Crise política não tem impacto operacional em Petrobras e UBS recomenda compra

O banco explica que a maior preocupação dos investidores com o escândalo político reside no futuro das reformas trabalhista e, principalmente, previdenciária

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – A equipe de análise do banco UBS reiterou a recomendação de compra das ações ordinárias (PETR3) e preferenciais (PETR4) da Petrobras após o caos político instalado em Brasília na noite de quarta-feira (17) com o vazamento de áudio com o presidente Michel Temer e o dono da JBS Joesley Batista.

 O banco explica que a maior preocupação dos investidores com o escândalo reside no futuro das reformas trabalhista e, principalmente, previdenciária, e também com a continuidade das medidas de melhoria da gestão atual da Petrobras.

 No curto prazo, a notícia é “inegavelmente” negativa para o país e para a estatal, segundo o UBS, especialmente com o preço das ações abaixo de R$ 20. A avaliação daqui em diante será a capacidade de gestão da companhia em navegar e implementar todas as mudanças previstas sob uma tempestade política. No curto prazo, o UBS não vê impacto relevante na operação da empresa.

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 Apesar disso, o UBS percebe uma falta de visibilidade sobre a continuidade das medidas de gestão que vinham sendo implantadas, e a probabilidade do impacto político nos desinvestimentos da empresa, com compradores potenciais pedindo descontos mais elevados ou até esperando por uma resolução da crise.

 O banco também avalia que a negociação de transferência de direitos pode ser adiada e a elevação potencial do custo da dívida em futuras emissões. Já a depreciação do real ante do dólar pode ser positiva caso a empresa consiga manter sua política de repasse cambial ao preço dos combustíveis.

 Apesar dos riscos negativos, o UBS projeta preço-alvo em 12 meses de R$ 21 para as ações preferenciais (PETR4) e R$ 20,8 para as ordinárias (PETR3), valorizações 60% e 46% acima do fechamento de quinta-feira (18).