Ifix fecha sessão com alta de 0,07%; FII RCRB11 sobe 4% e é destaque

TGAR11 fixa preço de subscrição da 11ª oferta do fundo, PNPR11 confirma compra de galpão do BLMG11 e mais assuntos

Wellington Carvalho

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O Ifix – índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados na B3 – fechou a sessão desta terça-feira (4) com alta de 0,07%, aos 2.985 pontos. O fundo Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11) liderou a lista das maiores altas do pregão, com elevação de 4,78%. Confira os demais destaques de hoje ao longo do Central de FIIs.

O Ifix ostenta atualmente uma sequência de 11 semanas seguidas de ganhos, mas engana-se quem acha que o desempenho dos últimos meses foi capaz de sobrevalorizar as cotações.

Dos 108 fundos imobiliários que compõem o indicador, 81 ainda são negociados abaixo do valor patrimonial, de acordo com dados da Economatica, plataforma de informações financeiras.

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O número representa 75% dos fundos do Ifix, percentual acima do índice de 70% registrado em levantamento semelhante realizado em junho, antes do início da recuperação dos fundos imobiliários.

O estudo toma como base o P/VPA (preço sobre valor patrimonial) dos fundos. Quanto mais próximo de 1, mais perto a carteira está do valor considerado justo. Acima deste nível há um ágio na cotação e, abaixo, o papel é negociado com desconto.

De acordo com os dados da Economatica, o Brazilian Graveyard And Death Care (CARE11) é atualmente o mais descontado, sendo negociado a 49% do valor patrimonial. O fundo de cemitério é seguido do Tordesilhas EI (TORD11) e do XP Properties (XPPR11). Confira a lista dos dez mais descontados.

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Maiores altas desta terça-feira (04):

Ticker Nome Setor Variação (%)
RCRB11 Rio Bravo Renda Corporativa Lajes Corporativas 4,78
HABT11 Habtat II Títulos e Val. Mob. 3,86
CVBI11 VBI CRI Títulos e Val. Mob. 3,58
RBRL11 RBR Log Logística 3,41
VGIP11 VALORA IP Outros 3,16

Maiores baixas desta terça-feira (04):

Ticker Nome Setor Variação (%)
NSLU11 Hospital Nossa Senhora de Lourdes Hospital -3,95
VINO11 Vinci Offices Lajes Corporativas -3,32
HGRU11 CSHG Renda Urbana Híbrido -2,75
VRTA11 Fator Veritá Títulos e Val. Mob. -2,4
BRCR11 BC FUND Híbrido -1,98

Fonte: B3

TGAR11 fixa preço de subscrição da 11ª oferta do fundo; PNPR11 confirma compra de galpão do BLMG11

Confira as últimas informações divulgadas por fundos imobiliários em fatos relevantes:

TGAR11 fixa preço de subscrição da 11ª oferta do fundo em R$ 119,19

O FII TG Ativo Real fixou o preço unitário para subscrição de novas cotas do fundo em R$ 119,19, de acordo com fato relevante divulgado pela carteira. O papel é negociado hoje na Bolsa por volta de R$ 126,00.

A 11ª oferta do fundo foi anunciada no final de setembro e pretende captar até R$ 480 milhões.

Os cotistas com posição no final da sessão desta terça-feira (4) terão direito de preferência na nova emissão, que poderá ser exercido entre os dias 6 e 19 de outubro.

Com patrimônio líquido de R$ 1,377 bilhão, o TG Ativo Real é um fundo de desenvolvimento – que investe na construção de imóveis para futura venda.

Em recente relatório do Santander, o fundo foi apontado como um dos “queridinhos” da corretora para aproveitar a retomada dos FIIs de “tijolo” – que investem diretamente em imóveis.

FII PNPR11 confirma compra de galpão do BLMG11 por R$ 45 milhões

O FII Panorama Properties confirmou o compromisso para compra do galpão Jandira II, integrante do condomínio Business Park, localizado na cidade de Jandira, no estado de São Paulo. O espaço pertence ao BlueMacaw Logística, que já havia anunciado a transação.

Pelo espaço, o PNPR11 pagará R$ 45 milhões, equivalente ao valor contábil do imóvel, conforme fato relevante divulgado pela carteira. Do total, R$ 15,8 milhões já foram pagos.

A conclusão do negócio ainda está sujeita ao cumprimento de todas as condições previstas no contrato e a parte compradora promete anunciar, após a finalização do acordo, o impacto da aquisição na distribuição de rendimentos da carteira.

Já os gestores do BLMG11 explicam que a venda do imóvel ajudará na estrutura de caixa do fundo e faz parte da estratégia de reciclagem de ativos do portfólio. Desta forma, explicam, a negociação não influencia na distribuição de dividendos.

A equipe de gestão do FII BlueMacaw Logística destacou ainda que o galpão Jandira I, também integrante do Business Park, permanece no patrimônio do fundo.

Giro Imobiliário: Tributação de dividendos e juros: o que muda para os FIIs em caso de vitória de Lula ou Bolsonaro?

A condução da política monetária e o fantasma da tributação dos dividendos dos FIIs são os principais pontos no radar do mercado de fundos imobiliários em meio ao segundo turno das eleições presidenciais – que será disputado entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Independentemente do vencedor, gestores veem pouca margem para mudanças tanto em relação ao rumo juros quanto à isenção dos rendimentos.

De janeiro de 2021 até agosto de 2022, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a Selic de 2% para os atuais 13,75% ao ano. Durante o período de alta da taxa básica de juros , as aplicações de renda fixa se tornaram mais rentáveis e atraíram investidores da renda variável, derrubando inclusive as cotações dos fundos imobiliários.

No mês passado, o Copom confirmou a expectativa do mercado e manteve a Selic em 13,75% ao ano, sinalizando o fim do ciclo de alta. Diante do cenário, os ativos de risco que estavam descontados voltaram ao radar dos investidores – como fundos imobiliários negociados abaixo do valor patrimonial.

Mesmo sem uma sinalização concreta de redução da Selic, a estabilização da taxa já reflete no mercado de fundos imobiliários, que ostenta 11 semanas seguidas de ganhos.  A possibilidade de uma retomada do aperto monetário – com o retorno da elevação dos juros – poderia inibir a tendência de alta dos FIIs.

Na avaliação de Rossano Nonino, sócio e diretor executivo da Fator ORE, a margem para mexer na Selic será muito pequena, seja qual for o vencedor da eleição do dia 30 de outubro.

“O Banco Central brasileiro é independente e modula as taxas de juros em função das perspectivas de inflação”, explica. “O declínio esperado da inflação nos próximos meses deve fazer com que a autoridade monetária inicie a queda de juros em algum momento em 2023, independentemente de quem estiver na presidência”.

Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.