As ações que você tem que comprar e vender se a Dilma perder as eleições

Flávio Conde, analista-chefe da Gradual Investimentos, disse que os investidores devem comprar ações de estatais caso a Dilma perca as eleições

Arthur Ordones

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SÃO PAULO – Foi só a presidente Dilma Rousseff cair nas pesquisas de intenções de voto e avaliação de governo que o Ibovespa, principal índice da Bovespa, começou a subir. Coincidência?

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O benchmark da bolsa de valores, que estava com 45.117 pontos antes do primeiro rumor de mercado em relação às pesquisas, chegou a 52.155 pontos nesta semana, o que representa uma alta de 15,6% em apenas 15 pregões.

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Com isso, já fica claro que as eleições ainda irão mexer muito com os mercados neste ano e, depois que o povo escolher quem irá ficar na presidência do país, as decisões de investimento deverão ser tomadas de acordo com o vencedor. 

Compras
Segundo Flávio Conde, analista-chefe da Gradual Investimentos, as ações que mais irão se beneficiar se a presidente não for reeleita são as das companhias estatais, como Eletrobras (ELET3, ELET6), Petrobras (PETR3, PETR4) e Banco do Brasil (BBAS3). “O setor elétrico irá ficar interessante como um todo, mas a Eletrobras será a mais beneficiada, pois foi a que mais perdeu com as intervenções do governo”, afirmou. “Dentro do setor, poderia citar ainda Cemig (CMIG4), Cesp (CESP6) e Copel (CPLE6), que irão ficar interessantes também”, completou.

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O que mais prejudicou o setor, em especial a Eletrobras, foi a MP 579, que permitiu a renovação antecipada, por até 30 anos, de contratos de concessão nas áreas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Por conta disso, a queda de popularidade da Dilma nas últimas pesquisas fez as ações preferenciais classe B da companhia valorizarem 51,33%, em 15 pregões, e as ordinárias terem uma alta de 32,38%. Isso levou à companhia R$ 3,506 bilhões em valor de mercado.

Outro ativo recomendado pelo analista foi o da Petrobras. “A mudança na política de reajuste de derivados irá beneficiar a empresa e fazer suas ações se valorizarem”, explicou.

A petrolífera, sob a gestão de Dilma, caiu da 12ª para a 120ª posição no ranking de companhias com maior valor de mercado do mundo, pelo fato de ter sido usada como instrumento de controle da inflação. Assim, com a queda da presidente, as ações preferenciais e ordinárias da estatal valorizaram 30,99% e 28,79%, respectivamente. Essa valorização representou ganhou de R$ 48,524 bilhões em valor de mercado à companhia no período, sendo R$ 27,909 bilhões por parte das ordinárias e R$ 20,615 bilhões vindo das preferenciais.

Já o Banco do Brasil também foi recomendado porque, segundo Conde, dentro de sua precificação tem o risco governo. “Ele é cotado em torno de 90% do patrimônio líquido, enquanto Itaú e Bradesco são cotados em torno de 180% a 200%, porque não tem o risco estatal”, explicou.

As ações do Banco do Brasil também tiveram fortes altas após as pesquisas. Os papéis subiram 32,17%, com ganhos de R$ 17,364 bilhões em valor de mercado.

Além do BB, o analista recomendou também a compra de outros bancos, porque eles teriam um quadro mais amigável com um outro presidente que não a Dilma. “Recomendo compra de Itaú Unibanco (ITUB4), Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4)”, disse.

Por fim, nas compras, Conde indicou CCR (CCRO3) e ALL (ALLL3), que também podem ser vencedoras em um cenário desses, afinal, o novo governo deve investir muito em infraestrutura. 

Vendas
Já em relação às vendas caso a Dilma não vença, o analista afirmou que os setores ligados a consumo serão prejudicados, porque no começo da gestão do novo presidente, seja Aécio Neves ou Eduardo Campos, teremos uma taxa de juros mais alta, um crescimento menor e um pouco de desemprego, afinal, “eles terão que arrumar a casa”.

Assim, ele recomendou a venda de papéis como Lojas Americanas (LAME4), Magazine Luiza (MGLU3), Lojas Renner (LREN3), Cia Hering (HGTX3) e Alpargatas (ALPA4).

Desempenho igual em qualquer cenário
Conde explicou que algumas ações irão ter o mesmo desempenho independente de a Dilma se reeleger ou não.

Empresas como o Pão de Açúcar (PCAR4), Ambev (ABEV3) e BRF (BRFS3) irão bem em qualquer cenário, enquanto empresas do setor de shopping center irão sofrer de qualquer forma, pois vivem um problema estrutural. “Temos em 2013 e estamos tendo em 2014 e 2015 um excesso de shoppings, principalmente em lugares como Sorocaba e Londrina. A expansão bateu no teto, então o setor deve ir mal de qualquer forma. Em um cenário, o juros sobe, em outro, o dólar sobe, ou seja, o setor perde dos dois lados, mesmo com as cotações já tendo voltado bastante”, finalizou.

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