Tenho 4 planos de previdência para mim e meus filhos; é o melhor investimento?

Cláudio Akira, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF, responde a pergunta de leitor do InfoMoney

Equipe InfoMoney

Portrait of smiling family

Publicidade

Pergunta:

Invisto mensalmente R$ 400 em 4 planos de previdência (R$ 100 em cada). Um dos planos é para mim e os outros 3 para os meus filhos. Cito isto, pois para eles meu plano é de resgatar por volta de 2027.

Dos planos, 3 deles são PGBL e o mais recente é um VGBL.Tenho por volta de R$ 3.000 em cada plano PGBL e no VGBL como é mais recente uma quantia R$ 200. Este é o melhor investimento?

Aula Gratuita

Os Princípios da Riqueza

Thiago Godoy, o Papai Financeiro, desvenda os segredos dos maiores investidores do mundo nesta aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Leitor: Valmir

Resposta de Cláudio Akira, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF:

Caro Valmir,

Continua depois da publicidade

Imagino que o seu objetivo ao investir em previdência privada seja formar uma poupança para custear os gastos com a educação universitária de seus filhos ou mesmo adquirir um bem no futuro para eles (montar um consultório, dar entrada num imóvel, etc.). Para uma resposta mais completa, precisaríamos analisar quais os fundos que você está aplicando, suas rentabilidades e taxas cobradas (administração, entrada, saída e carregamento) e, o mais importante, analisar o seu perfil de investidor. O mercado de previdência tem se desenvolvido muito nos últimos anos e, certamente, há diversos produtos, de diferentes seguradoras e gestoras, que irão preencher exatamente as suas necessidades.

Para simplificar, vamos ater-nos à questão fiscal dos planos de previdência, que é o que gera mais dúvidas na hora da escolha. Qual dos planos vale mais a pena, o “P” ou o “V”? Bem, os planos PGBL são indicados para os investidores que fazem a declaração de IR no modelo completo, onde os valores depositados podem ser deduzidos da base de cálculo do IR, em até 12% da renda bruta anual. Há outros dois requisitos importantes, que muitas vezes são esquecidos na hora de fazermos o plano: o investidor tem que ser contribuinte ou pensionista do INSS e também ter renda tributável. Se você cumpriu estes requisitos e está fazendo o ajuste fiscal na sua declaração de IR anual para obter o benefício, usando o extrato enviado pela seguradora, então, você está no caminho certo!

Dessa forma, no momento, o plano VGBL não seria o mais indicado para você. Digo “no momento” pois cabe lembrar que, para efeito da dedução fiscal no IR, é necessário que você declare seus filhos como seus dependentes econômicos. Mas isso só vale até eles completarem 16 anos. A partir dos 16 anos, não se torna mais interessante contribuir via PGBL, pois não há mais o benefício do diferimento fiscal. Assim, quando cada um de seus filhos completar esta idade, passe a fazer a contribuição para eles em outro plano, agora num VGBL.

Gostaria de tocar em outra questão importante, que pode fazer muita diferença lá na frente: o regime de tributação. Suponho que seus filhos sejam pequenos e que, até 2027, data em que planeja fazer o resgate, ter-se-ão passados 10 anos ou mais. Se for este o caso, opte pelo tributação regressiva. Nela, as alíquotas começam em 35% e vão caindo de dois em dois anos, até atingir a alíquota mínima de 10%.

Caso você faça a declaração de IR no modelo simplificado, o mais indicado do ponto de vista fiscal seriam os planos VGBL. Se for isso, converse com o seu planejador financeiro, gerente do banco ou da seguradora para analisar de que modo você pode corrigir a rota dos seus investimentos. Como estamos pensando no longo prazo, no seu futuro e de seus filhos, vale a pena fazer um esforço de análise agora, para colocar o barco no caminho certo para o seu destino!

Cláudio Akira é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para onde_investir@infomoney.com.br

Prezado Hildebrand, 

Pouco a pouco é possível ver mudanças significativas no perfil de investimento dos brasileiros. Percebemos, por exemplo, o crescimento do numero de jovens que estão disponibilizando parte de sua renda para se planejar financeiramente para a sua aposentadoria. É um movimento que tende a crescer cada vez mais ao longo dos próximos anos, especialmente com a educação financeira em curso em nossa sociedade. 

 Sua iniciativa é digna de receber elogios e servir de exemplo a outros tantos… 

 Como seu planejamento para esse investimento tem um horizonte de 15 anos algumas observações importantes devem ser feitas. Em uma simulação com um investimento inicial de R$ 10.000 e aplicações regulares de R$ 500, com uma rentabilidade anual de 10%, atingiremos após 15 anos um capital de R$ 242.583, sem considerar a inflação no período. Com esse capital investido é possível viver com uma renda de aproximadamente R$ 2 mil/mês, complementando a sua aposentadoria. No entanto, a pergunta magica é como atingir essa rentabilidade para um baixo risco no investimento. 

 Com as informações presentes não é possível identificar qual o seu perfil de investidor, onde seria possível identificar o quanto de risco você esta propenso a aceitar em sua carteira de investimentos (para saber o seu perfil de investidor é aconselhável buscar sua instituição financeira e responder ao questionário “Suitability”). No entanto, podemos considerar que você segue o padrão brasileiro de conservadorismo em seus investimentos, bastante carregado de “renda fixa” , mas propenso a conhecer novos produtos para pequenos investimentos. 

 Sugiro, para você superar a rentabilidade apresentada na simulação, que divida seu patrimônio em 2 partes. 

 A primeira parte é separar R$ 5 mil inicial e 80% de suas aplicações regulares para um fundo de renda fixa com credito privado que supere consistentemente 100% do CDI. Muitos fundos conseguem superar esse benchmark, e possuem aplicações inicias bastante acessíveis. Prefira esse investimento as NTN-Bs e a sua aplicação em imóveis. 

 Para os outros R$ 5 mil iniciais, e 20 % de suas aplicações mensais (R$100,00), podemos ser um pouco mais arrojados, buscando atingir uma rentabilidade superior do que a renda fixa. Como sua disponibilidade atual é pequena para ser investida diretamente em ações (coma na sua atual carteira de ações de Vale e Itau), uma excelente alternativa são os fundos de ações. 

 Os fundos de ações são, para a grande maioria dos investidores, a melhor alternativa para seus investimentos em renda variável. Apresentam vantagens como liquidez, diversificação e uma gestão profissionalizadas dos seus investimentos. Com ele você estará bem atendido para atingir sua meta de longo prazo na aposentadoria. Procure gestoras com comprovada competência em sua equipe de analise, e fundos de ações que sejam considerados “Ibovespa ativo”, com a intenção de superar o bechmark. Prefira esses as ações propriamente ditas. 

 E lembre-se: o resultado do seu sucesso financeiro também depende de você! 

 *Fabiano Pessanha, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF