Bradesco BBI corta recomendação de ação com reavaliação de privatização

 O Conselho de Privatização do Estado de São Paulo recomendou que a privatização da Cesp deve ser realizada mesmo sem a extensão da concessão da usina hidrelétrica do Porto Primavera

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – A equipe de análise do Bradesco BBI rebaixou a recomendação das ações da Cesp (CESP6) de compra para neutra e reduziu o preço-alvo de R$ 24 para R$ 19. A nova avaliação reflete um cenário ponderado com 50% de probabilidade de privatização da companhia, com valor justo de R$ 24, e 50% de chance de a empresa se manter como estatal, com valor justo de R$ 14.

 “Nosso preço-alvo anterior de R$ 24 atribuía o valor total da privatização sem extensão de concessão”, explicam os analistas. O preço-alvo atual está 12,7% acima do fechamento de terça-feira (13).

 O Conselho de Privatização do Estado de São Paulo recomendou que a privatização da Cesp deve ser realizada mesmo sem a extensão da concessão da usina hidrelétrica do Porto Primavera, que representa 93% da capacidade total da empresa, que deve expirar em 2028.

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 Esta decisão vem após negociações fracassadas entre o Estado de São Paulo e o governo federal para estender as concessões da Cesp por mais 30 anos. O Bradesco BBI vê uma possível privatização em setembro, mas com menor probabilidade de sucesso.

 “No entanto, enquanto o Estado de São Paulo parece muito motivado para vender a empresa, reconhecemos que um ativo com apenas 11 anos de fluxo de caixa livre é menos atraente para potenciais compradores, que por sua vez são limitados, dado o valor elevado do ativo (valor atual do mercado de R$ 5,5 bilhões)”, afirmam os analistas.

 Além disso, a privatização da Cesp não só competirá com as usinas hidrelétricas da Cemig, que deverão ser leiloadas neste ano, mas também virá com possíveis problemas, como um reembolso ainda pendente do valor dos ativos não depreciados da usina hidrelétrica de Três Irmãos (estimado em aproximadamente R$ 3 bilhões) e cerca de R$ 3,4 bilhões em provisões potenciais, com passivos possivelmente ainda não contabilizados.

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 “Observamos também que a deterioração do ambiente político no Brasil é uma preocupação para os potenciais compradores e a janela (seis meses até o final de 2017) para que o estado realize a privatização seja bastante curta”, avalia o Bradesco BBI, que considera privatização durante o ano eleitoral de 2018 como “improvável”.