Ações da Petrobras ou títulos de inflação; o que é melhor para o longo prazo?

Marco Aurélio Barbosa, analista de mercado certificado (CNPI), responde dúvida de leitor

Equipe InfoMoney

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Pergunta:
Tenho R$ 8 mil na poupança e consigo fazer aportes de R$ 1.000 por mês. Tenho 22 anos e estaria preocupado em retirar este dinheiro apenas com 35 ou 40 anos. Estou observando a queda das ações da Petrobras (PETR4) e também me interesso pelo Tesouro Direto. Gostaria de saber se vale a pena investir nas ações da estatal ou então aplicar em uma NTN-B longa e conservar o dinheiro até 2035, quando vence o prazo da NTN-B Principal.

Leitor: Matheus

Marco Aurélio Barbosa, analista de mercado, CNPI:

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Caro Matheus,

Realmente no curto prazo a queda das ações da Petrobras, a qual você se refere, tem se fundamentado basicamente: (i) na baixa produção de petróleo; (ii) defasagem dos preços de combustíveis; e (iii) forte presença do estado nas decisões estratégicas da companhia, além de questões conjunturais que fogem de nosso escopo específico de Petrobras. Olhando para o longo prazo (daqui 15 ou 18 anos) os dois primeiros pontos supracitados devem apresentar melhoras, sobretudo a produção. Contudo, a presença do Estado deve continuar se verificando.

Ainda assim, encontramos grande potencial nos negócios da Petrobras e entendemos que a companhia tende a “engrenar” assim que apresentar crescimento produtivo sustentável. Quando isso deve ocorrer? A partir de 2015. Atualmente nosso preço- alvo para Petrobras é de R$ 17,40. Tal preço – alvo corresponde à um potencial de valorização de 22,96%. Em outras palavras, trazendo o fluxo de caixa esperado para a Petrobras nos próximos anos à valor presente, entendemos que a companhia deveria estar valendo R$ 17,40 em bolsa. O fechamento de sexta feira foi de R$ 14,15.

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Nossa recomendação é de compra para as ações da Petrobras, sobretudo se o investidor tem predisposição de permanecer com as ações por um longo período. Efetivamente tal potencial supera com folga os 6,76% da NTN-B Principal (isso sem contar a distribuição de dividendos da estatal), contudo, os riscos associados também são maiores, não somente por aspectos específicos do setor de petróleo, como também pelo direcionamento estratégico conduzido prioritariamente pelo governo.

Marco Aurélio Barbosa é analista de mercado certificado (CNPI) e faz parte da equipe da corretora Coinvalores.

As respostas refletem as opiniões do autor. A Coinvalores e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para onde_investir@infomoney.com.br

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Prezado Hildebrand, 

Pouco a pouco é possível ver mudanças significativas no perfil de investimento dos brasileiros. Percebemos, por exemplo, o crescimento do numero de jovens que estão disponibilizando parte de sua renda para se planejar financeiramente para a sua aposentadoria. É um movimento que tende a crescer cada vez mais ao longo dos próximos anos, especialmente com a educação financeira em curso em nossa sociedade. 

 Sua iniciativa é digna de receber elogios e servir de exemplo a outros tantos… 

 Como seu planejamento para esse investimento tem um horizonte de 15 anos algumas observações importantes devem ser feitas. Em uma simulação com um investimento inicial de R$ 10.000 e aplicações regulares de R$ 500, com uma rentabilidade anual de 10%, atingiremos após 15 anos um capital de R$ 242.583, sem considerar a inflação no período. Com esse capital investido é possível viver com uma renda de aproximadamente R$ 2 mil/mês, complementando a sua aposentadoria. No entanto, a pergunta magica é como atingir essa rentabilidade para um baixo risco no investimento. 

 Com as informações presentes não é possível identificar qual o seu perfil de investidor, onde seria possível identificar o quanto de risco você esta propenso a aceitar em sua carteira de investimentos (para saber o seu perfil de investidor é aconselhável buscar sua instituição financeira e responder ao questionário “Suitability”). No entanto, podemos considerar que você segue o padrão brasileiro de conservadorismo em seus investimentos, bastante carregado de “renda fixa” , mas propenso a conhecer novos produtos para pequenos investimentos. 

 Sugiro, para você superar a rentabilidade apresentada na simulação, que divida seu patrimônio em 2 partes. 

 A primeira parte é separar R$ 5 mil inicial e 80% de suas aplicações regulares para um fundo de renda fixa com credito privado que supere consistentemente 100% do CDI. Muitos fundos conseguem superar esse benchmark, e possuem aplicações inicias bastante acessíveis. Prefira esse investimento as NTN-Bs e a sua aplicação em imóveis. 

 Para os outros R$ 5 mil iniciais, e 20 % de suas aplicações mensais (R$100,00), podemos ser um pouco mais arrojados, buscando atingir uma rentabilidade superior do que a renda fixa. Como sua disponibilidade atual é pequena para ser investida diretamente em ações (coma na sua atual carteira de ações de Vale e Itau), uma excelente alternativa são os fundos de ações.

 Os fundos de ações são, para a grande maioria dos investidores, a melhor alternativa para seus investimentos em renda variável. Apresentam vantagens como liquidez, diversificação e uma gestão profissionalizadas dos seus investimentos. Com ele você estará bem atendido para atingir sua meta de longo prazo na aposentadoria. Procure gestoras com comprovada competência em sua equipe de analise, e fundos de ações que sejam considerados “Ibovespa ativo”, com a intenção de superar o bechmark. Prefira esses as ações propriamente ditas.

 E lembre-se: o resultado do seu sucesso financeiro também depende de você!

 *Fabiano Pessanha, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF