Vale a pena investir o FGTS no fundo de empresas de infraestrutura?

Tatiana Bauab, CFP, planejadora financeira certificada pelo IBCPF, responde a pergunta de leitor do InfoMoney

Equipe InfoMoney

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Pergunta:

Em novembro do ano passado o governo divulgou a criação do fundo para empresas de infraestrutura onde os trabalhadores podem investir até 30% de seu FGTS. Enquanto ainda não lançam a data oficial de lançamento, estou tratando de ler tudo o que posso sobre este investimento, assim como ter opiniões profissionais. Portanto minha pergunta é breve e clara: Valerá a pena investir o FGTS em fundos de infraestrutura? Os riscos compensam?

Leitor: Luis

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Resposta de Tatiana Bauab, CFP, planejadora financeira certificada pelo IBCPF:

Prezado Luis,

É importante lembrar que sempre vale a pena uma diversificação, ainda mais quando se aporta um percentual do FGTS no rol de investimentos. Normalmente, tratamos estes fundos como um investimento de Longo Prazo, devido se tratar de operações relacionadas ao crescimento nacional, com recursos destinados à construção de rodovias, portos, aeroportos, ferrovias, energia, etc, ou seja, investimentos com um prazo de maturação mais longo.

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O novo fundo, administrado pela própria Caixa Econômica Federal, não investirá em ações, nem mesmo em uma única empresa. Os investimentos deste fundo serão compostos por uma carteira de títulos de dívida emitidos por empresas do setor de infraestrutura, títulos como debêntures e notas promissórias, seguindo os moldes semelhantes do fundo já existente, o FI-FGTS, no qual não pode haver investimento direto.

Em relação aos riscos, este fundo em questão pode ser classificado como um “Renda fixa”, apresentando uma volatilidade maior que fundos DI, poupança ou até mesmo CDB’s de grande instituições financeiras, uma vez que possuem risco de crédito maior que estes instrumentos, até porque os riscos estão diretamente relacionados com a saúde financeira de cada empresa com títulos negociados.

Tatiana Bauab é planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para onde_investir@infomoney.com.br

Prezado Hildebrand, 

Pouco a pouco é possível ver mudanças significativas no perfil de investimento dos brasileiros. Percebemos, por exemplo, o crescimento do numero de jovens que estão disponibilizando parte de sua renda para se planejar financeiramente para a sua aposentadoria. É um movimento que tende a crescer cada vez mais ao longo dos próximos anos, especialmente com a educação financeira em curso em nossa sociedade. 

 Sua iniciativa é digna de receber elogios e servir de exemplo a outros tantos…

 Como seu planejamento para esse investimento tem um horizonte de 15 anos algumas observações importantes devem ser feitas. Em uma simulação com um investimento inicial de R$ 10.000 e aplicações regulares de R$ 500, com uma rentabilidade anual de 10%, atingiremos após 15 anos um capital de R$ 242.583, sem considerar a inflação no período. Com esse capital investido é possível viver com uma renda de aproximadamente R$ 2 mil/mês, complementando a sua aposentadoria. No entanto, a pergunta magica é como atingir essa rentabilidade para um baixo risco no investimento.

 Com as informações presentes não é possível identificar qual o seu perfil de investidor, onde seria possível identificar o quanto de risco você esta propenso a aceitar em sua carteira de investimentos (para saber o seu perfil de investidor é aconselhável buscar sua instituição financeira e responder ao questionário “Suitability”). No entanto, podemos considerar que você segue o padrão brasileiro de conservadorismo em seus investimentos, bastante carregado de “renda fixa” , mas propenso a conhecer novos produtos para pequenos investimentos.

 Sugiro, para você superar a rentabilidade apresentada na simulação, que divida seu patrimônio em 2 partes.

 A primeira parte é separar R$ 5 mil inicial e 80% de suas aplicações regulares para um fundo de renda fixa com credito privado que supere consistentemente 100% do CDI. Muitos fundos conseguem superar esse benchmark, e possuem aplicações inicias bastante acessíveis. Prefira esse investimento as NTN-Bs e a sua aplicação em imóveis.

 Para os outros R$ 5 mil iniciais, e 20 % de suas aplicações mensais (R$100,00), podemos ser um pouco mais arrojados, buscando atingir uma rentabilidade superior do que a renda fixa. Como sua disponibilidade atual é pequena para ser investida diretamente em ações (coma na sua atual carteira de ações de Vale e Itau), uma excelente alternativa são os fundos de ações.

 Os fundos de ações são, para a grande maioria dos investidores, a melhor alternativa para seus investimentos em renda variável. Apresentam vantagens como liquidez, diversificação e uma gestão profissionalizadas dos seus investimentos. Com ele você estará bem atendido para atingir sua meta de longo prazo na aposentadoria. Procure gestoras com comprovada competência em sua equipe de analise, e fundos de ações que sejam considerados “Ibovespa ativo”, com a intenção de superar o bechmark. Prefira esses as ações propriamente ditas.

 E lembre-se: o resultado do seu sucesso financeiro também depende de você!

 *Fabiano Pessanha, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF