Onde investir caso o impeachment se concretize? Especialistas divergem

Popularidade de Dilma Rousseff está em seu pior patamar na história, de acordo com dados do Datafolha

Leonardo Pires Uller

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SÃO PAULO – O momento nunca foi tão complicado para o governo Dilma Rousseff (PT) como atualmente. Enfrentando panelaços e protestos há meses e com impopularidade em níveis recordes, a presidente ainda enfrente acusações dos desdobramentos da Operação Lava Jato da Polícia Federal, das “pedaladas fiscais” e ainda de eventuais problemas em sua campanha para a presidência. Tudo isso faz com que, cada vez mais, se fale em impeachment. O que aconteceria com os investimentos em renda fixa e em ações em um cenário desses? Os especialistas ouvidos pelo InfoMoney divergem.

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Paulo Figueiredo, diretor de operações da FN Capital, afirma que o processo atual é de bastante incerteza, o que é ruim para o mercado e pode espantar investidores estrangeiros por um tempo. Com isso, a bolsa como um todo teria um recuo e o melhor seria ficar de fora do mercado de ações.

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“A melhor estratégia é tentar acompanhar a Selic, com títulos pós-fixados, atrelados à taxa básica de juros ou ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), pois, em um cenário de incerteza, os juros devem subir mais”, afirma Figueiredo. Ele ainda sugere fundos multimercados com baixa taxa de administração e títulos privados, seja de bancos ou debêntures, como opções de investimento no cenário de queda da presidente eleita.

Já Alexandre Amorim, sócio da assessoria de investimentos Par Mais, vai em direção oposta. Ele acredita que um eventual impeachment pode trazer uma onda de euforia momentânea entre investidores caso aconteça de forma segura e o vice-presidente Michel Temer (PMDB) seja conduzido ao poder.

Ele afirma que uma mudança poderia trazer uma retomada de confiança e otimismo de investidores. “Nesse caso, nossa bolsa em dólar está muito barata e pode puxar um rali. Caso isso aconteça, o melhor é não arriscar em escolher ações individualmente, mas sim escolher um bom gestor de fundos ou um ETF (Exchange traded fund)”, explica.

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Já na renda fixa, o ideal seria apostar em taxas prefixadas acreditando em uma eventual queda da taxa básica de juros, garantindo assim, no futuro, um retorno bastante superior ao CDI. “O prêmio pode ser bem grande”, relata Amorim.

No entanto, ambos os especialistas concordam que ainda não há uma base legal concreta para que a deposição da presidente Dilma Rousseff aconteça. “Isso não pode acontecer por pura incompetência da presidente. É necessário ter uma base jurídica e comprovação das acusações que pairam sobre o governo”, assegura Figueiredo.

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