Quais as melhores aplicações para investir R$ 10 mil?

Alexandre Augusto Fernandes Neves, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF, respondeu a pergunta feita pelo leitor Daniel Leite

Equipe InfoMoney

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Pergunta:

Tenho 23 anos, sou estudante, e desde cedo me preocupo em economizar para o futuro. Atualmente eu já tenho uma quantia considerável na poupança, porém estava pensando em investir R$ 10.000 em um fundo que rendesse um pouco mais do que a caderneta, com um risco médio para baixo. A intenção seria investir no prazo máximo de 2 anos e que tivesse a facilidade de saída, já que é possível que eu necessite desse dinheiro nesse tempo.

Fiz algumas simulações entre CDB, Poupança, LCI e um Fundo de Renda Fixa do banco e ao descontar os tributos desses investimentos, a diferença líquida para a poupança no final de seis meses, 1 ano e 2 anos é mínima.

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O LCI apresenta a vantagem de ser isento de IR, porém o Banco do Brasil não informa qual a rentabilidade do LCI em relação ao CDI. Também tenho receio de investir no LCI com a perspectiva de “bolha” no mercado imobiliário. Qual seria a consequência de investir no LCI caso a bolha estore?

Outra opção seria o NTB do Tesouro Direito, porém a opção foi desconsiderada visto que o vencimento é 5 anos, para 2019. É muito tempo para mim que esse dinheiro fique “preso”.

A dúvida é: Nesse contexto a melhor opção seria deixar o dinheiro na poupança ou investir em outro fundo? Qual seria esse outro investimento?

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Leitor: Daniel Leite

Resposta de Alexandre Augusto Fernandes Neves, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF:

Antes de tudo gostaria de dar os meus sinceros parabéns a você, pois o mais importante você já tem: a consciência de investir para o futuro. Começando cedo você tem a vida toda pela frente para fazer o tempo trabalhar a seu favor, multiplicando os recursos investidos. Mantenha a sua disciplina de poupar. Costumo dizer que investir é como fazer exercícios físicos para manter a saúde: é melhor fazer sempre e de forma disciplinada do que fazer muito e desordenadamente – tenha certeza disso!

A sua dúvida principal, se entendi corretamente, é como investir melhor R$ 10.000,00 que estão na caderneta de poupança.

Ao se realizar um investimento – como muito do que fazemos em nossas vidas – é importante ter um objetivo claro: se é uma reserva de emergência, se irá utilizar o dinheiro para pagar uma pós-graduação por exemplo, ou ainda para formar um patrimônio para a sua aposentadoria. Ter um objetivo definido nos ajuda a escolher melhor o tipo de investimento, ajustando as carcaterísticas de risco x retorno, liquidez, tributação, etc.

Por exemplo, se tomarmos como base a teoria do Ciclo de Vida de Franco Modigliani e Albert Ando*, considerando a sua idade (23 anos), e portanto o fato de que você está no incío da sua vida produtiva e geração de renda, se o objetivo fosse para aposentadoria a recomendação seria de um investimento com maior grau de risco que pudesse buscar elevados retornos no longo prazo e, se possível, que também aproveitasse algum benefício fiscal, como um plano de previdência do tipo balanceado.

Entretanto, não é o caso, pois outra importante indicação que você dá é que o seu horizonte de investimento é de apenas 2 anos e que poderá precisar dos recursos neste prazo por algum motivo. Neste caso a recomendação muda drasticamente! Vamos então analisar as opções que você menciona: poupança, CDB, LCI, fundo de Renda Fixa e NTN-B, analisando suas diferenças relativas a 1) risco x retorno, 2) liquidez e 3) tributação.

Caderneta de Poupança:

De fato você tem razão para estar incomodado com o resultado da caderneta de poupança. Mesmo sem ter imposto de renda, seu rendimento (definido por lei) no atual patamar de juros é de TR + 0,5%a.m.; tendo em vista que estamos em um cenário macroeconômico de inflação mais pressionada, é bem possível que nos próximos 2 anos o rendimento dos seus R$ 10.000,00 em poupança não superem a variação do IPCA. Acho a caderneta de poupança interessante para quem está começando a investir, com pequenos valores, mas no seu caso acredito que podemos fazer melhor.

CADERNETA DE POUPANÇA
1) Risco x Retorno Risco realmente baixíssimo, mas retornos igualmente modestos – fixados por lei.

2) Liquidez É possível efetuar resgates a qualquer momento mas para ter direito ao rendimento do mês é preciso observar a data de aniversário.

3) Tributação Não há incidência de qualquer imposto.

CADERNETA DE POUPANÇA

1) Risco x Retorno

Risco realmente baixíssimo, mas retornos igualmente modestos – fixados por lei.

2) Liquidez

É possível efetuar resgates a qualquer momento mas para ter direito ao  rendimento do mês é preciso observar a data de aniversário.

3) Tributação

Não há incidência de qualquer imposto.

CDB (Certificado de Depósito Bancário):

Daniel, não ficou claro de que tipo de CDB você se refre, se CDB-DI (pós-fixado) ou se CDB-Pré (pré-fixado), os dois tipos mais comuns.

A remuneração do CDB-DI irá acompanhar o nível da taxa básica de juros, definida pelo COPOM (Comitê de Política Monetária), se subir seu rendimento será maior, se cair seu rendimento será menor mas sempre positivo. Não há o chamado “risco de mercado”: oscilações nos preços de ativos financeiros (neste caso juros) que possam trazer perdas para o seu investimento, diferente de ações por exemplo. A remuneração é diária (não existe data de aniversário como na poupança), e em geral a liquidez também é diária (embora possa existir CDB-DI sem liquidez com melhores taxas). A título de curiosidade, esta característica do CDB-DI é mais uma “jaboticaba basileira”, em larga escala só existe aqui, muitíssimo raro (para não dizer inexistente) em outros países.

Já o CDB-Pré tem a sua remuneração definida no momento da aplicação, por isso “pré-fixado”. Entretanto isso somente é verdade se você não resgatar antes do prazo final, mantendo o valor investido até a data do vencimento acordado com o banco. Por mais estranho que pareça, diferente do CDB-DI, nesta modalidade há sim risco de mercado, pois dependendo do movimento da taxa de juros no mercado, existe a possibilidade de perdas se o valor for resgatado antes do vencimento. Portanto em geral, existe liquidez diária, mas não é recomendado o resgate antes do prazo.

Além das condições de mercado, três fatores em geral pesam sobre a remuneração de um CDB:

1) Valor investido: quanto maior mais alta será a taxa oferecida pelos bancos.

2) Prazo: quanto mais longo também melhor será a remuneração.

3) Spread Bancário: é a remuneração do banco. Em geral está associada ao risco de crédito do emissor e sua capacidade de atrair investidores. Grandes bancos com menor risco de crédito (possibilidade de falir e não pagar) em geral pagam menos seus CDBs do que bancos pequenos, que possuem maior vulnerabilidade, logo maior risco de crédito.

Com relação ao risco de crédito, o governo juntamente com os bancos criaram uma proteção para correntistas e investidores: o FGC (Fundo Garantidor de Crédito). O CDB (assim como a caderneta de poupança) possui esta garantia. Se o banco emissor do CDB falir, o FGC garante até R$ 250.000,00 por CPF naquela instituição. Dessa forma podemos ficar tranquilos quanto ao seu valor investido Daniel, no caso R$ 10.000,00.

Os rendimentos de um CDB estão sujeitos a IOF nos 30 primeiros dias e imposto de renda na fonte conforme tabela regressiva abaixo:

Prazo de Permanência

(dias corridos)

Alíquota de IR

0 a 180 

22,50% 

181 a 360 

20,00% 

361 a 720 

17,50% 

721 ou mais 

15,00% 

Especificamente no seu caso Daniel, em que você precisará dos recursos em até 2 anos, o CDB-DI pode ser uma boa opção. Para que seja mais vantajoso que a caderneta de poupança, é importante que você negocie com seu banco uma remuneração bastante atrativa, ou então busque CDBs de outros bancos. É possível encontrar na internet várias opções de CDBs de instituições menores, com boa remuneração e que, a despeito do risco de crédito maior, contam com a garantia do FGC conforme mencionado.

Outro ponto muito importante é tentar manter os recursos aplicados o maior tempo possível, no caso os 2 anos que você menciona, para que seus rendimentos sejam tribuatos pela menor alíquota, de 15%. Recomendo que você não aplique em CDB-Pré devido o risco de mercado associado ao fato de que você poderá precisar do recurso em até 2 anos.

 

CDB-DI

CDB-Pré

1) Risco x Retorno

Risco de Crédito dependendo do banco emissor.

Retorno negociado dependendo do banco, valor investido e prazo. Acompanha o nível da taxa básica de juros.

Risco de crédito. Garantia do FGC.

Risco de Mercado, dependendo das oscilações da taxa de juros de mercado.

Retorno negociado dependendo do banco, valor investido e prazo. Fixado no momento da contratação.

2) Liquidez

Diária.

Diária, mas não é recomendado o resgate antes do prazo.

3) Tributação

IOF e IR tabela regressiva de 22,5% até 15%.

IOF e IR tabela regressiva de 22,5% até 15%.

CDB-DI CDB-Pré

1) Risco x Retorno Risco de Crédito dependendo do banco emissor.

Retorno negociado dependendo do banco, valor investido e prazo. Acompanha o nível da taxa básica de juros. Risco de crédito. Garantia do FGC.

Risco de Mercado, dependendo das oscilações da taxa de juros de mercado.

Retorno negociado dependendo do banco, valor investido e prazo. Fixado no momento da contratação.

2) Liquidez Diária. Diária, mas não é recomendado o resgate antes do prazo.

3) Tributação IOF e IR tabela regressiva de 22,5% até 15%. IOF e IR tabela regressiva de 22,5% até 15%.

LCI (Letra de Crédito Imobiliário):

Daniel, acredito que entendo a sua dificuldade em obter a rentabilidade da LCI em seu banco. O que pode ocorrer é que, para um banco emitir LCI para seus investidores, é necessário que ele observe regras e limites bastante rígidos referentes a sua carteira de crédito imobiliário. Assim, a disponibilidade deste tipo de investimento fica mais restrito, variando de banco para banco. Por ser um investimento mais escasso, muitos bancos preferem oferecer esta alternativa para aplicações de valores mais altos.

O rendimento da LCI, assim como o CDB-DI, é pós-fixado, acompanhando a taxa básica de juros, porém com uma grande vantagem: não há incidência nem de IR e nem de IOF. Dessa forma, a rentabilidade da LCI fica bastante atrativa, sendo muito procurada por grandes investidores. Em contra partida, via de regra não há liquidez na LCI, sendo emita por prazos que variam de 60 dias a 2 anos dependendo da instituição.

Assim como o CDB-DI, o maior risco da LCI é o risco de crédito. Entretanto, também como o CDB, a LCI conta com a garantia de até R$ 250.000,00 do FGC em caso de falência da instituição emissora.

Por fim, um breve comentário sobre bolha imobiliária conforme você questiona Daniel. Acredito que a elevação nos preços dos imóveis nos últimos anos no Brasil traz consigo a lembrança da crise de 2008, intimamente relacionada com as hipotecas nos EUA, e isto cria a sensação de bolha imobiliária. A despeito da valorização dos imóveis, não parece haver a formação de uma bolha no mercado imobiliário brasileiro nos moldes em que ocorreu na economia americana. Além disso, a situação dos bancos no Brasil é bastante diferente daquela em que se envontravam os bancos nos EUA, que estavam demasiadamente alavancados (maior risco). Finalmente, a LCI é um investimento absolutamente diferente dos CDOs americanos (Collateralized Debt Obligation), tipo de investimento estruturado com derivativos que foram em parte grandes responsáveis pela crise de 2008.

A LCI poderia ser uma boa opção para o seu investimento Daniel, se você puder manter os recursos investidos pelo prazo mínimo emitido. Entretanto não será nada fácil você encontrar uma LCI para R$ 10.000,00.

LCI

1) Risco x Retorno

Risco de Crédito. Garantia do FGC.

Retorno negociado dependendo do banco, valor investido e prazo. Acompanha o nível da taxa básica de juros.

2) Liquidez

Em sua grande maioria, não há liquidez. Prazos variam de 60 dias a 2 anos.

3) Tributação

Não há incidência de qualquer imposto, o que torna sua rentabilidade bastante atrativa.

LCI

1) Risco x Retorno Risco de Crédito. Garantia do FGC.

Retorno negociado dependendo do banco, valor investido e prazo. Acompanha o nível da taxa básica de juros.

2) Liquidez Em sua grande maioria, não há liquidez. Prazos variam de 60 dias a 2 anos.

3) Tributação Não há incidência de qualquer imposto, o que torna sua rentabilidade bastante atrativa.

Fundo de Renda Fixa:

Gosto muito dos fundos de investimento, pois neste tipo de aplicação o investidor conta com uma equipe profissional para fazer a gestão dos seus recursos. Todavia, como disse no início, é importante analisar as alternativas de investimento à luz do objetivo proposto.

Pelo que compreendi, você irá utilizar os recursos em até 2 anos, assim é preciso tomar cuidado com o tipo de investimento. Há uma infinidade de fundos de renda fixa, que podem ter uma grande variedade de estratégias e serem bem diversificados em sua composição. Isto faz com que possam existir fundos que, embora classificados como renda fixa, trazem riscos de mercado, podendo inclusive apresentar rentabilidade negativa. Por isso é preciso ter cuidado se a opção for por um fundo de renda fixa, buscando entender em detalhe sua política de investimento e analisar a sua consistência de resultados.

Adicionalmente ao risco potencial, outro fator importante é que os fundos cobram taxa de administração, que é a remuneração do gestor (análogo ao spread no CDB). A questão é que, quanto maior o valor aplicado menor é a taxa de administração, e vice-versa. Para um valor de R$ 10.000,00 os fundos de renda fixa disponíveis em geral cobram elevadas taxas, o que os torna pouco atrativos; lembrando que além da taxa de administração ainda temos que descontar do rendimento o IR.

Se o seu objetivo fosse diversificar os investimentos, com um prazo maior, certamente um fundo de investimento poderia ser uma boa alternativa, como um fundo multimercado por exemplo. Já para o objetivo e valor atual, um fundo de renda fixa deve ser muito bem analisado. Se for o caso, existem corretoras e assets independentes que oferecem uma grande variedade de fundos. Vale uma boa pesquisa na internet.

FUNDO DE RENDA FIXA

1) Risco x Retorno Depende muito da estratégia de investimento do fundo, podendo ter maior ou menor risco de mercado, e consequente objetivo de rentabilidade.

2) Liquidez Varia muito de fundo para fundo, mas em geral os fundos de renda fixa apresentam possibilidade de resgates diários.

3) Tributação IOF e IR tabela regressiva de 22,5% até 15%.

FUNDO DE RENDA FIXA

1) Risco x Retorno

Depende muito da estratégia de investimento do fundo, podendo ter maior ou menor risco de mercado, e consequente objetivo de rentabilidade.

2) Liquidez

Varia muito de fundo para fundo, mas em geral os fundos de renda fixa apresentam possibilidade de resgates diários.

3) Tributação

IOF e IR tabela regressiva de 22,5% até 15%.

NTN-B (Nota do Tesouro Nacional série B):

Esta é outra boa alternativa de investimento, mas que não está alinhada ao seu objetivo Daniel. A NTN do tipo B, que rende IPCA + juros, pode ser um excelente investimento para prazos mais longos, diversificação, e em especial quando se pensa em formação de patrimônio para aposentadoria, pois para este objetivo é muito importante ter os recursos protegidos da inflação.

Para aplicar diretamente em títulos do governo, como a NTN-B, você precisa acessar o Tesouro Direto, geralmente por meio de algum home broker. Entretanto é preciso escolher o tipo, o vencimento, e verificar qual o nível de remuneração. Por exemplo, a NTN-B principal com vencimento em Agosto/2024 estava cotada perto do final de janeiro deste ano em cerca de IPCA+7,0%a.a., o mesmo título no final de maio estava em torno de IPCA+6,0%a.a., uma grande diferença.

NTN-B

1) Risco x Retorno Protege contra a inflação no longo prazo, mas apresenta risco de mercado no curto prazo.

2) Liquidez A compra de títulos pode ser feita todos os dias, mas as vendas somente as quartas-feiras.

3) Tributação IR tabela regressiva de 22,5% até 15%.

NTN-B

1) Risco x Retorno

Protege contra a inflação no longo prazo, mas apresenta risco de mercado no curto prazo.

2) Liquidez

A compra de títulos pode ser feita todos os dias, mas as vendas somente as quartas-feiras.

3) Tributação

IR tabela regressiva de 22,5% até 15%.

Conclusão:

Conforme comentei no início, é fundamental ter em mente o objetivo do investimento, para que se possa escolher a melhor opção, alinhando as diversas características como risco x retorno, liquidez e tributação.

Dependendo do objetivo, prazo e valores disponíveis, pode-se compor uma carteira com diferentes alternativas de investimento, que são complementares entre si e auxiliam para otimizar os resultados desejados.

Em seu caso Daniel, cujo objetivo específico é aplicar R$ 10.000,00 para utilizar em até 2 anos e que estão atualmente em caderneta de poupança, vejo 2 opções:

1) Principalmante buscar um CDB-DI (pós-fixado) com boa rentabilidade e tentar manter o investimento pelo máximo prazo possível (2 anos) devido ao IR, sabendo que se precisar você tem liquidez diária.

2) Alternativamente, se você conseguir manter os recursos aplicados por prazos de 6 meses, 1 ou 2 anos sem resgatar, pode tentar encontrar uma LCI que aceite uma aplicação de R$ 10.000,00 – o que não será nada fácil.

Finalmente, espero que você mantenha a sua postura de investir sempre e com disciplina. Parabéns mais uma vez. Lembre-se entretanto de evitar exageros: poupe, mas viva também; encontre o seu equilíbrio! Afinal, como dizia Ghandi, “não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho.”.

Alexandre Augusto Fernandes Neves é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

Perguntas devem ser encaminhadas para onde_investir@infomoney.com.br

Prezado Hildebrand, 

Pouco a pouco é possível ver mudanças significativas no perfil de investimento dos brasileiros. Percebemos, por exemplo, o crescimento do numero de jovens que estão disponibilizando parte de sua renda para se planejar financeiramente para a sua aposentadoria. É um movimento que tende a crescer cada vez mais ao longo dos próximos anos, especialmente com a educação financeira em curso em nossa sociedade. 

 Sua iniciativa é digna de receber elogios e servir de exemplo a outros tantos… 

 Como seu planejamento para esse investimento tem um horizonte de 15 anos algumas observações importantes devem ser feitas. Em uma simulação com um investimento inicial de R$ 10.000 e aplicações regulares de R$ 500, com uma rentabilidade anual de 10%, atingiremos após 15 anos um capital de R$ 242.583, sem considerar a inflação no período. Com esse capital investido é possível viver com uma renda de aproximadamente R$ 2 mil/mês, complementando a sua aposentadoria. No entanto, a pergunta magica é como atingir essa rentabilidade para um baixo risco no investimento. 

 Com as informações presentes não é possível identificar qual o seu perfil de investidor, onde seria possível identificar o quanto de risco você esta propenso a aceitar em sua carteira de investimentos (para saber o seu perfil de investidor é aconselhável buscar sua instituição financeira e responder ao questionário “Suitability”). No entanto, podemos considerar que você segue o padrão brasileiro de conservadorismo em seus investimentos, bastante carregado de “renda fixa” , mas propenso a conhecer novos produtos para pequenos investimentos. 

 Sugiro, para você superar a rentabilidade apresentada na simulação, que divida seu patrimônio em 2 partes. 

 A primeira parte é separar R$ 5 mil inicial e 80% de suas aplicações regulares para um fundo de renda fixa com credito privado que supere consistentemente 100% do CDI. Muitos fundos conseguem superar esse benchmark, e possuem aplicações inicias bastante acessíveis. Prefira esse investimento as NTN-Bs e a sua aplicação em imóveis. 

 Para os outros R$ 5 mil iniciais, e 20 % de suas aplicações mensais (R$100,00), podemos ser um pouco mais arrojados, buscando atingir uma rentabilidade superior do que a renda fixa. Como sua disponibilidade atual é pequena para ser investida diretamente em ações (coma na sua atual carteira de ações de Vale e Itau), uma excelente alternativa são os fundos de ações. 

 Os fundos de ações são, para a grande maioria dos investidores, a melhor alternativa para seus investimentos em renda variável. Apresentam vantagens como liquidez, diversificação e uma gestão profissionalizadas dos seus investimentos. Com ele você estará bem atendido para atingir sua meta de longo prazo na aposentadoria. Procure gestoras com comprovada competência em sua equipe de analise, e fundos de ações que sejam considerados “Ibovespa ativo”, com a intenção de superar o bechmark. Prefira esses as ações propriamente ditas. 

 E lembre-se: o resultado do seu sucesso financeiro também depende de você!