Cautela, proteção e reavaliação de exposições: o que fazer com os investimentos diante da crise política

Celson Placido, estrategista -chefe da XP Investimentos e Luciano Telo, head de alocação da XP Advisory, realizaram um webinar na última segunda-feira (22) em que explicam a situação do mercado

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Em um cenário de incertezas na política brasileira, com desvalorização de ativos, queda da bolsa e grande volatilidade, investidores se perguntam: como agir a partir de agora?

Celson Placido, estrategista -chefe da XP Investimentos e Luciano Telo, head de alocação da XP Advisory, realizaram um webinar na última segunda-feira (22) em que explicam a situação do mercado e as melhores opções para os investidores. Segundo eles, o momento atual deve ser de cautela, proteção, e reavaliação de exposições. “Nesse momento a gente vai reavaliar as posições, mas não necessariamente trocar [os ativos]. É preciso calma, temos que avaliar o que vai acontecer com o mercado para ver se é preciso tomar alguma decisão ou não”, afirma Telo.

Celson Placido, estrategista chefe da XP Investimentos explica que em momentos de crise, como o atual, é recomendado o mínimo de movimentações possíveis. De acordo com ele, seria necessária uma ruptura do cenário político para que decisões concretas pudessem ser tomadas, o que ainda não aconteceu. A expectativa de juros, por sua vez, mudou. “Antes acreditava-se que a taxa Selic ia cair 1,25%. Hoje, porém, espera-se que caia entre 0,75% e 1%”, diz Placido.

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Com relação ao cenário de ações, Placido afirma que ainda há ativos atrativos. Segundo ele, investidores que têm exposição em ações podem optar por operações estruturadas, que funcionam como uma proteção. “Quem tem exposição na bolsa, é melhor montar uma proteção por meio de produtos estruturados, os chamados ‘fence’ (‘cerca’ em tradução literal), em que você captura uma alta, mas também se protege de uma queda”. Para quem não tem exposição na bolsa, mas possui perfil agressivo, a recomendação é começar a comprar agora, também via proteção e via certificado de operações estruturadas.

Na opinião de Luciano Telo, pessoas que aplicam em fundos multimercados não devem optar por sair neste momento. “Foi praticamente impossível evitar uma queda de quinta para sexta (data em que a imprensa divulgou parte do conteúdo da conversa entre Joesley Batista e o presidente Michel Temer). Praticamente todos os ativos que podem fazer parte da carteira de um multimercado – prefixado, ativos ligados à inflação, Bolsa – tiveram queda. Mas o fundo multimercado tem um mandato. Eles têm limite de risco e você confia que o gestor tem capacidade de continuar gerindo em vários tipos de mercados diferentes. Então achamos que o ideal é seguir com a posição [nos fundos multimercados] mesmo com um cenário de incertezas pela frente”, diz Telo.

Já no que diz respeito à renda fixa, Telo afirma que as debêntures incentivadas com remuneração atrelada à inflação  continuam sendo bons investimentos.  “Tem ganho real, com isenção de IR, seu capital vai apreciar. Faz sentido ter isso ao longo do tempo”, diz. 

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