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SÃO PAULO – O banco UBS estima que a ação da JBS (JBSS3) tem preço-alvo de R$ 11,80 em 12 meses, valor 96,3% acima do fechamento de terça-feira (20). Apesar do upside vertiginoso, a recomendação para os papéis foi mantida em neutra após a companhia anunciar um programa de desinvestimento de ativos não essenciais e menos estratégicos.
“A JBS foi submetida a um elevado escrutínio, não só por parte dos reguladores, já que a barganha da J&F tornou-se pública, mas também das agências de crédito, conforme ficou claro com o downgrade da classificação de crédito da JBS pelas três principais agências de rating”, avalia o UBS.
Os executivos da JBS estimam que o programa de desinvestimento possa resultar em uma injeção de capital de cerca de R$ 6 bilhões para a empresa. De acordo com a JBS, os ativos envolvidos no programa de desinvestimento incluem a venda de 19,2% da participação da JBS na Vigor, com valor contábil de R$ 307 milhões, a alienação da participação acionária na Moy Park, e a alienação dos ativos da Five Rivers Cattle Feeding e fazendas.
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“Não é surpreendente o desinvestimento destinado a reduzir a alavancagem, mas depende de aprovação”, lembra a analista Lauren Torres sobre a necessidade de aprovação do conselho de administração da empresa.
Parte da estratégia de desinvestimentos da companhia, a venda das subsidiárias na Argentina, Paraguai e Uruguai para a Minerva foi bloqueada pela Justiça Federal nesta quarta-feira (21). O valor do negócio, que havia sido anunciado no início deste mês, é de US$ 300 milhões, o que no câmbio de hoje equivaleria a cerca de R$ 1 bilhão.
Na decisão divulgada, o juiz Ricardo Soares Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, escreveu considerar a venda “prematura”, pois ainda não foram apresentadas provas que respaldem o suposto favorecimento da JBS pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), conforme relatado por executivos da empresa em acordo de delação premiada com a Justiça.
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Soares Leite é o juiz responsável pela Operação Bullish, na qual são investigados desvios no BNDES em favor da empresa. O bloqueio de ativos da JBS foi imposto como medida cautelar pelo magistrado. O juiz acrescentou que acrescentou que a venda pretendida também não foi autorizada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) até o momento.