Vou investir em previdência privada; escolho PGBL ou VGBL?

Bernardo de Campos Borges Barboza, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF, responde a pergunta de leitor do InfoMoney

Equipe InfoMoney

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Pergunta:

Começarei uma previdência privada onde a empresa também contribui em 5% do salário. Qual o melhor plano para ser feito nas minhas condições? Meu salário gira em torno de R$ 1.400,00, uso o PGBL ou VGBL? Posso trocar de plano de um VGBL para PGBL? Pretendo receber uma renda mais elevada com o passar dos anos.

Leitor: Felipe

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Resposta de Bernardo de Campos Borges Barboza, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF:

Caro Felipe,

Fico feliz em saber que você está pensando em poupar para sua previdência. Mais empresas deveriam seguir o exemplo da sua. Lembre-se que o investimento em previdência privada é interessante para o Longo Prazo, de preferência para a aposentadoria mesmo.

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Os planos de Previdência com contribuição da empresa não possuem um padrão único e com isso dependem das cláusulas específicas de cada plano. Portanto, é muito importante ler atentamente todos os itens da sua proposta. Os planos com contribuição patronal podem ser feitos como PGBL ou VGBL, sem prejuízo para o funcionário.

Para uma melhor compreensão de ambos, vamos analisar as maiores diferenças entre os dois, que é em relação à tributação/benefício fiscal. Enquanto o PGBL tem a vantagem de você deduzir o valor depositado da base de cálculo do IR de até 12% da renda bruta anual, o VGBL não tem. Em contrapartida no VGBL o IR incide sobre o ganho, enquanto que no PGBL o IR incide sobre todo o valor, tanto o que você depositou, quanto sobre os rendimentos. Por estes motivos que o PGBL é recomendado para pessoas que utilizam a declaração completa de IR, enquanto que o VGBL é recomendado para quem utiliza a declaração simples ou é isento de IR.

Temos também que avaliar o tipo de tributação que você irá escolher. Existe a Tributação Progressiva e a Regressiva. A progressiva é indicada para quem tem perspectivas de receber um valor baixo de aposentadoria, enquanto que a Regressiva é indicada para quem vai receber valores maiores e pode esperar mais tempo para receber, pois depois de 10 anos a alíquota de IR cai para 10%. Nos planos abertos você pode migrar do Progressivo para o Regressivo, mas não pode fazer o contrário. Já nos planos fechados, que é o seu caso, não há a possibilidade de migração, pois a escolha é definitiva.

No atual momento, você está isento de declarar IR, portanto, o melhor seria o VGBL e quando passar a ganhar mais (valor que justifique usar o formulário completo da declaração de IR), mudar para o PGBL. Lembrando que não há portabilidade entre estes dois planos, ou seja, você iria parar de investir no VGBL e começar a investir no PGBL.

Bernardo de Campos Borges Barboza é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para onde_investir@infomoney.com.br

Prezado Hildebrand, 

Pouco a pouco é possível ver mudanças significativas no perfil de investimento dos brasileiros. Percebemos, por exemplo, o crescimento do numero de jovens que estão disponibilizando parte de sua renda para se planejar financeiramente para a sua aposentadoria. É um movimento que tende a crescer cada vez mais ao longo dos próximos anos, especialmente com a educação financeira em curso em nossa sociedade. 

 Sua iniciativa é digna de receber elogios e servir de exemplo a outros tantos…

 Como seu planejamento para esse investimento tem um horizonte de 15 anos algumas observações importantes devem ser feitas. Em uma simulação com um investimento inicial de R$ 10.000 e aplicações regulares de R$ 500, com uma rentabilidade anual de 10%, atingiremos após 15 anos um capital de R$ 242.583, sem considerar a inflação no período. Com esse capital investido é possível viver com uma renda de aproximadamente R$ 2 mil/mês, complementando a sua aposentadoria. No entanto, a pergunta magica é como atingir essa rentabilidade para um baixo risco no investimento.

 Com as informações presentes não é possível identificar qual o seu perfil de investidor, onde seria possível identificar o quanto de risco você esta propenso a aceitar em sua carteira de investimentos (para saber o seu perfil de investidor é aconselhável buscar sua instituição financeira e responder ao questionário “Suitability”). No entanto, podemos considerar que você segue o padrão brasileiro de conservadorismo em seus investimentos, bastante carregado de “renda fixa” , mas propenso a conhecer novos produtos para pequenos investimentos.

 Sugiro, para você superar a rentabilidade apresentada na simulação, que divida seu patrimônio em 2 partes.

 A primeira parte é separar R$ 5 mil inicial e 80% de suas aplicações regulares para um fundo de renda fixa com credito privado que supere consistentemente 100% do CDI. Muitos fundos conseguem superar esse benchmark, e possuem aplicações inicias bastante acessíveis. Prefira esse investimento as NTN-Bs e a sua aplicação em imóveis.

 Para os outros R$ 5 mil iniciais, e 20 % de suas aplicações mensais (R$100,00), podemos ser um pouco mais arrojados, buscando atingir uma rentabilidade superior do que a renda fixa. Como sua disponibilidade atual é pequena para ser investida diretamente em ações (coma na sua atual carteira de ações de Vale e Itau), uma excelente alternativa são os fundos de ações.

 Os fundos de ações são, para a grande maioria dos investidores, a melhor alternativa para seus investimentos em renda variável. Apresentam vantagens como liquidez, diversificação e uma gestão profissionalizadas dos seus investimentos. Com ele você estará bem atendido para atingir sua meta de longo prazo na aposentadoria. Procure gestoras com comprovada competência em sua equipe de analise, e fundos de ações que sejam considerados “Ibovespa ativo”, com a intenção de superar o bechmark. Prefira esses as ações propriamente ditas.

 E lembre-se: o resultado do seu sucesso financeiro também depende de você!

 *Fabiano Pessanha, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF