Experts em finanças dão 5 dicas para sair do vermelho (e uma estratégia para nunca mais se endividar)

Sair da espiral de dívidas requer muita atenção e planejamento por parte das pessoas

Leonardo Pires Uller

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SÃO PAULO – Com a atual crise econômica no Brasil, não é raro ouvir histórias de pessoas que perderam o emprego ou tiveram algum revés nos negócios e acabaram se endividando. Além disso, mesmo sem o fator da crise, não é difícil saber de pessoas que se descontrolaram nos gastos e acabaram em uma bola de neve sem fim de contas para pagar. Assim, o InfoMoney conversou com especialistas em finanças e investimentos e chegou a essa lista de cinco dicas para estancar as dívidas o quanto antes e uma estratégia para nunca mais entrar no vermelho.

1 – Saiba o tamanho do problema
“A primeira coisa que você tem que fazer, se está no vermelho, é levantar tudo que deve, mas tudo mesmo. A maior parte das pessoas não sabe sua real situação, e isso acontece até por medo de descobrir a verdade, mas esse é um passo muito importante”, atesta Ronaldo Bella, assessor de investimentos da Allux Investimentos.

2 – Corte os gastos
Ninguém resolve sua vida financeira sem tomar medidas que não são tão agradáveis e, talvez, a mais difícil delas seja cortas os gatos, mas isso é necessário para garantir que não se acumulem mais contas. “Isso envolve medidas mais drásticas, como, por exemplo, trancar o cartão de crédito em um lugar distante e de difícil acesso, por exemplo. É preciso travar todo tipo de gasto supérfluo”, comenta Paulo Secco, planejador financeiro e assessor de investimentos da Alta Vista Investimentos. Além disso, atuar na outra ponta da questão também pode ajudar: tente procurar algum “bico” ou trabalho extra para levantar mais dinheiro e ajudar a equalizar as contas.

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3 – Saiba para onde seu dinheiro vai
“Uma boa forma de se organizar é listar todas as entradas de dinheiro no orçamento familiar e principalmente todas as saídas. Há uma grande chance de não se saber para onde vai o dinheiro, e desta forma podemos fazer o mapeamento do orçamento. Sempre há surpresas quando colocamos no papel. Muitas vezes são os chamados gastos fantasmas, ou seja, aquele gasto que é consequência de uma compra, mas que você não havia considerado”, explica Aderson Gegler, assessor de investimentos da Moinhos Investimentos.

4 – Repense sua relação com carros
Esse item poderia estar facilmente no tópico de cortar os gastos, mas o carro é um vilão tão grande no orçamento de tantas famílias que merece um tópico especial. Aderson cita, como um exemplo clássico de “gasto fantasma“, os custos embutidos em ter um carro: seguro, manutenção, IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), estacionamento e combustível, principalmente.

Ronaldo Bella ainda lembra que vender um carro, ou mesmo trocar um modelo mais completo por um popular, pode ser um caminho relativamente simples para quitar as dívidas com mais rapidez. “Por exemplo: um casal não precisa, necessariamente de dois carros. Vender um dos automóveis pode ser um jeito para cortar gastos e ajudar. Os gastos com orçamento podem chegar a, no máximo, 25% do orçamento de uma família, e isso considerando uma família que não está no vermelho”, calcula o assessor.

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5 – Faça acordos
Outro caminho para reduzir o montante de dívidas é fazer acordos com os credores. “Qualquer tipo de dívida que contraímos conta com juros muito mais altos do que o que conseguimos receber investindo. Assim, levante o quanto você paga de juros e faça acordo com credores para sanar o mais rápido possível seus problemas”, aconselha Paulo Secco.

Uma estratégia para nunca mais entrar no vermelho
Depois de passar por essa mudança radical de comportamento e estilo de vida para colocar as contas em dia, é importante que não se caia na mesma cilada. Assim, antes mesmo de elaborar qualquer estratégia para se proteger, é importante tomar o máximo de cuidado possível com gastos desnecessários, em especial os parcelados.

A estratégia recomendada por Ronaldo Bella para criar uma proteção é criar um fundo de segurança. Esse fundo deve ser composto por um montante que seja equivalente a um período de 6 a 12 meses de despesas pagas e deve estar alocado em uma aplicação rentável com boa liquidez, como um bom fundo DI, ou o Tesouro Selic, do Tesouro Direto, por exemplo.

Esse fundo, contudo, não deve ser usado para gastos supérfluos, e sim guardado para momentos de real necessidade, como a perda de um emprego, ou ainda uma reforma inesperada e necessária em casa, por exemplo.

“Após fazer essa revisão na vida financeira, é preciso começar a achar espaço para poupar e investir. A pessoa que vive no limite das contas, sem espaço para guardar dinheiro, corre um enorme risco de se endividar. Quem vive no vermelho sabe como isso é ruim e desgastante, assim, é importante ter essa conscientização e mudar isso”, aconselha.