Gestora aposta em ação que caiu 50% em um ano; “múltiplo altamente atrativo”

Papel está com seu P/L 20% abaixo de sua média histórica

Leonardo Pires Uller

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SÃO PAULO – Os gestores da Rio Bravo Investimentos estão confiantes nas ações da Alpargatas (ALPA4). Em relatório recente, eles comentam a forte queda papel, que desde novembro de 2013, quando chegou a valer R$ 14,07, recuou 52,17% até chegar em R$ 6,73 no fechamento do dia 6 de janeiro de 2014. O P/L (preço sobre lucro) do papel recuou para 12,5 vezes, desconto de mais de 20% em relação a sua média histórica. Para a gestora, isso faz com que o múltiplo seja considerado “altamente atrativo”.

Os especialistas explicam os principais fatores que motivaram a desvalorização das ações. O primeiro, segundo a Rio Bravo, foi a queda da participação de mercado do principal negócio da empresa, o de sandálias – a empresa é dona das marcas Havaianas e Dupé. Nos últimos três anos, a participação da Alpargatas caiu de 55% para 50%, principalmente pela demora na expansão de capacidade de produção de Havaianas, segundo a Rio Bravo. “Isso permitiu o avanço da principal concorrente, a Grendene, com suas marcas Ipanema e Grendha”, disseram os gestores.

Outro fator que contribuiu para o desempenho ruim dos papéis foi a compressão de margens na unidade de negócios Brasil da empresa, que aconteceu devido à depreciação do real ante o dólar, além do aumento de despesas com propaganda durante a Copa do Mundo no Brasil.

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Em terceiro lugar, eles destacam o Risco Argentina – o país que representa cerca de 17% da receita da empresa. E por fim,  a aquisição da marca de roupas Osklen, que não foi bem vista pelos investidores.

O que, então, levou os gestores a apostarem no papel? Em relação ao market share, a Rio Bravo destaca que a nova unidade de fabricação de sandálias em Minas Gerais aumentou a produção da empresa e sua consequente participação no mercado.

Já sobre as margens da empresa, a gestora acredita em uma expansão nos próximos trimestres uma vez que o preço em dólares da borracha deve compensar a depreciação do real. Além disso, com o aumento de produção da fábrica de Havaianas, os custos fixos serão diluídos.

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Sobre a questão do Risco Argentina, os gestores relatam que o que viram no nas operações da Alpargatas no nosso vizinho foi uma evolução positiva vertiginosa dos resultados, com margem EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, na sigla em inglês) saindo de patamares negativos para 14% no terceiro trimestre de 2014.

Por fim, a respeito da aquisição da Osklen, a Rio Bravo assinala que as operações do negócio vão de vento em popa, com EBITDA crescendo mais de 20% em 2014, fazendo com que o múltiplo EV/EBITDA (valor da empresa sobre EBITDA, na sigla em inglês) seja menos da metade do original em 2015, mostrando assim que o preço pago pela Alpargatas foi bem atrativo.