Minha empresa parou de contribuir com minha previdência; vale a pena manter?

Alexander Rocha, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF, responde a pergunta de leitor do InfoMoney

Equipe InfoMoney

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Pergunta:

Logo que fui admitido, minha empresa ofereceu o plano de previdência multipatrocinado – descontava mensalmente 5% dos meus vencimentos e ela colocava metade (2,5%). Porém a fase de empresa não está boa. Desde dezembro ela parou de depositar sua parte e deu a opção aos funcionários de retirar ou não o valor já depositado (a retirada pode acontecer em até 9 meses).

Gostaria de saber se devo retirar e investir em outro plano. Tenho 25 anos e não tenho patrimônio. Para mim, acho que mais vantajoso seria a previdência VGBL, correto? Ou deixo como está? Sei que a previdência é até uma boa por que desconta em folha e eu não posso mexer mesmo que seja tentado a isso em tese. Minha duvida é saber se vale a pena ou não, meu plano atual rende mais que a poupança por exemplo ou por um VBGL? Devo ter R$ 3 mil lá.

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Fora isso, meu salario aumentou, e acho que ate o fim do ano consigo juntar cerca de R$ 5 mil para investir, qual é a tendência de investimento para o cenário? Tesouro Direto? Ações? CDB?

Leitor: Rodolfo

Resposta de Alexander Rocha, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF:

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Rodolfo,

Você nos traz aqui muitas perguntas… Vou tentar encaixá-las em três tópicos:

1º) Fundo Multipatrocinado: A empresa patrocinadora, em razão de dificuldades financeiras, deixou de pagar sua parte no plano e oferece aos funcionários a opção de sacar os recursos. ”…gostaria de saber se devo retirar e investir em outro plano”. “…O fundo está rendendo ou não”?

Vejamos alguns pontos:

• De forma geral, sem conhecer todos os detalhes do seu plano (empresa administradora, condições contratuais e outros riscos, por exemplo), posso afirmar que os fundos multipatrocinados, oferecidos como um benefício do empregador ao empregado, possuem uma condição de custo (por exemplo taxa de carregamento/taxa de administração) que dificilmente esta disponível no mercado ao pequeno investidor;

• A opção de resgate, no seu caso específico (levando em conta sua idade e ascendência profissional), deve ser evitada. Você precisará avaliar as condições de permanência no plano, se forem favoráveis: continue com o plano e mantenha as suas contribuições regularmente.

• Não sendo favoráveis: você deverá encontrar um outro plano de previdência. Sua entidade de classe/sindicato certamente oferece um plano de previdência mais em conta que o mercado. Importante: procure efetuar a PORTABILIDADE do plano e não o resgate. Desta forma você não terá que pagar imposto de renda;

• Você também questiona a rentabilidade do plano… Como não tenho os dados deste plano especifico não consigo efetuar qualquer comparação com o desempenho de outros produtos do mercado. Sugiro que entre em contato com a administradora do seu plano, ela poderá te fornecer os dados de rentabilidade e eventuais comparações de desempenho com o mercado.

2º) qual plano eu escolho? PGBL x VGBL. “acho que mais vantajoso seria a previdência modo VGBL, correto?”

• Quando tratamos da escolha entre um PGBL e VGBL o importante é saber quando usar cada um dos planos. O fato de ser um PGBL ou VGBL não determina o sucesso do seu investimento. Importante que você entenda que todos os planos de previdência possuem ativos investidos em um fundo (ações, títulos públicos e títulos privados) cujo desempenho determinará a rentabilidade do seu plano. Outro ponto: quando optar por um plano, você também escolherá o perfil de risco do fundo mais adequado aos seus objetivos;

• A diferença fundamental entre o PGBL e o VGBL é o tratamento tributário.

o O PGBL (plano gerador de benefícios livres) deve ser considerado como opção quando a contribuição de imposto de renda na modalidade completa se apresentar mais vantajosa que a simplificada. Optando pelo PGBL você poderá separar até 12% da renda bruta anual no plano de previdência, diminuindo o imposto de renda a pagar na declaração (podendo até restituir algo);

o O VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livre) já não possui esta característica de “liberar” um pedaço do imposto de renda recolhido na fonte. A tributação do VGBL será feita sobre o ganho de capital lá no dia do resgate.

3º) “Consigo juntar uns 5 mil para investir, com a tendência de investimento para o cenário? Tesouro Direto? Ações? CDB?”

• O cenário econômico seguirá conturbado durante um bom tempo. O país seguirá apresentando um baixo crescimento (PIB) e alta inflação. Desta forma observaremos a manutenção da taxa de juros (SELIC) em patamares relativamente altos.

• Os produtos que poderão se beneficiar são aqueles que se baseiam nessa estrutura de taxas de juros (títulos públicos e cdb, por exemplo);

• O mercado acionário seguirá com alta volatilidade e muito dependente de boas notícias. Veja que isto também gera oportunidade: dado que os preços dos ativos estão relativamente baratos, uma janela se abre para os investidores que estão visando o longo prazo.

Aproveite as oportunidades, adie ao máximo a compra do carro e continue firme no seu propósito da construção do patrimônio.

Espero ter ajudado.

Alexander Rocha é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para onde_investir@infomoney.com.br

Prezado Hildebrand, 

Pouco a pouco é possível ver mudanças significativas no perfil de investimento dos brasileiros. Percebemos, por exemplo, o crescimento do numero de jovens que estão disponibilizando parte de sua renda para se planejar financeiramente para a sua aposentadoria. É um movimento que tende a crescer cada vez mais ao longo dos próximos anos, especialmente com a educação financeira em curso em nossa sociedade. 

 Sua iniciativa é digna de receber elogios e servir de exemplo a outros tantos… 

 Como seu planejamento para esse investimento tem um horizonte de 15 anos algumas observações importantes devem ser feitas. Em uma simulação com um investimento inicial de R$ 10.000 e aplicações regulares de R$ 500, com uma rentabilidade anual de 10%, atingiremos após 15 anos um capital de R$ 242.583, sem considerar a inflação no período. Com esse capital investido é possível viver com uma renda de aproximadamente R$ 2 mil/mês, complementando a sua aposentadoria. No entanto, a pergunta magica é como atingir essa rentabilidade para um baixo risco no investimento. 

 Com as informações presentes não é possível identificar qual o seu perfil de investidor, onde seria possível identificar o quanto de risco você esta propenso a aceitar em sua carteira de investimentos (para saber o seu perfil de investidor é aconselhável buscar sua instituição financeira e responder ao questionário “Suitability”). No entanto, podemos considerar que você segue o padrão brasileiro de conservadorismo em seus investimentos, bastante carregado de “renda fixa” , mas propenso a conhecer novos produtos para pequenos investimentos. 

 Sugiro, para você superar a rentabilidade apresentada na simulação, que divida seu patrimônio em 2 partes. 

 A primeira parte é separar R$ 5 mil inicial e 80% de suas aplicações regulares para um fundo de renda fixa com credito privado que supere consistentemente 100% do CDI. Muitos fundos conseguem superar esse benchmark, e possuem aplicações inicias bastante acessíveis. Prefira esse investimento as NTN-Bs e a sua aplicação em imóveis. 

 Para os outros R$ 5 mil iniciais, e 20 % de suas aplicações mensais (R$100,00), podemos ser um pouco mais arrojados, buscando atingir uma rentabilidade superior do que a renda fixa. Como sua disponibilidade atual é pequena para ser investida diretamente em ações (coma na sua atual carteira de ações de Vale e Itau), uma excelente alternativa são os fundos de ações. 

 Os fundos de ações são, para a grande maioria dos investidores, a melhor alternativa para seus investimentos em renda variável. Apresentam vantagens como liquidez, diversificação e uma gestão profissionalizadas dos seus investimentos. Com ele você estará bem atendido para atingir sua meta de longo prazo na aposentadoria. Procure gestoras com comprovada competência em sua equipe de analise, e fundos de ações que sejam considerados “Ibovespa ativo”, com a intenção de superar o bechmark. Prefira esses as ações propriamente ditas. 

 E lembre-se: o resultado do seu sucesso financeiro também depende de você! 

 *Fabiano Pessanha, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF