HSBC recomenda bancos brasileiros e afirma que Petrobras não é um risco para eles

Para os analistas, não há risco de crédito para as instituições financeiras relativos à Petrobras

Leonardo Pires Uller

Publicidade

SÃO PAULO – O mau momento contábil da Petrobras preocupa os investidores não só com a empresa em si, mas também com a situação financeira dos bancos credores da petroleira, afirma o Global Research do HSBC. Assim, os analistas divulgaram relatório comentando essa situação e atribuindo recomendação de Overweight (maior peso na carteira) para os três principais bancos do Brasil: Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3).

Apesar de os bancos não explicitarem quem são os tomadores individuais de crédito, indícios permitem ao HSBC estimar a exposição dessas instituições financeiras à Petrobras. “Nossa conclusão preliminar é de que os bancos estatais, principalmente BNDES e Banco do Brasil, são muito mais expostos ao setor que os grandes bancos privados. Dada a experiência com OGX e o desempenho financeiro da Petrobras, não surpreende que a maior parte do crédito direcionado ao setor venha dos bancos estatais”, escrevem os analistas.

A exposição das instituições estatais vai de 2,4% a 9,5% das operações de crédito, contra uma faixa de 1% a 4% nos bancos privados. “Considerando que os bancos estatais também têm índices de capital inferiores, sua exposição também é maior como percentual do patrimônio líquido”, aponta o HSBC.

Aula Gratuita

Os Princípios da Riqueza

Thiago Godoy, o Papai Financeiro, desvenda os segredos dos maiores investidores do mundo nesta aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

No entanto, para o research, essa exposição de crédito é um motivo de preocupação, mas não de alarme. “Embora os números sejam certamente expressivos, devemos colocar o problema em perspectiva: uma grande parte do crédito se refere à Petrobras, que é, afinal, uma empresa estatal, devendo poder contar com o apoio público em caso de necessidade”, ponderam os analistas.

Recomendações
Sobre o Banco do Brasil, os analistas calculam um preço-alvo de R$ 37,00 por ação – o que totaliza um potencial de valorização de 28,29% em relação ao fechamento do dia 26 de novembro de 2014. Os principais riscos da instituição financeira incluem deterioração acima do esperado no índice de qualidade de ativos, especialmente nos segmentos automotivo e de pequenas e médias empresas e influências do governo federal na empresa, que reflitam prioridades mais amplas do que a maximização de valor dos acionistas.

Já para o Itaú Unibanco, o preço-alvo estimado é de R$ 44,00 por ação – upside de 11,90%. Sobre o risco para a companhia, os HSBC destaca a sucessão do CEO (chief executive officer) Roberto Setúbal e a formação de inadimplência acima das expectativas que prejudique os lucros da empresa e a qualidade dos ativos.

Continua depois da publicidade

Por fim, o preço-alvo calculado para a ação do Bradesco também é de R$ 44,00, totalizando um potencial de alta de 8,64%. Custos operacionais maiores do que o esperado e margens de intermediação financeira líquidas e spreads mais pressionados do que o esperado estão entre os riscos para o papel.