Estas 3 ações subiram forte em março, mas os analistas “querem mais”

SÃO PAULO – Depois de meses no vermelho, a Bolsa brasileira deu sinais de recuperação e o Ibovespa (principal índice do mercado acionário brasileiro) registrou alta de 7,5% em março. Várias ações tiveram altas expressivas no terceiro mês do ano e algumas delas continuam sendo recomendadas pelas corretoras.

Veja 3 papéis que subiram forte no mês passado e que ainda têm espaço para mais valorização, na opinião dos analistas:

Itaú Unibanco

As ações do Itaú Unibanco (ITUB4) subiram 8,55% no mês passado e, para abril, continuam na carteira de 13 corretoras.

Uma das instituições que indica a compra dos papéis é a Rico. Os analistas apontam que o resultado do quarto trimestre ficou acima das expectativas de mercado, “batendo todas as projeções, principalmente com rentabilidade bem acima da média do setor, incremento de margens e de receitas com tarifas além da queda da inadimplência”.

A corretora destaca 5 motivos para a recomendação:

1- O bussiness em geral é rentável e oferece um valuation convidativo;

2- A interrupção das intervenções do governo nos bancos estatais, que forçava a redução de tarifas e spreads;

3- O banco está bem posicionado para a recuperação do setor;

4- O pico da inadimplência e de provisões já ficou para trás, tanto por ajustes nas carteiras quanto pela melhora na disponibilidade de devedores

5- O incremento de resultado através de spreads bancários em função do aumento da taxa de juros do país nas últimas reuniões do Copom.

Cielo

Os papéis da Cielo (CIEL3) tiveram forte elevação de 14,9% em março e aparecem nas recomendações de 9 corretoras para este mês. A XP Investimentos é uma das instituições que ainda acredita no potencial de valorização das ações.

“Atualmente a empresa se encontra em patamares considerados atrativos em termos de preço, visto o posicionamento diferenciado no mercado de adquirência, em que as margens e perspectivas de crescimento justificam o patamar de seus indicadores de valor e expectativas para o ativo”, apontam os analistas, em relatório.

Segundo a XP, a recomendação também se baseia nos resultados financeiros consistentes e ganhos de market share da companhia. Além disso, a corretora diz que os receios do mercado quanto a possíveis intervenções do governo foram encerrados com a definição do Banco Central como o regulador oficial do setor.

Petrobras

As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) registraram alta de 16,13% em março, impulsionadas pela queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff. Mesmo com a forte alta, as ações da estatal foram recomendadas por 8 corretoras no mês de abril.

Entre os que indicam compra, os analistas da Coinvalores ressaltam que questões macroeconômicas podem afetar “sobremaneira seus papeis em bolsa, extrapolando questões específicas da companhia e/ou do setor”. A corretora recomenda a compra das ações da Petrobras para carteiras diversificadas e investidores com foco no médio/longo prazo.

Já a XP Investimentos voltou a recomendar a compra de PETR4 após 7 meses, afirmando que boa parte dos riscos e preocupações do mercado com a companhia já estão precificados com a empresa negociando a 54% do patrimônio.

“Além disso, acreditamos que em algum momento esse ano ocorrerá reajuste de preços de combustíveis e por último o fluxo de capital que tem vindo dos investidores que estavam posicionados na Rússia (todos sabem a razão da saída dos investidores da Rússia) vem para ativos de mercados emergentes e ações mais líquidas, nesse caso, Petrobras acaba se beneficiando desse fluxo positivo de capital”, afirma a corretora.

A XP ainda ressaltou que a entrada das ações em sua carteira tem como um dos motivos a redução de volatilidade. “Como queremos reduzir essa volatilidade em relação ao Ibovespa, resolvemos por ter uma exposição na companhia, que possui uma participação total de 12% no índice Bovespa – ON 3,96% e PN 8,119%”, disse a corretora.