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Pergunta

Meu salário mensal gira em torno de R$ 4 mil e pretendo permanecer nesse emprego por mais 7 meses. Possuo R$ 500 mil aplicados num fundo de investimento em renda fixa com rentabilidade de 11,97% (últimos 12 meses) e taxa de administração de 0,5%, gerando rendimentos mensais em torno de R$ 4,3 mil. Possuo também R$ 115 mil de Previdência Privada que serão resgatados em 7 meses.

Dado o cenário, gostaria de saber:

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1- Considerando que pretendo viver de renda, realizando retiradas mensais de R$ 2 mil devo manter o capital aplicado no fundo atual ou há sugestões com rendimentos líquidos maiores?

2- Devo juntar o valor da Previdência Privada ao capital já investido no fundo de investimento?

3- Com retiradas de R$ 2 mil mensais, em quanto tempo eu atingiria R$ 1 milhão?

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Leitor: Ronaldo

Resposta de Wladimir Cruz de Macedo JuniorCFP, Planejador Financeiro Certificado pelo IBCPF

Primeiramente gostaria de parabenizá-lo pelo planejamento feito para o momento em que você diminuirá seu ritmo de trabalho. Agora temos que cuidar da melhor forma para que esse recurso trabalhe para você.

Hoje seu investimento em fundo de renda fixa tem um retorno de 11,97%a.a., porém grande parte dele se perde com a correção dos produtos pela inflação (IPCA), que tem previsão de fechamento de 9,25% em 2015, segundo o Relatório Focus de Mercado de 31/07.

Para essa parte do seu investimento (trataremos a previdência mais a frente) é importante você dividir sua reserva, mantendo parte com liquidez (disponível para os resgates mensais) e parte para um prazo maior, assim você conseguirá obter resultados mais interessantes além da inflação. Considerando o nosso momento econômico e seus objetivos, a minha recomendação é composta por Títulos Públicos, ou seja, você será credor do governo, que garante a recompra desses títulos.

Para atender seus resgates mensais, que começam em sete meses, a recomendação é alocar 20% da sua reserva em Tesouro Selic, título público que é remunerado pela taxa básica de juros, que hoje está em 14,15%a.a. (a meta fixada em reunião do COPOM é que está em 14,25%a.a.). Para os outros 80% você deve comprar Tesouro IPCA+ com vencimento em 2019, que corrige seu recurso pela inflação (IPCA) e te paga uma remuneração (7,19%a.a. em 07/08/2015). A recomendação é para que você fique com este segundo até seu vencimento, a venda antecipada pode gerar perdas. O investimento em Títulos do Tesouro possui um custo anual sobre o valor investido de 0,30% pagos à BM&F BOVESPA, mais a taxa de custódia paga à corretora (procure algo entre 0,10% e 0,30%a.a.).

Os ganhos auferidos com os títulos públicos são tributados da seguinte forma:

– Aplicações de até 180 dias: 22,5%;

– Aplicações de 181 a 360 dias 20%;

– Aplicações de 361 a 720 dias: 17,5%;

– Aplicações acima de 720 dias: 15%.

Já a reserva em previdência, por se tratar de um investimento sem come-cotas (tributação semestral dos fundos) e pela possibilidade de portabilidade entre instituições de previdência, não há a necessidade de resgatar o plano e antecipar imposto de renda. Você deve verificar qual a taxa de administração desse fundo (ideal que seja inferior a 1% a.a.) e se necessário transferir para outra instituição.

Outro ponto relevante é entender se ele está no regime progressivo de imposto de renda (imposto de 15% na fonte, além de ajuste a partir da sua renda bruta anual, podendo chegar a 27,5%), ou no regime regressivo, que após dez anos de permanência chega a 10%. Sendo o segundo o ideal para você, já que a reserva diversificada anteriormente é suficiente para cobrir seus resgates mensais.

Considerando sua reserva como um todo, R$500 mil (Fundo RF) + R$115 mil (Previdência), além dos resgates mensais de R$2 mil que iniciam em sete meses, se você os mantivesse com seu rendimento atual de 11,97%a.a. (0,95%a.m.), acumularia o seu um milhão de reais em 68 meses, com a recomendação acima o objetivo é diminuir esse prazo, porém não é prudente te dar um prazo, tendo em vista as alterações do mercado.

Vale ressaltar que o ideal é que você entre em contato com um planejador financeiro certificado pelo IBCPF para informações mais precisas.

Wladimir Cruz de Macedo Junior, é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

As respostas refletem as opiniões da autora. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

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