Tenho R$ 200 mil; pago o financiamento do imóvel ou invisto o dinheiro?

Antonino de Andrade Machado, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF, responde a pergunta de leitor do InfoMoney

Equipe InfoMoney

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Pergunta

Tenho R$ 200 mil aplicados na poupança e gostaria de aumentar meu rendimento, mas tenho um financiamento imobiliário com taxa de juros efetiva de 9,48% a.a., e com saldo devedor de R$ 170 mil reais. O que devo fazer? Quitar ou aplicar o dinheiro em algo mais rentável?

Lembrando que este apartamento financiado está locado e me rendendo R$ 1.800,00 mensais, além de eu não pagar o condomínio de R$ 360,00 e o IPTU de R$ 150,00 mensais.

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Leitor: Felipe

Resposta de Antonino de Andrade Machado, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF

Prezado Felipe, como vai?

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Sua pergunta é pertinente e certamente muitos outros leitores irão se identificar.

Observando somente a SELIC em 12,75% a.a e a taxa de juros efetiva de seu contrato de 9,48% a.a., você pode ter um parâmetro superficial para sua escolha, por isso alerto para alguns outros fatores que devem ser levados em consideração:

Um financiamento imobiliário possui outros custos além da taxa de juros, como taxas de administração e seguros, que variam em função da sua idade, valor da garantia e saldo devedor. Dessa forma, para tomar sua decisão, sugiro que antes de tudo verifique em seu contrato o custo efetivo total (CET) e o custo efetivo total com o seguro habitacional (CETSH), para que posteriormente, possa confrontar com mais segurança às suas opções de investimento.

Se sua dúvida é puramente do ponto de vista financeiro, opte por liquidar a dívida do imóvel caso o custo dele seja maior que o retorno de seu investimento. Por outro lado, liquidar seu financiamento pode significar imobilizar seu recurso. Assim, vale a pena ponderar questões como liquidez, reserva de capital e formação de patrimônio. Isto é muito pessoal e tenho certeza que saberá o que é mais importante para você.

Caso opte por diversificar seus investimentos, considere os títulos pós-fixados como Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), Letras Financeiras do Tesouro (LFT) e Fundos de Renda Fixa com baixa taxa de administração – em especial Crédito Privado, que acompanharão a escalada de taxas de juros. Caso tenha interesse por renda mensal, a exemplo de seu aluguel, pesquise sobre Fundos Imobiliários, que costumam ter suas cotas desvalorizadas em momentos como este e possuem rendimentos isentos de Imposto de Renda para Pessoas Físicas. No entanto, é importante observar que caso sua Caderneta de Poupança tenha depósitos anteriores a 03 de maio de 2012 e decida por sacá-los, você perderá a garantia de remuneração 6%a.a. + TR, independente do nível da taxa SELIC, como é a regra atual. Hoje pode soar irrelevante, mas vale lembrar que há menos de dois anos, com a SELIC em 7,25%a.a., isso valia ouro.

Forte abraço,

Antonino de Andrade Machado é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

Perguntas devem ser feitas no formulário http://www.infomoney.com.br/onde-investir/infomoney-responde-formulario-pergunta