2 motivos para ação de empresa que tomou surra na Bolsa subir 72%

Analistas do Bradesco BBI apostam em 2 catalisadores para impulsionar a empresa

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – O ano de 2017 foi praticamente uma novela ao estilo mexicano dramático para a Sanepar devido às expectativas – e desfecho triste para os investidores – em relação ao reajuste tarifário. No entanto, os novos capítulos podem reservar um retorno triunfal da companhia ao noticiário, caso as estimativas otimistas do Bradesco BBI para a companhia se tornem realidade.

O Bradesco BBI espera por dois catalisadores fortes para a ação (SAPR11) no mês de abril que devem dar o pontapé inicial para a recuperação da empresa. Com recomendação outperform (acima do desempenho do mercado, o equivalente a compra) pelo Bradesco e preço-alvo de R$ 100, o papel tem chances de experimentar dias de glória. O valor estimado mostra potencial de valorização de 71,5%. O papel acumula alta de 9% apenas em março.

A ação da Sanepar é hoje uma das mais baratas do Ibovespa e também da B3. Além de partir de um patamar bastante baixo, os analistas Francisco Navarrete, Bruno Arruda e Victor Oliveira apontam dois catalisadores que devem puxar esse movimento de alto. O primeiro deles é o ajuste técnico de tarifa esperado de aproximadamente 5,5% nominal, incluindo o repasse da inflação e a primeira parcela da implementação gradual da tarifa.

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A Agepar (Agência Reguladora do Paraná) deve anunciar o reajuste tarifário anual da Sanepar até 17 de abril, com implementação 30 dias depois. “Isso é importante porque incluirá a primeira parcela da fase gradual gradual de 7 anos, aplicada na revisão de 2017.

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“Esperamos um número técnico, considerando que a Agepar está comprometida com uma metodologia de cálculo transparente para a gradual revisão tarifária que foi divulgada em novembro de 2017 (para reequilibrar totalmente a tarifa principal da Sanepar até 2024, mais o reembolso das receitas atrasadas ajustado pela taxa Selic; e o reajuste tarifário nominal total deste ano deve ser de apenas cerca de 5,5% (parcela da revisão tarifária + repasse da inflação dos últimos 12 meses), tornando a intervenção política quase sem sentido (não que esperemos algum)”, explicam os analistas em relatório enviado a clientes do Bradesco BBI.

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Neste último caso, a estimativa de aumento tarifário dos analistas pode parecer baixa, mas isso porque o pacote inflacionário ao qual a Sanepar está sujeita, repassado às tarifas do consumidor final anualmente, tem uma ponderação de 40% para o IGP-M, e o índice foi negativo -0,5%.

“Notamos que o conselho de administração da Agepar agendou uma reunião extraordinária em 28 de março (quarta-feira) para determinar o valor do reajuste tarifário da Sanepar. Esperamos que um anúncio final aconteça no final desta semana”, destaca, os analistas.

Além disso, a maior clareza sobre o cenário político do Paraná, à medida que os candidatos começam a campanha em 6 de abril, ajuda nas expectativas em relação à estatal. “A interferência política nas tarifas é sempre a principal preocupação em qualquer setor regulado, e para as empresas de saneamento listadas no Brasil. O risco é sempre maior, já que não são apenas empresas estatais, mas suas tarifas são definidas por reguladores estatais”, explicam os analistas.

Para a Sanepar, em particular, os analistas destacam que, sob o governo do ex-governador Roberto Requião, as tarifas de esgoto e água foram mantidas sem repasse de inflação de 2006 a 2010. No entanto, agora a probabilidade de interferência nas tarifas da Sanepar parece baixa, uma vez que seu estatuto protege os aumentos tarifários concedidos pelo regulador estadual, e o governo do Paraná, como acionista controlador, não pode impedir isso.

Além disso, a candidatura do ex-governador do Paraná Roberto Requião ao governo estadual parece improvável, segundo o Bradesco BBI.

Novela do reajuste

O que era para ser um reajuste tranquilo em 2017 acabou se tornando um processo turbulento para os acionistas, que piorou com a decisão final de diferimento por oito anos. Por outro lado, o reajuste inicial foi maior do que o proposto na revisão preliminar: de 8,53%, ante 5,7% previsto anteriormente. No total, a revisão será de 25,63%, com esse reajuste de 8,53% e o diferimento entre 2018 e 2024 de 2,11% ao ano corrigido pela Selic. A decisão não foi bem vista pelo mercado – e as ações reagiram com quedas forte.

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