Os 3 motivos para o Bradesco rebaixar duas ações de uma só vez

Preços-alvos em 12 meses também foram cortados

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – A equipe de análise do Bradesco avalia rebaixou os papéis da Gerdau (GGBR4) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) de compra para neutra e também cortou o preço-alvo dos ativos.

A estimativa para os papéis da Gerdau caiu de R$ 18 para R$ 13, valor 14% acima do fechamento de terça-feira (3). O preço-alvo da Metalúrgica Gerdau foi cortado de R$ 9,20 para R$ 6,50, patamar 15,7% acima do último fechamento.

“Temos observado alguns fatores envolvendo dificuldades de curto/médio prazo para uma recuperação mais consistente do setor de aços longos (ou não planos), leia-se Grupo Gerdau”, destacam os analistas do Bradesco BBI.

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Os analistas dizem estar menos otimistas quanto ao momento da retomada efetiva das obras de infraestrutura, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, dificultando a recuperação de margens das companhias do Grupo Gerdau.

As empresas têm alta exposição ao mercado de construção e infraestrutura no Brasil e nos Estados Unidos. A exposição de volume a construção é de 65% no Brasil e de 65% a 70% no mercado norte-americano. Para infraestrutura, a exposição é de 15% a 20% no Brasil e de 30% a 35% nos Estados Unidos. “O time está menos otimista e acredita que início da recuperação deve ficar para o primeiro semestre de 2019”, avaliam.

Além disso, o poder de precificação da Gerdau está baixo. “A Gerdau continua sofrendo para implementar aumento de preços no Brasil, mesmo com vergalhão doméstico continuando a negociar perto de importado. O time acredita que enquanto a demanda continuar baixa, é improvável ver prêmios retornando para nível normalizado de 10% a 15%. Nos Estados Unidos, a importação ainda representa 30% da demanda aparente e continua impactando dinâmica de preço”, explicam os analistas. 

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O terceiro fator que justifica os rebaixamentos é a pressão de custo de matéria-prima. “Os eletrodos são relevantes para custo de produção em mini-mills [unidades industriais] (representavam 2%-3% do custo de produção de EAF [forno elétrico a arco] e time estima que representam 15%-20% dos preços atuais) e preço subiu para US$ 30 mil por conta de fechamento de capacidade relevante na China e parada do maior produtor global nos Estados Unidos”, explicam os analistas.