Aplicar na poupança para pagar financiamento imobiliário é a melhor estratégia?

Fábio Crosara, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF, responde a pergunta de leitor do InfoMoney

Equipe InfoMoney

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Pergunta:

Acabei de me casar e eu e minha esposa guardamos aproximadamente R$ 1 mil por mês. Colocamos essa quantia na poupança para aos poucos abatermos algumas prestações do apartamento que compramos. Ainda temos mais 29 anos até a quitação do imóvel.

Na análise de vocês qual é a melhor estratégia a ser seguida? Mantenho minhas aplicações na poupança e de tempos em tempos amortizo a divida? Procuro novas formas de aplicação? Ou paro de aplicar o dinheiro e passo a amortizar as prestações todo mês?

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Leitor: Marcelo

Resposta de Fábio Crosara, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF:

Olá Marcelo, primeiramente te parabenizo pela conquista do seu imóvel e, principalmente, pela sua preocupação em quitar o mais rápido possível o financiamento, pois este é um ponto que muita gente negligencia.

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Sobre aplicação para pagamentos esporádicos ou amortização mês a mês, sugiro que faça a aplicação mensal, pois as taxas de juros cobradas em financiamentos imobiliários de longo prazo normalmente são bem inferiores às encontradas em aplicações estruturadas, mas evite a Caderneta de Poupança, a rentabilidade é péssima, pior que qualquer outro produto de mesmo risco e muitas vezes perde até para a inflação.

Como seu investimento é de longo prazo, o ideal seria um fundo de Renda Variável como um FIA (Fundo de Investimento em Ações), pois para períodos como o mencionado o ganho normalmente é imbatível.

Fique de olho em 2 pontos, primeiro qual a Taxa de Administração cobrada, têm instituições cobrando 4% ou mais de taxa e isso pode comprometer sua rentabilidade e o resultado do investimento. Outro ponto é o tipo de fundo, temos basicamente três tipos:

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1) os Fundos Passivos que apenas acompanham o Ibovespa ou alguma empresa específica (normalmente Petrobrás ou Vale) que quase não geram vantagem sobre a aplicação direta e ainda te cobram para fazer isso;

2) os FIC (Fundos de Investimento em Cotas) que apenas compram cotas de outros fundos e por isso a Taxa de Administração deve ser somada à dos fundos que ele aporta;

3) os Fundos Ativos que, por se tratarem de gestão profissional que tenta superar o “mercado”, acredito ser o tipo ideal para sua necessidade e praticamente todas as instituições têm este tipo de produto.

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Além disso, a Renda Variável te gera outra vantagem, como você não tem data certa para a amortização da dívida, você pode fazer seus resgates exatamente em momentos de grande valorização das suas cotas e potencializar ainda mais seu resultado, reduzindo significativamente o tempo de financiamento ou o valor da parcela futura.

É sempre bom lembrar que rendimento passado não é garantia de ganho futuro, então é mais importante saber o tipo de produto que está comprando que o ganho em períodos anteriores.

Sucesso nesta empreitada e caso tenha mais alguma dúvida, estaremos à disposição.

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Fábio Crosara é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para onde_investir@infomoney.com.br

Prezado Hildebrand, 

Pouco a pouco é possível ver mudanças significativas no perfil de investimento dos brasileiros. Percebemos, por exemplo, o crescimento do numero de jovens que estão disponibilizando parte de sua renda para se planejar financeiramente para a sua aposentadoria. É um movimento que tende a crescer cada vez mais ao longo dos próximos anos, especialmente com a educação financeira em curso em nossa sociedade. 

 Sua iniciativa é digna de receber elogios e servir de exemplo a outros tantos… 

 Como seu planejamento para esse investimento tem um horizonte de 15 anos algumas observações importantes devem ser feitas. Em uma simulação com um investimento inicial de R$ 10.000 e aplicações regulares de R$ 500, com uma rentabilidade anual de 10%, atingiremos após 15 anos um capital de R$ 242.583, sem considerar a inflação no período. Com esse capital investido é possível viver com uma renda de aproximadamente R$ 2 mil/mês, complementando a sua aposentadoria. No entanto, a pergunta magica é como atingir essa rentabilidade para um baixo risco no investimento. 

 Com as informações presentes não é possível identificar qual o seu perfil de investidor, onde seria possível identificar o quanto de risco você esta propenso a aceitar em sua carteira de investimentos (para saber o seu perfil de investidor é aconselhável buscar sua instituição financeira e responder ao questionário “Suitability”). No entanto, podemos considerar que você segue o padrão brasileiro de conservadorismo em seus investimentos, bastante carregado de “renda fixa” , mas propenso a conhecer novos produtos para pequenos investimentos. 

 Sugiro, para você superar a rentabilidade apresentada na simulação, que divida seu patrimônio em 2 partes. 

 A primeira parte é separar R$ 5 mil inicial e 80% de suas aplicações regulares para um fundo de renda fixa com credito privado que supere consistentemente 100% do CDI. Muitos fundos conseguem superar esse benchmark, e possuem aplicações inicias bastante acessíveis. Prefira esse investimento as NTN-Bs e a sua aplicação em imóveis. 

 Para os outros R$ 5 mil iniciais, e 20 % de suas aplicações mensais (R$100,00), podemos ser um pouco mais arrojados, buscando atingir uma rentabilidade superior do que a renda fixa. Como sua disponibilidade atual é pequena para ser investida diretamente em ações (coma na sua atual carteira de ações de Vale e Itau), uma excelente alternativa são os fundos de ações. 

 Os fundos de ações são, para a grande maioria dos investidores, a melhor alternativa para seus investimentos em renda variável. Apresentam vantagens como liquidez, diversificação e uma gestão profissionalizadas dos seus investimentos. Com ele você estará bem atendido para atingir sua meta de longo prazo na aposentadoria. Procure gestoras com comprovada competência em sua equipe de analise, e fundos de ações que sejam considerados “Ibovespa ativo”, com a intenção de superar o bechmark. Prefira esses as ações propriamente ditas. 

 E lembre-se: o resultado do seu sucesso financeiro também depende de você! 

 *Fabiano Pessanha, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF