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SÃO PAULO – O time de análise da XP Investimentos recomenda compra das ações da BRF (BRFS3) e vê cenário-base de valorização de 18% para o ativo ante o fechamento de quarta-feira (19). Para a XP, os resultados do terceiro trimestre trouxeram a leitura de que o pior pode ter ficado para trás e a ação segue com desconto de 30% em relação à média histórica.
“Após o primeiro trimestre do ano bastante decepcionante, com a destruição de R$ 725 milhões de caixa, a companhia voltou a gerar cerca de R$ 436 milhões neste último trimestre. A margem ebitda saiu do patamar de 10% em 2016 e passou para o patamar acima de 12%, fruto da melhora operacional em todos os mercados de atuação”, detalham os analistas, em relatório.
A maior alavancagem operacional e a redução do custeio com grãos foram fatores importantes para trazer a expansão de margens da empresa, avaliam os analistas, que acreditam que a geração operacional de caixa acima de R$ 1 bilhão por trimestre veio para ficar. Diante disso, a expectativa da XP de ebitda consolidado para 2018 próxima de R$ 4,5 bilhões é “bastante conservadora”.
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Os analistas observam que tanto a empresa como o segmento passaram por alguns momentos bastante difíceis, impactados tanto pela recessão econômica local, como por alguns pontos delicados, como a Operação Carne Fraca – que trouxeram investigações e algumas dúvidas para o setor.
“As ações em bolsa, inclusive, estão sendo negociadas no mesmo patamar quando do ocorrido, quando havia um pico de estresse no setor, sendo mais uma sinalização de desconto exagerado”, avaliam os analistas.
Os analistas destacam a insatisfação de grandes acionistas com a atual gestão e/ou com os recentes resultados da companhia, como o Fundo Soberano de Cingapura – que detinha cerca de 6,4% da empresa e no começo de dezembro passou para 4,99%.
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“De um lado temos uma pressão vendedora que não temos controle por quanto tempo irá durar. Por outro lado, os sólidos fundamentos podem se traduzir em oportunidade de compra para investidores de longo prazo”, afirmam.
Com a entrada de José Aurélio Drummond Jr como CEO da BRF a partir do começo de 2018 duas dúvidas continuam pendentes: jogo de forças entre os principais acionistas da empresa e o que, de fato, o novo executivo poderá fazer e ser implementado com rapidez. “Vamos dar o benefício da dúvida, já que o currículo é bom”, avalia a XP.
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