Veja 5 apostas na bolsa para 2014, de acordo com gestora de R$ 14 bilhões

A gestora indicou as ações da Suzano (SUZB5), Mills Engenharia (MILS3), JSL (JSLG3), Grazziotin (CGRA4) e Usiminas (USIM5)

Arthur Ordones

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SÃO PAULO – A Quantitas, sexta maior gestora independente de recursos do Brasil, com R$ 14 bilhões de patrimônio sob gestão, está ainda mais pessimista que o restante do mercado em relação ao ano que vem, mas acredita que ainda assim será possível encontrar boas oportunidades na bolsa e ter lucros consideráveis.

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Segundo Marcel Kussaba, chefe de pesquisa da gestora, no ano que vem teremos um cenário no mercado de renda variável muito parecido com 2013, o que é muito ruim. “Nós ainda não chegamos ao fundo. 2014 será ano de eleições aqui no Brasil, em conjunto com um cenário externo turbulento, então devemos ver muita volatilidade nos mercados. No entanto, escolhendo as ações certas, vai dar para ganhar dinheiro na bolsa”, afirmou.

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De acordo com ele, o segredo está em ações de empresas cujo crescimento independe do crescimento do Brasil e em exportadoras, que se beneficiam da apreciação do dólar perante o real. “Nós temos um cenário macroeconômico mais pessimista que o restante do mercado, então esperamos um PIB de 1,5% no ano que vem (2,2% em 2013); o dólar, no mínimo, em R$ 2,45, com tendência de alta; inflação em 5,5% e Selic a 10,75%, no final de 2014. Ou seja, a estratégia terá que ser escolher empresas que irão continuar crescendo independente de o PIB vir 1% ou 3% e companhias que ganham com a alta do dólar”, explicou.

As apostas da corretora
Entre as apostas da gestora, Kussaba deu foco a cinco empresas que se encaixam neste cenário: Suzano (SUZB5), Mills Engenharia (MILS3), JSL (JSLG3), Grazziotin (CGRA4) e Usiminas (USIM5).

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Em relação à Suzano, a aposta da gestora é por conta da exposição cambial. A companhia de Papel & Celulose possui aproximadamente 80% da sua receita em dólar, com pouco menos de um terço dos custos denominados na moeda norte-americana. Além disso, o segmento de celulose se favorece ainda dos melhores preços da commodity no mercado internacional, que deverá se sustentar neste ano, com um movimento de queda a partir de 2014, com nova oferta entrante. Por outro lado, o alto endividamento em dólar (60%) tem efeito negativo no lucro contábil, mas amplamente compensado pelo efeito positivo no top line.

A Mills, segundo o gestor, deve apresentar crescimento de 15% no lucro em relação a 2013, sem falar que a companhia se beneficia de todos esses leilões de aeroportos e concessões de rodovias. “Esses são dois grandes triggers que devem continuar beneficiando a companhia no ano que vem”, afirmou.

Já a JSL tem um produto que atende duas coisas nas quais o Brasil é muito precário: logística e produtividade, portanto tem muito espaço para crescer. Enquanto a Grazziotin, varejista têxtil do interior do Rio Grande do Sul, está inserida em uma economia mais voltada para o agronegócio, que é exatamente a parte do Brasil que mais cresce.

Por fim, a Usiminas, do setor de siderurgia, apesar de não possuir faturamento relevante em dólar, possui uma margem operacional bastante deprimida, o que reduz a competição com os importados, possibilitando reajustes de preços domésticos. Isso tende a beneficiar claramente seus resultados. A companhia também é afetada pelo endividamento em dólar, de 60%, mas o efeito não atinge totalmente os ganhos dessa menor concorrência.