Tenho um VGBL que só cai; devo me preocupar ou continuo investindo?

Rodrigo Vazquez, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF, responde a pergunta de leitor do InfoMoney

Equipe InfoMoney

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Pergunta:

Tenho um investimento em VGBL cujo indexador é o IMA-B 5+, sua rentabilidade está negativa, só ano passado, caiu 22,03%. Em janeiro desse ano, caiu mais 3,95%.

O valor que tenho investido nesse plano é para longo prazo, ou seja, não preciso dispor do montante nesse momento. Será que mantenho este investimento mesmo com estas perdas ou melhor trocar de indexador para um retorno melhor no futuro?

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Sou tolerante a risco pois também invisto em renda variável, mas esse índice IMA-B 5+ me preocupa. Será que um dia reverte?

Leitor: José

Resposta de Rodrigo Vazquez, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF:

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Caro José Mauro,

A sua preocupação com relação ao desempenho do VGBL é muito importante, e apesar de sua tolerância a risco ser muito clara, o importante é analisar seu momento de vida e se a diversificação de seus ativos financeiros esta adequada ao sei perfil de investidor.

Em primeiro lugar é preciso entender o que é o indexador IMA B5 + e o porquê de seu comportamento negativo no ultimo ano.

O IMA (Índice de Mercado Anbima), mede a rentabilidade de uma carteira teórica de títulos públicos federais, elaborada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O índice é composto por um índice geral (chamado “IMA-Geral”), que é calculado pela média ponderada de outros sub-índices (IMA-B, IMA-C, IRF-M e IMA-S).

O IMA-B – Composto por títulos do tipo NTN-B, cuja rentabilidade é calculada a partir de juros prefixados mais correção pelo IPCA. Sendo que o IMA – B5+ considera apenas títulos com vencimentos acima de 5 Anos.

Com o inicio do ciclo de alta da taxa SELIC pelo COPOM em meados de 2013 e que ainda esta em andamento, os títulos que são pré-fixados (LTN) ou que possuem remuneração pré-fixada e correção pela inflação (NTN-B) acabam sofrendo uma desvalorização no mercado, principalmente os de vencimento mais longo.

A reversão deste cenário acontecerá quando o mercado tiver sinais claros de que a SELIC voltará a ceder. Enquanto isso, teremos muita volatilidade no índice IMA B5+.

É preciso analisar junto com o administrador do seu VGBL, quais as opções de fundos disponíveis, verificar a taxa de administração cobrada. Alguns administradores de Planos de Previdência, preocupados com esta volatilidade, recentemente lançaram alguns fundos de renda com papeis de prazo mais curtos, mitigando a volatilidade. Também é possível investir em fundos que possuem renda fixa e renda variável.

Uma das vantagens de planos de previdência (VGBL e PGBL) é a possibilidade de rebalanceamento dos investimentos, sem a necessidade de efetivar resgate, a mudança de um fundo para outro não é tributada pelo imposto de renda. O fato gerador da tributação é o resgate.

A diversificação é necessária para reduzir os riscos associados a seus investimentos, pense também em preservação de capital para não perder aquilo que vai sendo conquistado. É importante analisar seus objetivos e revisar sua carteira de investimentos periodicamente, principalmente para investimentos cujo o objetivo seja de longo prazo.

Rodrigo Vazquez é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para onde_investir@infomoney.com.br

Prezado Hildebrand, 

Pouco a pouco é possível ver mudanças significativas no perfil de investimento dos brasileiros. Percebemos, por exemplo, o crescimento do numero de jovens que estão disponibilizando parte de sua renda para se planejar financeiramente para a sua aposentadoria. É um movimento que tende a crescer cada vez mais ao longo dos próximos anos, especialmente com a educação financeira em curso em nossa sociedade. 

 Sua iniciativa é digna de receber elogios e servir de exemplo a outros tantos… 

 Como seu planejamento para esse investimento tem um horizonte de 15 anos algumas observações importantes devem ser feitas. Em uma simulação com um investimento inicial de R$ 10.000 e aplicações regulares de R$ 500, com uma rentabilidade anual de 10%, atingiremos após 15 anos um capital de R$ 242.583, sem considerar a inflação no período. Com esse capital investido é possível viver com uma renda de aproximadamente R$ 2 mil/mês, complementando a sua aposentadoria. No entanto, a pergunta magica é como atingir essa rentabilidade para um baixo risco no investimento. 

 Com as informações presentes não é possível identificar qual o seu perfil de investidor, onde seria possível identificar o quanto de risco você esta propenso a aceitar em sua carteira de investimentos (para saber o seu perfil de investidor é aconselhável buscar sua instituição financeira e responder ao questionário “Suitability”). No entanto, podemos considerar que você segue o padrão brasileiro de conservadorismo em seus investimentos, bastante carregado de “renda fixa” , mas propenso a conhecer novos produtos para pequenos investimentos. 

 Sugiro, para você superar a rentabilidade apresentada na simulação, que divida seu patrimônio em 2 partes. 

 A primeira parte é separar R$ 5 mil inicial e 80% de suas aplicações regulares para um fundo de renda fixa com credito privado que supere consistentemente 100% do CDI. Muitos fundos conseguem superar esse benchmark, e possuem aplicações inicias bastante acessíveis. Prefira esse investimento as NTN-Bs e a sua aplicação em imóveis. 

 Para os outros R$ 5 mil iniciais, e 20 % de suas aplicações mensais (R$100,00), podemos ser um pouco mais arrojados, buscando atingir uma rentabilidade superior do que a renda fixa. Como sua disponibilidade atual é pequena para ser investida diretamente em ações (coma na sua atual carteira de ações de Vale e Itau), uma excelente alternativa são os fundos de ações. 

 Os fundos de ações são, para a grande maioria dos investidores, a melhor alternativa para seus investimentos em renda variável. Apresentam vantagens como liquidez, diversificação e uma gestão profissionalizadas dos seus investimentos. Com ele você estará bem atendido para atingir sua meta de longo prazo na aposentadoria. Procure gestoras com comprovada competência em sua equipe de analise, e fundos de ações que sejam considerados “Ibovespa ativo”, com a intenção de superar o bechmark. Prefira esses as ações propriamente ditas. 

 E lembre-se: o resultado do seu sucesso financeiro também depende de você! 

 *Fabiano Pessanha, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF