Tenho R$ 70 mil na poupança; quito financiamento ou aplico no Tesouro Direto?

Fabricio Cresciulo Tota, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF, responde a pergunta de leitora do InfoMoney

Equipe InfoMoney

Ilustração mostra mulher diante de contas a pagar

Publicidade

Pergunta
Tenho R$ 70 mil aplicados na poupança e um terreno financiado em mais 105 meses cujo saldo devedor é de R$ 35 mil. A incorporadora me oferece 5% de desconto na quitação e gostaria de saber se é um bom negocio quitar o terreno, se devo manter o dinheiro na poupança ou se a melhor saída seria aplicar no Tesouro Direto? 

Leitora: Maria

Resposta de Fabricio Cresciulo Tota,  CFP, Planejador Financeiro Certificado pelo IBCPF
Maria,

Aula Gratuita

Os Princípios da Riqueza

Thiago Godoy, o Papai Financeiro, desvenda os segredos dos maiores investidores do mundo nesta aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Para uma resposta mais completa ficou faltando um detalhe: a taxa de juros que você paga no financiamento do terreno. Mesmo assim, vou tentar ajudá-la.

A frieza dos números nos diz que devemos quitar o financiamento quando a taxa de juros que pagamos é superior à taxa de juros que recebemos do nosso investimento. Hoje seus recursos estão na poupança, que te dá um retorno aproximado de 8,75% ao ano, livre de impostos. Se o seu financiamento possui uma taxa maior que 8,75% ao ano, a resposta é clara: quite o financiamento. 

Esta regra simples, porém fria, pode sofrer adaptações dependendo das particularidades de cada um. Lembre-se que, caso quite o financiamento, terá sua aplicação reduzida praticamente à metade do valor original. Você diz que deve precisar dos recursos em um ano. Ter somente metade, mais os frutos da rentabilidade no período, é o suficiente? Muitas vezes o que faz sentido na matemática financeira não se aplica com tanta precisão em nossa vida prática.

Continua depois da publicidade

Você também pergunta sobre manter os recursos na poupança ou migrá-los para o Tesouro Direto. A poupança, mesmo sendo uma aplicação isenta de imposto de renda, tem tido remuneração bem abaixo dos títulos públicos. Se tomarmos como exemplo o Tesouro Selic, título pós-fixado indexado à taxa de juros básica da economia, mesmo após o imposto de renda ele remunera melhor do que a poupança. Enquanto na poupança você teria, em um ano, rentabilidade de 8,75%, neste título teria 11,34%, já considerando a incidência da alíquota de imposto de renda de 17,5%. Vale lembrar que hoje o Tesouro Direto possui liquidez diária, ou seja, você pode vender seus títulos a qualquer tempo e em um dia terá os recursos disponíveis em sua conta.

Assim, faço duas recomendações. A primeira é migrar seus investimentos da poupança para o Tesouro Direto. A diferença é bastante significativa. A segunda é comparar a sua rentabilidade com a sua taxa de financiamento, além de avaliar outros aspectos práticos para sentir-se segura em abrir mão de parte de sua carteira de investimentos, a fim de quitar o financiamento. Após esta avaliação tenho certeza que você tomará uma decisão madura e inteligente do ponto de vista financeiro.

Fabricio Cresciulo Tota, é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

Perguntas devem ser feitas por meio da plataforma Ganhe Mais. Cadastre-se gratuitamente e tire suas dúvidas com planejadores certificados e capacitados.