Por que as mulheres ainda são minoria no mercado financeiro?

Ausência de educação financeira no país reduz confiança feminina sobre o poder de investimento

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Foi-se o tempo em que a ideia da mulher como dona de casa e alheia às questões financeiras da família persistia. Na busca por independência pessoal e financeira, e cada vez mais presente no mercado de trabalho, as mulheres vêm se portando mais abertas a temas como investimento, poupança e reserva de capitais para o futuro, mostrando ao mundo seu potencial financeiro que por muito tempo ficou escondido.

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Um levantamento divulgado pelo CFA Institute, um programa global para a certificação de profissionais de investimentos, mostra, porém, que no Brasil apenas 11% dos profissionais com certificado CFA são mulheres. O número, que está abaixo da média mundial de 18%, se mostra ainda menor quando comparado com países como China e Hong Kong, em que a participação de mulheres é de 31% e 26%, respectivamente.

O interesse é grande e as oportunidades estão disponíveis, mas o que impede que as mulheres brasileiras participem do mercado financeiro?

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Segundo Roberta Omeltech, consultora especializada em Gestão Comercial e sócia da Omeltech Desenvolvimento, é justamente pela falta da cultura do investimento, uma vez que há muito pouca educação financeira no país. A consultora afirma também que o desconhecimento do planejamento financeiro faz com que as mulheres, mesmo curiosas, não confiem em sua capacidade de investir.

Apesar dos avanços nos últimos tempos e da maior participação feminina no mercado financeiro, a mulher ainda sofre preconceito no ambiente de trabalho, seja ele explícito, como a remuneração diferenciada, ou velado, causado pela desconfiança de clientes sêniores que são direcionados ao atendimento masculino. “A mulher tem se posicionado, mas ainda existe preconceito. Ela tem que provar que tem competência e por isso seu caminho para o sucesso é mais longo e demorado”, diz Roberta.

Annalisa Blando Dal Zotto, sócia-fundadora e diretora geral da Par Mais, que possui certificação CFP (Certified Financial Planner), afirma que as mulheres são mais conservadoras quando comparada aos homens: “Elas são mais ‘pé no chão’, correm menos riscos e isso também é saudável para o mercado”, afirma.

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De acordo com Roberta, o planejamento financeiro confere à mulher poder de escolha e decisão e é importante para que ela faça com a sua própria renda coisas concretas. “Investir é fazer o seu dinheiro trabalhar para você; é uma oportunidade de amadurecimento e de pensar no futuro”, diz a consultora.

Para elas, a mulher que quer começar a investir deve, antes de mais nada, estudar ou procurar ajuda de especialistas para entender melhor o mundo das finanças.  Outro passo é estabelecer objetivos a curto, médio e longo prazo, com metas claras e definidas em datas, uma vez que muitas delas podem estar atreladas à necessidade de investir agora para receber o dinheiro somente no futuro.

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SÃO PAULO – Foi-se o tempo em que a ideia da mulher como dona de casa e alheia às questões financeiras da família persistia. Na busca por independência pessoal e financeira, e cada vez mais no mercado de trabalho, as mulheres vêm se portando mais abertas a temas como investimento, poupança e reserva de capitais para o futuro, mostrando ao mundo seu potencial financeiro que por muito tempo ficou escondido.

Um levantamento divulgado pelo CFA Institute, um programa global para a certificação de analistas de investimentos, mostra, porém, que no Brasil apenas 11% dos analistas certificados são mulheres. O valor, que está abaixo da média mundial de 18%, se mostra ainda menor quando comparado com países como China e Hong Kong, em que a participação de mulheres é de 31% e 26%, respectivamente.

O interesse é grande e as oportunidades estão disponíveis, mas o que impede que as mulheres brasileiras participem do mercado financeiro?

Segundo Roberta Omeltech, consultora com especialização em Gestão Comercial e sócia da Omeltech Desenvolvimento, é justamente pela falta da cultura do investimento, uma vez que não há educação financeira no país. A consultora afirma também, que o desconhecimento do planejamento financeiro faz com que, as mulheres, mesmo curiosas, não confiem em sua capacidade de investir

Em relação ao orçamento doméstico, Annalisa Blando CFP, sócia-fundadora e diretora geral da Par Mais, diz que diversas mulheres conseguem fazê-lo muito bem, mas que as diversas atividades a que lhe são atribuídas como trabalho, casa e filhos, fazem com que o planejamento financeiro seja uma atividade a mais e fique em segundo plano. “Elas têm medo do desconhecido, e a falta de ensinamento acentua isso”, completa a planejadora financeira.

Apesar dos avanços nos últimos tempos e da maior participação feminina no mercado financeiro, a mulher consultora ainda sofre preconceitos no ambiente de trabalho, sejam eles explícitos como a remuneração diferenciada, ou velados, causados pela desconfiança de clientes sêniores que são direcionados ao atendimento masculino. “A mulher tem se posicionado, mas ainda existe preconceito. Ela tem que provar que tem competência e por isso seu caminho para o sucesso é mais longo e demorado”, diz Roberta.

Quanto ao perfil de investidor, Annalisa afirma que as mulheres são mais conservadoras quando comparada aos homens: “As mulheres são mais ‘pé no chão’, correm menos riscos e isso é saudável para o mercado”.

De acordo com Roberta, o planejamento financeiro confere à mulher poder de escolha e decisão e é importante para que ela faça com a sua própria renda, coisas concretas. “Investir é fazer o seu dinheiro trabalhar para você; é uma oportunidade de amadurecimento e de pensar no futuro”, diz a consultora.

Para as analistas, a mulher que quer começar a investir deve, antes de mais nada, reconhecer que tem uma limitação e que precisa de ajuda, seja esta por meio de uma consultoria especializada ou através de materiais online que forneçam informações sobre finanças pessoais.

Outro passo é estabelecer seus objetivos a curto, médio e longo prazo, com metas claras e definidas em datas, uma vez que muitas delas podem estar atreladas à necessidade de investir agora para receber o dinheiro somente no futuro.

“É fundamental conhecer as finanças, porque te faz rentabilizar de forma adequada as suas economias”, relata Annalisa ao lembrar que a compra de títulos públicos também é uma boa aposta. “O mercado financeiro é muito mais fácil do que muitos mercados, até por conta dos altos juros presentes no Brasil”, completa.