12 ações para lucrar com o maior corte de juros desde 2009

Setores de consumo, infraestrutura e construção civil oferecem boas oportunidades

Weruska Goeking

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 SÃO PAULO – O maior corte na taxa básica de juros em oito anos chancela as apostas dos economistas de que a Selic terminará 2017 em apenas um dígito. O Boletim Focus mais recente aponta taxa básica de juros em 8,50% no fim deste ano e o momento é de rever os investimentos na renda variável e avaliar os setores e papéis que podem ter melhor desempenho no cenário que se desenha à frente.

 Especialistas consultados pelo InfoMoney são unânimes em destacar o setor de infraestrutura como preferido para o momento atual do país. O gestor de renda variável da AZ Quest, Alexandre Silverio, acrescenta que as empresas muito alavancadas devem ser as maiores beneficiadas com a queda da Selic porque terão seus custos financeiros reduzidos.

 Companhias mais ligadas à dinâmica doméstica, que sofreram mais com a crise econômica sem poder recorrer às exportações, também devem mostrar mais força nos próximos meses.

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 “A priori, a queda de juros é sempre interessante para a renda variável e devemos ver uma migração dos títulos públicos para a renda variável com a Selic mais baixa. Vale a pena ficar de olho em empresas que ganham muito com obras de infraestrutura e concessão”, afirma Everton Carneiro, economista da RC Consultores.

 Dentro desse setor, Fernando Góes, analista da Clear Corretora, destaca as ações da Randon (RAPT4). Papéis da Ecorodovias (ECOR3) e da Weg (WEGE3) também podem ter bom desempenho no cenário de queda de juros e retomada da economia.

 “Empresas de energia e rodovias tendem a ganhar nesse cenário porque são muito intensivas em capital. Elas precisam tomar dinheiro emprestado para tocar projetos e os juros menores tendem a ajudar nisso também”, complementa Carneiro.

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Silverio destaca o setor elétrico com as ações da Alupar (ALUP11). “A empresa já aumentou o número de ações em circulação e tem se mostrado muito vencedora ao longo dos anos, agregando projetos de transmissão de energia. Com a Selic em queda, é uma empresa que se beneficia bastante”, diz.

 O segmento de construção civil também se destaca. “Existem papéis muito ‘amassados’ que, ao começarem a se recuperar, terão maior destaque”, afirma Góes, que recomenda as ações da Helbor (HBOR3), Eztec (EZTC3) e JHSF Participações (JHSF3).

 “Esse é o setor que mais se destaca porque é totalmente ligado ao crédito; 95% das vendas desse setor têm a ver com financiamento. É juro na veia”, explica o analista da Clear.

 Com os juros menores e o início da recuperação econômica depois do pior tombo do PIB (Produto Interno Bruto) desde 1931, o setor de consumo também deve mostrar força e dar lucro aos seus investidores. Devem se destacar Natura (NATU3), Hering (HGTX3) e Profarma (PFRM3).

 De olho no upside do setor de varejo, Alexandre Silverio também recomenda Hering (HGTX3) e acrescenta CVC (CVCB3) e Lojas Americanas (LAME4) à lista. “São empresas que têm grande espaço de crescimento de lucro e de valorização de ações tão logo a economia melhore e as pessoas voltem a comprar”, explica.