Tenho quase R$ 200 mil; como me proteger da inflação e ainda ter ganho real?

Ricardo Gomes da Silva, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF, responde a pergunta de leitor do InfoMoney

Equipe InfoMoney

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Pergunta:

Tenho R$ 87 mil aplicados na poupança velha, outros R$ 76 mil na poupança nova e outros R$ 35 mil para investir.

Como posso proteger meu patrimônio da inflação e ainda fazer meu poder de compra no futuro ser maior, considerando Fundo Garantidor de Crédito, IR, custódia e taxas de administração?

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Leitor: Felipe

Resposta de Ricardo Gomes da Silva, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF:

Caro Felipe,

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Muito pertinente sua preocupação. Um dos principais riscos em um investimento é a perda do poder de compra. Para evitar isto você deverá buscar investimentos que possuam taxa de retorno real (ou seja, acima da inflação) positiva. Isto nem sempre ocorre com a Poupança. No ano de 2013, a “poupança velha” rendeu 6,37%, pouco acima do IPCA de 5,91% enquanto que a “poupança nova” perdeu rendendo 5,82% no ano. E a velha poupança ainda teve um bom rendimento pois, até maio/2013 a Selic estava abaixo dos 8% que mantinha esta modalidade de poupança melhor do que a nova.

Uma das maneiras mais simples de se proteger é investir, através do Tesouro Direto, em NTN-B, que são títulos públicos que pagam a variação do IPCA mais uma taxa prefixada (taxa real). No site do Tesouro há várias opções de prazo (de 5 a 36 anos) e forma de pagamento de rentabilidade (com ou sem cupom semestral de juros). Para cada uma haverá uma taxa pré-fixada diferente.

Mas você deve atentar muito ao prazo dos objetivos para os quais você está investindo. Pois, como são títulos de médio e longo prazo, com um componente pré-fixado e outro indexado pela a inflação, estes papéis podem sofrer muito no curto prazo dependendo das expectativas de mercado. É o chamado risco de mercado, ou volatilidade dos preços dos ativos, que poderá significar um maior ou menor rendimento (ou até negativo) no curto prazo, mas se você mantê-lo até o vencimento, receberá o que foi acordado na compra. Veja por exemplo os rendimentos nos últimos dois anos de alguns destes papéis.

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Como a maioria dos demais papéis de renda-fixa, a tributação segue a tabela regressiva (de 22,5% a 15%) do IR. Há também a taxa de custódia da BM&FBOVESPA de 0,3%a.a. e a taxa do seu agente de custódia. O IR recairá sobre todo o rendimento (IPCA+taxa) e as taxas de custódia sobre todo o valor investido.

Ao Tesouro Direto não se aplica a garantia do FGC, porém são os títulos com o menor risco de crédito do país. Mas você poderá diversificar seus investimentos através de outros papéis de renda-fixa privada, como Debêntures, algumas com rendimento semelhante ao da NTN-B e isenção de IR (infraestrutura) ou CDB, LCA e LCI emitidas por bancos (estes dois últimos isentos de IR para Pessoa Física, e os três garantidos pelo FGC até R$ 250.000,00 por conta, CPF/CNPJ e instituição). Lembrando que os títulos privados possuem maior risco de crédito e, alguns, risco de liquidez.

Mas reafirmo que, o primeiro passo, é definir o objetivo do investimento e seu prazo. Assim você poderá escolher melhor o produto que lhe trará esta proteção e quanto de risco (de mercado, crédito ou liquidez) este investimento poderá suportar.

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Ricardo Gomes da Silva é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para onde_investir@infomoney.com.br

Prezado Hildebrand, 

Pouco a pouco é possível ver mudanças significativas no perfil de investimento dos brasileiros. Percebemos, por exemplo, o crescimento do numero de jovens que estão disponibilizando parte de sua renda para se planejar financeiramente para a sua aposentadoria. É um movimento que tende a crescer cada vez mais ao longo dos próximos anos, especialmente com a educação financeira em curso em nossa sociedade. 

 Sua iniciativa é digna de receber elogios e servir de exemplo a outros tantos… 

 Como seu planejamento para esse investimento tem um horizonte de 15 anos algumas observações importantes devem ser feitas. Em uma simulação com um investimento inicial de R$ 10.000 e aplicações regulares de R$ 500, com uma rentabilidade anual de 10%, atingiremos após 15 anos um capital de R$ 242.583, sem considerar a inflação no período. Com esse capital investido é possível viver com uma renda de aproximadamente R$ 2 mil/mês, complementando a sua aposentadoria. No entanto, a pergunta magica é como atingir essa rentabilidade para um baixo risco no investimento. 

 Com as informações presentes não é possível identificar qual o seu perfil de investidor, onde seria possível identificar o quanto de risco você esta propenso a aceitar em sua carteira de investimentos (para saber o seu perfil de investidor é aconselhável buscar sua instituição financeira e responder ao questionário “Suitability”). No entanto, podemos considerar que você segue o padrão brasileiro de conservadorismo em seus investimentos, bastante carregado de “renda fixa” , mas propenso a conhecer novos produtos para pequenos investimentos. 

 Sugiro, para você superar a rentabilidade apresentada na simulação, que divida seu patrimônio em 2 partes. 

 A primeira parte é separar R$ 5 mil inicial e 80% de suas aplicações regulares para um fundo de renda fixa com credito privado que supere consistentemente 100% do CDI. Muitos fundos conseguem superar esse benchmark, e possuem aplicações inicias bastante acessíveis. Prefira esse investimento as NTN-Bs e a sua aplicação em imóveis. 

 Para os outros R$ 5 mil iniciais, e 20 % de suas aplicações mensais (R$100,00), podemos ser um pouco mais arrojados, buscando atingir uma rentabilidade superior do que a renda fixa. Como sua disponibilidade atual é pequena para ser investida diretamente em ações (coma na sua atual carteira de ações de Vale e Itau), uma excelente alternativa são os fundos de ações. 

 Os fundos de ações são, para a grande maioria dos investidores, a melhor alternativa para seus investimentos em renda variável. Apresentam vantagens como liquidez, diversificação e uma gestão profissionalizadas dos seus investimentos. Com ele você estará bem atendido para atingir sua meta de longo prazo na aposentadoria. Procure gestoras com comprovada competência em sua equipe de analise, e fundos de ações que sejam considerados “Ibovespa ativo”, com a intenção de superar o bechmark. Prefira esses as ações propriamente ditas. 

 E lembre-se: o resultado do seu sucesso financeiro também depende de você! 

 *Fabiano Pessanha, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF