Lula x Bolsonaro em 2018 faria otimismo de investidores “descer um degrau”, diz Pátria Investimentos

 Os sócios do Pátria Investimentos se mostrou otimista com os negócios nos próximos anos no Brasil 

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – Os sócios do Pátria Investimentos se mostraram otimistas com os negócios nos próximos anos no Brasil e relataram ter passado “bem” os períodos de turbulência vividos pelo Brasil. “Estamos vivendo um momento de compras no país”, avisa Olímpio Matarazzo, sócio do comitê executivo e co-fundador do Pátria, durante almoço com jornalistas nesta quarta-feira (29). 

A ponderação nesse otimismo, no entanto, surge quando o assunto é eleição. Embora a equipe à frente do Pátria acredite que os possíveis candidatos à presidência não devem fugir de uma agenda reformista – levando em consideração a necessidade de atrair capital para o país, manter a inflação baixa e trazer o desempenho fiscal para parâmetros melhores – a possibilidade de um segundo turno entre Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) podem afastar investidores.

“O otimismo desce um degrau com um segundo turno entre Lula e Bolsonaro”, avalia Matarazzo. Pesquisa Datafolha divulgada em 30 de setembro pelo jornal Folha de S. Paulo mostrou que Lula segue na liderança em todos os cenários, com diversos possíveis candidatos, e com pelo menos 35% das intenções de voto no primeiro turno.

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A pesquisa ainda mostra o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e a ex-senadora Marina Silva (Rede) empatados em segundo lugar, levando em conta a margem de erro. Ele oscila entre 16% e 17%, enquanto a ex-senadora aparece com 13% e 14% nos cenários em que disputa com o petista.

Diante da possibilidade um embate entre Lula e Bolsonaro, Otávio Castelo Branco, também sócio do comitê executivo e co-fundador do Pátria, pondera que o mercado acionário e o dólar tendem a sofrer mais na corrida eleitoral, mas investimentos com foco em empreendimentos tendem a se sair melhor nessas situações. 

“Temos que olhar no longo prazo, no período de três presidentes para frente. O investidor que quer estar no Brasil tem que tomar uma decisão de longo prazo”, explica Castelo Branco.