Confira 6 teorias de investimento que não passam de mito

Renomado investidor americano, Howard Marks, desmitifica verdades absolutas do mercado

Lys Silva

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SÃO PAULO – Howard Marks, investidor americano e administrador da comunidade online de investimento “Oaktree memos”, acaba de publicar um novo memorando intitulado “It’s not easy”, “Não é fácil”, em tradução livre. Neste memorando, parcialmente publicado no site Business Insider, Howard desmitifica 16 sabedorias do mercado financeiro, mostrando suas falhas e problemas.

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Confira 6 das 16 pérolas de sabedoria que Marks traz para a realidade.

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1. A obtenção de um lucro comprova o investidor fez uma boa decisão.
O problema: Você não pode, necessariamente, medir a qualidade de uma decisão com base em seu resultado.

“Uma das primeiras coisas que aprendi na Wharton School (escola de administração da Universidade da Pensilvânia) foi que você não pode necessariamente dizer a qualidade de uma decisão olhando somente para seu resultado. Dada a imprevisibilidade de eventos futuros e, especialmente, a presença da aleatoriedade no mundo, um monte de boas decisões, mesmo que fundamentadas, podem produzir perdas. Assim como, uma abundância de más decisões podem se mostrar rentáveis. Dessa forma, um bom ano ou alguns grandes vencedores pode não nos dizer nada sobre a habilidade de um investidor. Temos de ver um monte de resultados, um longo período de tempo, principalmente se, nessa história, estiver incluso alguns anos difíceis. Só assim poderemos dizer se um investidor tem habilidade ou não”.

2. As previsões corretas levam a ganhos.
O problema: previsões corretas muitas vezes vêm de tendências, que provavelmente são descontados no preço.

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“A maneira mais fácil de ter uma previsão correta é extrapolar uma tendência e vê-lo continuar conforme o esperado. A maioria das previsões são bem exploradas e amplamente compartilhas, dessa forma, a tendência continua e todo mundo está fazendo o certo. Mas, já que todo mundo está de posse da mesma opinião, a tendência continua e, provavelmente, todo esse fuzz ocasionará um desconto antecipadamente no preço de um ativo. Assim, o ativo rola e não necessariamente produzirá lucro. Para uma previsão ser altamente rentável, ela precisa ser idiossincrática. Contudo, dada a forma como muitas vezes a tendência continua, até as previsões idiossincráticas não dão certo”.

3. Ser do contra trará sucesso consistente.
O problema: Fazer o oposto do que a multidão faz também não é certeza de coisa alguma. .

“É verdade que o investimento no estilo rebanho é muitas vezes errado. Em particular, ele se comporta de forma mais agressiva quanto mais os preços sobem e com mais cautela quanto mais eles caem, que é o oposto do que deveria acontecer. Mas, nadar contra a corrente, não garante muita coisa. Grande parte do tempo não há nada dramático o suficiente no mercado para se ter ou evitar. Ser do contra é mais eficaz nos extremos e apenas para aqueles que entendem o que o rebanho está fazendo e por que ele está errado”.

4. Os ativos com maior liquidez são mais seguros.
O problema: Liquidez pode secar, e diz pouco sobre investimentos em longo prazo.

“Uma maior liquidez geralmente significa que você pode sair de um ativo de forma mais fácil e de um preço próximo do da última negociação. Mas, primeiro, a liquidez de um ativo pode secar quando outros investidores mudarem de ideia em relação a ele e, segundo, a capacidade teórica para sair quando você quer não diz nada sobre a segurança fundamental e relativamente pouco sobre a segurança de investimento a longo prazo. É muito mais seguro estar com ativos bem-analisados com bons fundamentos e preços atraentes, caso em que você pode segurar por muito tempo sem a necessidade de sair”.

5. Incluir ativos de risco torna uma carteira mais arriscada.
O problema: A adição de um ativo de risco pode realmente fazer a sua carteira mais segura.

“Uma das maiores contribuições do prêmio Nobel William Sharpe para investimentos foi a constatação de que, se uma carteira detém apenas ativos de baixo risco, a adição de um ativo de risco pode torná-lo mais seguro. Isso acontece porque isso aumenta a diversificação da carteira e reduz a correlação entre os seus componentes, reduzindo sua vulnerabilidade a uma única evolução negativa”.

6. É desejável que tudo em um portfólio bastante diversificado renda bem.
O problema: Se tudo funciona bem, tudo também pode funcionar mal.

“A verdade é que, se todos os ativos têm um bom desempenho em um cenário, todos eles podem se sair mal em outro. Isso significa que os benefícios da diversificação não seriam sentidos. O investidor não deve se surpreender ou se desapontar por ter alguns retardatários em uma carteira que está se saindo muito bem”.