O melhor lugar para investir e fugir da volatilidade, segundo grande gestor europeu

SÃO PAULO – Pedro Baldaia, responsável pela área de Asset Management da São Paulo Investments, afirmou que os investidores brasileiros não devem colocar seu dinheiro somente no Brasil, pois assim estão perdendo grandes oportunidades nos mercados externos. “Os mercados emergentes têm ganhado peso crescente no total de crescimento mundial, mas a contribuição marginal do Brasil tem diminuído muito nos últimos anos e a China está mostrando que crescimento não é sinônimo de rentabilidade”, disse.

Segundo ele, enquanto o Brasil enfrenta graves problemas de baixa produtividade e competitividade, problemas crônicos de infraestruturas, taxas de juro em pico recente, grau elevado de intervenção pública e uma conjuntura complicada, com Copa, eleições e racionamento, os mercados desenvolvidos estão com vantagens competitivas e empresas globais, eficiência econômica, política monetária expansionista, elevado nível de accountability das instituições, processo de austeridade implementado e passado de crise fomentando reformas estruturais.

A perda progressiva de margem operacional do mercado brasileiro e o aumento de alavancagem dos balanços, em um contexto de elevação de taxas de juro também está muito preocupante, de acordo com o especialista. “O Brasil e os mercados emergentes, de maneira geral, fizeram underperformance face aos mercados desenvolvidos nos últimos quatro anos”, explicou. “Em termos relativos, os múltiplos de mercado do Brasil não são elevados e ainda são prejudicados pela desagregação setorial enviesada para indústrias de múltiplos tipicamente mais baixos”, completou.

Assim, com isto posto, Baldaia reiterou a importância de aplicar parte do capital no exterior, para garantir uma rentabilidade maior nos investimentos. “Desde 2008, acrescentar equities no exterior obviamente diminuiu volatilidade e principalmente aumentou rentabilidade”, disse.

Uma das grandes vantagens de investir em mercados desenvolvidos é que muitas das suas empresas são líderes globais e também com grande presença nos mercados emergentes, além da diversidade, que é muito maior. No entanto, ainda de acordo com Baldaia, essa diversificação setorial pequena não é por si só o problema, mas sim a falta de profundidade de cada um dos setores.

“Investir no exterior traduz-se na possibilidade de grande customização das carteiras de investimento – em função de perspectivas específicas do gestor: diferentes temas de investimento e segmentos da economia”, finalizou Baldaia.