Tenho R$ 100 mil disponíveis e sou bastante conservador; onde investir?

Sinara Polycarpo Figueiredo, CFP, planejadora financeira certificada pelo IBCPF, responde a pergunta de leitor do InfoMoney

Equipe InfoMoney

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Pergunta

Tenho 28 anos e uma disponibilidade para investimento de R$ 100 mil para o médio e o longo prazo. Leio bastante sobre investimentos, mas sou muito conservador ou seja tenho receio de tirar meu dinheiro da poupança e investir em CDB e Tesouro Direto e bolsa.

Poderiam me auxiliar quais os melhores investimentos para eu aplicar esse montante e ter ótimos rendimentos e talvez uma corretora segura e com baixa taxa de administração.

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Leitor: Renato

Resposta de Sinara Polycarpo Figueiredo, CFP, planejadora financeira certificada pelo IBCPF

Caro Renato,

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Estamos em um período de juros elevados na economia, a 11,25% ao ano, bastante desfavoráveis ás aplicações em poupança, que rendem em torno de 7% ao ano. Portanto você deve pesquisar alternativas mais rentáveis, pois a poupança apenas protege seu poder de compra ficando levemente acima da inflação medida pelo IPCA.

O CDB é uma opção bastante acessível e simples para você dar esse primeiro passo de sair da poupança. É normalmente cotado a uma taxa pós-fixada, referenciada ao CDI (Certificado de depósito interbancário) que reflete as taxas negociadas em transações financeiras entre bancos. Ou seja, aplicar em um CDB a 95% do CDI, por exemplo, significa que você está alcançando 95% das taxas obtidas pelos grandes bancos. Esse percentual varia de acordo com o valor investido.

Os rendimentos do CDB há incidência de IR conforme o prazo investido:

– até 6 meses: alíquota de 22,5% sobre o rendimento;

– entre 6 meses e 1 ano: 20%;

– entre 1 e 2 anos: 17,5%;

– acima de 2 anos: 15%.

Considerando CDI a 10,8% ao ano, confira as rentabilidades líquidas de aplicações em CDB conforme taxa e prazo.

Observe que mesmo a uma taxa de 92% do CDI, sob a alíquota mais elevada, de 22,5%, já se obtém retorno acima da Poupança. Assim, pesquise as taxas no seu banco que, se não estiverem acima de 90% do CDI, negocie ou procure outras instituições.

As alternativas que você pode verificar junto a seu banco são a LCI (Letra de Crédito Imobiliário), parecida com o CDB, porém com isenção de IR para pessoas físicas e com limitações de liquidez, e Fundos DI que não devem cobrar taxa de administração superior a 0,7% ao ano.

Vale lembrar que ao investir em CDB ou LCI você empresta seus recursos ao banco, que serão emprestados a milhares de clientes através de operações de crédito. Portanto, a solidez da instituição é importante avaliar. Ainda assim, esses produtos contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito responsável por ressarcir os clientes credores em caso de falência do banco, para valores até R$ 250 Mil por CPF.

Estando com esses recursos melhor investidos, e antes de dar outros passos, sugiro fazer uma boa reflexão sobre seus objetivos futuros e organizar os recursos.

1) defina sua reserva de emergência, aquela que o deixará confortável para qualquer imprevisto. Recomenda-se uma quantia equivalente a seis vezes os gastos mensais, mas essa regra talvez não sirva para quem já tem a garantia do FGTS, por exemplo, ou para um autônomo que poderá ficar muitos meses sem gerar renda.

2) reflita sobre o seu futuro. É recomendável construir uma reserva financeira para que a uma determinada idade você possa ter liberdade de escolha (dar a volta ao mundo, empreender, parar de trabalhar, morar em outro país). Lembre-se que o brasileiro está vivendo mais e, viver bem dependerá de saúde física, mental e financeira.

Por exemplo, suponha que você queira total liberdade de escolha aos 60 anos de idade, e que isso lhe custe obter R$ 2 Milhões em patrimônio que possa ser convertido em dinheiro. Considerando juros reais de 2% ao ano, você tem que guardar cerca de R$ 45 Mil por ano para obter R$ 2 milhões aos 60 anos.

Construir esse planejamento com valores, prazos, retorno esperado, é fundamental.

Com um planejamento claro, vale a pena procurar duas ou três corretoras de valores, que podem ou não estar coligadas a grandes conglomerados financeiros. A BMF&Bovespa possui uma página com orientações referentes á essa escolha: http://www.bmfbovespa.com.br/pt-br/intros/intro-corretoras.aspx?idioma=pt-br.

Uma vez selecionada a corretora, faça um cadastro, converse com um especialista ou planejador financeiro, e comece a pesquisar opções para uma carteira de investimentos mais completa: títulos públicos atrelados ao IPCA (Tesouro Direto), ETFs (cotas de fundos que refletem um composto de ações, que pode ser de consumo, de setor imobiliário, de dividendos, etc), Ações, títulos privados com incentivos fiscais (debêntures incentivadas ou CRIs), etc.

Em suma, sua segurança estará em um planejamento bem feito, pois as decisões serão pautadas com base nos objetivos e prazos traçados por você.

Sinara Polycarpo Figueiredo é planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

Perguntas devem ser feitas no formulário http://www.infomoney.com.br/onde-investir/infomoney-responde-formulario-pergunta