Tenho mais de R$ 1 milhão em imóveis; devo vender tudo e investir em LCI?

Izabela Muzzi Campolina de Oliveira, CFP, planejadora financeira certificada pelo IBCPF, responde a pergunta de leitor do InfoMoney

Equipe InfoMoney

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Pergunta

Hoje tenho um patrimônio avaliado em R$ 1.400.000, todos investidos em imóveis. Como sabemos que a situação atual do mercado de imóveis não está nada boa, com preços caindo e uma oferta de imóveis muito alta em diversas capitais brasileiras eu gostaria de saber o que poderia fazer para ganhar com dividendos mensalmente e quanto eu poderia receber ao mês.

Pensei em vender tudo e aplicar em LCI, que é mais segura. Sei que não é cobrado IR e taxa de administração e que o FGC garante até 250 mil por CPF. É uma boa?

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Leitor: Fábio

Resposta de Izabela Muzzi Campolina de Oliveira, CFP, planejadora financeira certificada pelo IBCPF

Em primeiro lugar, parabéns pelo patrimônio até então acumulado, certamente será primordial para a manutenção de sua qualidade de vida no futuro. Igualmente louvável é a sua preocupação em manter uma avaliação periódica para se promover adequações e aperfeiçoamento dos instrumentos utilizados na busca da potencialização dos resultados. A concentração de investimentos em uma única classe de ativos não é aconselhada por causar uma exposição excessiva ao risco que em alguns casos pode comprometer todo o esforço dispensado na acumulação.

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Em especial, o investimento em imóveis, por muitos considerado conservador, agrega risco ainda maior por ser de muito baixa liquidez. Na avaliação do resultado de uma aplicação em imóveis se deve considerar ainda o alto custo tributário, despesas com manutenção, depreciação, risco de inadimplência, custos associados à compra e venda e administração, além do risco dos imóveis ficarem algum tempo sem locação. Por isso aconselhamos de um modo geral que as aplicações em imóveis não excedam o percentual de 30% do patrimônio. Sugerimos sim um movimento em direção a outros instrumentos de renda fixa, respeitando seu perfil conservador, mas que a transição seja feita com parcimônia para não se incorrer no risco de uma alienação abaixo do preço de mercado em função da urgência. Aos poucos se pode aplicar em LCI, mas seria interessante diversificar um pouco mais incluindo LCA, e até mesmo CDB e Tesouro Direto. Assim seria possível possuir papéis indexados aos mais diversos índices, tais como IGPM, IPCA, INPC além do CDI.

Esses investimentos são oferecidos com remuneração pré, pós e um mix de pré e pós-fixadas, em uma boa diversificação de indicadores e liquidez. Recomendável também a diversificação entre instituições financeiras a fim de se respeitar o limite de garantia do FGC. É possível encontrar com tranquilidade no mercado rentabilidades entre 80 e 110% do CDI e desde que se construa um mix que promova a diversificação, mas com atenção à liquidez, pois rentabilidades maiores geralmente são trocadas por redução de liquidez.

Por fim, apesar de poucas informações a respeito de seu perfil e objetivos, uma boa sugestão para complementar seu portfólio seria a inclusão de um plano de previdência privada, em especial um VGBL, mesmo que não seja utilizado no futuro para aquisição de renda. O objetivo aqui seria alocar algo em torno de 20 a 30% do patrimônio nesse instrumento de longo prazo aproveitando a vantagem do benefício fiscal. Bons investimentos!

Izabela Muzzi Campolina de Oliveira é planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

Perguntas devem ser encaminhadas para onde_investir@infomoney.com.br