As 5 maiores quedas do Ibovespa em 2014; veja se estão baratas para investir

As cinco maiores quedas do índice neste ano foram: Oi, Usiminas, Rossi Residencial, CSN e PDG Realty

Arthur Ordones

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SÃO PAULO – Em 2014, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores paulista, está com uma alta de 3,33%, até o fechamento da última sexta-feira (07). No entanto, algumas ações do benchmark tiveram uma forte queda neste ano, por conta de diversos fatores. Assim, a dúvida que fica é, esses papéis caíram tanto que ficaram com os múltiplos baratos e atrativos ou ainda têm espaço para cair mais?

As cinco maiores quedas do índice neste ano foram: as ações da Oi (OIBR4), que tiveram queda de 63,23%, da Usiminas (USIM5), que caíram 61,37%, da Rossi Residencial (RSID3), que desvalorizaram 54,90%, da CSN (CSNA3), que perderam 48,54%, e da PDG Realty (PDGR3), que tiveram queda de 42,27%.

De acordo com Clodoir Vieira, economista e consultor da Compliance Comunicação, a queda da Oi é proveniente dos consecutivos conflitos entre os controladores e da dívida imensa que a companhia carrega. “Ou seja, são problemas sem muita previsão de se resolver, então, apesar da queda expressiva, isso não abre um oportunidade, pois os fundamentos continuam ruins. Tem o problema dos controladores, se vende ou não vende, aprovação do CADE e etc. Indefinição muito grande da empresa”, afirmou.

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Em relação às construtoras, Rodrigo Bicalho, sócio do escritório Bicalho e Mollica Advogados e integrante do conselho jurídico do Secovi-SP, comentou sobre o novo Plano Diretor Estratégico de São Paulo e os impactos no preço dos imóveis. “Mesmo que seja cedo para fazer uma avaliação mais detalhada, é certo que o Plano terá como uma de suas consequências o aumento do preço dos imóveis, em virtude de restrições e novas exigências que farão com que o custo total do empreendimento seja elevado de forma sensível e, em alguns casos, seja dividido por um número menor de unidades a serem ofertadas”, explicou.

Além disso, como o setor vem sendo afetado fortemente desde o ano passado, pelo temor de bolha imobiliária, agora com o plano fica complicado ver uma recuperação de curto-médio prazo, segundo os analistas, então a orientação é, apesar da queda, se manter longe destes papéis.

Por fim, em relação às siderúrgicas, além das dificuldades de aumentar as vendas no mercado externo ainda enfrentaram um ano de câmbio mais baixo e desaceleração na China, saturando o mercado internacional. Segundo Victor Penna, analista da BB Investimentosa fraqueza do mercado dificulta o aumento das receitas do setor. Produção de bens de capital e bens duráveis caíram, bem como a produção total de veículos, grandes compradores de aço, que teve um tombo de 10% contra 2013, segundo dados da Anfavea. “Após a Copa do Mundo, se esperava uma recuperação que não aconteceu”, disse.

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Com isso, as companhias não conseguem aumentar as vendas nem o preço, e, como se não bastasse, a estagnação da economia global também aumenta a concorrência no setor, já que empresas do mundo todo se voltam ao mercado externo para obterem maiores receitas. “Se o mercado lá fora está ruim, o excesso de capacidade é muito elevado, e às vezes as empresas desovam aqui a preços baixos”, explicou o analista. O problema do dólar em patamar mais baixo durante a maior parte do ano (ficando abaixo dos R$ 2,30 de março a setembro), já não existe mais com as últimas altas. Contudo, as siderúrgicas continuam com dificuldade de vender seu produto tanto aqui quanto lá fora.