Deutsche acende sinal amarelo para Natura; concorrência é o problema

Os analistas destacam o avanço d'O Boticário e de outras concorrentes

Leonardo Pires Uller

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SÃO PAULO – Os analistas do Deutsche Bank acenderam o sinal amarelo para as ações da Natura (NATU3) e atribuíram recomendação neutra ao papel. O grande fator de preocupação para a equipe de análise da instituição financeira parece ser o cenário competitivo no setor.

A instituição financeira destaca os pesados investimentos que O Boticário, principal concorrente da Natura, vem fazendo nos últimos anos. Esses investimentos tiveram como objetivo expandir e modernizar a capacidade instalada da companhia.  A empresa ainda lançará uma planta industrial no nordeste, que recebeu investimento de US$ 165 milhões.

Os analistas ainda ressaltam a expansão da marca O Boticário pelo país, com a abertura de praticamente trezentas lojas franqueadas por ano nos últimos anos, fazendo com que atualmente a marca tenha mais de 3.700 lojas pelo país, garantindo vasta capilaridade e apoiando um posicionamento competitivo sólido.

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Com um cenário de concorrência já acirrado, haveria espaço para um pouco de alívio? “Acreditamos que não”, dispara o Deutsche Bank. Para os analistas, a direção d’O Boticário está focando na consolidação de novas marcas, como “Quem disse, Berenice”, “Beauty Box” e “Eudora” e nos canais de vendas.

Já a L’Oreal, por sua vez, espera aumentar seus investimentos em produtos para cuidados com a pele e maquiagem e a Avon deve lançar a distribuição das fragrâncias Coty no curto prazo. Com isso, não há expectativa de um ambiente mais ameno no futuro que pode ser previsto, ressalta o Deutsche.

Os analistas sublinham ainda que a Natura tem se esforçado em temas importante nos últimos anos, como nível de serviço e inovação e também se prepara para expandir seus negócios online. Contudo, a instituição europeia bate na mesma tecla mais uma vez “A competição não deve melhorar tão cedo. Como resultado disso, não esperamos que a Natura estabilize seus lucros no curto prazo, o que nos leva a adotar uma posição de cautela com a ação e reiterar nossa recomendação neutra”.