Santander recomenda a venda de duas elétricas; saiba quais

SÃO PAULO – A equipe de análise do Santander não está nem um pouco satisfeita com as ações da Light (LIGT3) e da CESP (CESP6). Os dois papéis foram rebaixados pela instituição financeira. Antes, a recomendação de ambas as ações era neutra e agora ela foi para Underperfom (performance pior que a do mercado).

Sobre a Light, os analistas afirmam que a empresa ainda tem um grande desafio para atingir que é a problemática área de concessão no estado do Rio de Janeiro e o potencial impacto de tarifas mais altas combinadas com menor atividade econômica dos consumidores.

O Santander afirma que atualizou seu modelo para refletir os cenários de revisões tarifárias e novos parâmetros regulatórios, os resultados da companhia e os ativos regulatórios da empresa para reforçar o caixa.

Na visão da instituição financeira, o principal trigger para a Light deve ser a realização do alvo da curva de perda da empresa definido pela Aneel – a qual expediu uma curva de perda indo de 40,41% em novembro de 2013 para um nível de 30,5% em 2018. O Santander destaca que incluiu os investimentos relativos a essa curva e que suas estimativas preveem que a empresa vai conseguir atingir as métricas regulatórias.

Já sobre a CESP, o Santander ainda vê incertezas acerca do valor do reembolso da planta de Três Irmãos e a geração de fluxo de caixa de longo prazo da companhia elétrica, fazendo com que essas sejam as principais causas para o rebaixamento da recomendação.

Os analistas ressaltam que esperam que o déficit de água de 7,5% deve der um grande impacto no EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, na sigla em inglês), na cada de US$ 700 milhões.

O Santander ainda aponta que 70% das concessões da CESP vão se encerrar em julho de 2015. A instituição afirma que, a menos que uma privatização ocorra, o cenário para os dividendos permanecerá confuso e os retornos futuros e a estratégia de comercialização também não ficarão claras.