25 ações do Ibovespa custam menos que o valor patrimonial; vale a pena comprar?

SÃO PAULO – O Ibovespa, principal índice da Bovespa, possui 72 ações, de 66 diferentes empresas. Cada empresa possui um valor patrimonial por ação (VPA), que indica o valor do patrimônio líquido da empresa dividido pelo número de total de ações que ela possui. De todas as ações presentes no índice, 25 estão com o preço da ação abaixo do valor patrimonial. Isso pode indicar uma oportunidade de compra, visto que, em alguns casos, o valor da ação pode ser corrigido em direção ao seu valor patrimonial. Mas, como em tudo, há exceções, afinal, resultados ruins podem fazer os múltiplos se descolarem ainda mais.

Dentre as ações com o menor P/VPA e com a maior participação no benchmark, estão as preferenciais da Petrobras (PETR4), empresa com a segunda maior participação no índice (8,807%). Enquanto o seu VPA é de R$ 26,17, o preço unitário de suas ações valem R$ 17,25, de acordo com o fechamento da última segunda-feira (09/12), formando um P/VPA de 0,66. As ações ordinárias da companhia (PETR3) também estão em uma situação parecida, já que cada ativo está valendo apenas R$ 16,07, formando um P/VPA de 0,61.

Outras empresas com uma participação de grande relevância no Ibovespa e que estão com o valor da ação abaixo do valor patrimonial são: Usiminas (USIM5) (2,411%), PDG Realty (PDGR3) (1,627%), Oi (OIBR4) (1,377%), Gafisa (GFSA3) (1,282%) e Santander (SANB11) (1,141%). O P/VPA delas, de acordo com o fechamento do dia 09, estão em 0,82, 0,47, 0,66, 0,67 e 0,85, respectivamente.

De acordo com Pedro Galdi, analista-chefe da SLW, o VPA é um múltiplo importante, mas que nunca deve ser analisado isoladamente. “Em relação a alguns setores, a análise de VPA é ainda mais importante, como no caso dos bancos. No entanto, em outros setores, isso tem que ser analisado dentro de um contexto, pois não adianta nada a empresa ter um VPA atrativo se o próprio retorno sobre o patrimônio líquido for baixo”, afirmou o analista.

Eletrobras: o VPA mais atrativo do Ibovespa
A Eletrobras (ELET3 e ELET6) foi uma das empresas que mais sofreu com a MP 579, que renovou as concessões dos serviços de transmissão, geração e distribuição de energia elétrica e reduziu as tarifas da conta de luz para os consumidores finais. A companhia estatal sofreu perdas contábeis de R$ 10 bilhões com a medida e os investidores viram suas ações derreterem mais de 60% na época.

Por conta disso, hoje, as ações ordinárias e preferenciais classe B da empresa representam os dois VPAs mais atrativos do benchmark, o que pode indicar uma recuperação em curto prazo. Enquanto a companhia tem um valor patrimonial de R$ 49,13, os papéis ELET3 fecharam a R$ 5,99 e os ELET6 a R$ 10,28, na última segunda-feira. O P/VPA delas, portanto, é de 0,12 e 0,21, os mais baixos do índice.

Outras empresas com VPA atrativo
Outras empresas que estão com o VPA atrativo são: Brookfield (BISA3), MMX (MMXM3), Rossi Residencial (RSID3), Eletropaulo (ELPL4), Copel (CPLE6), Marfrig (MRFG3), Oi (OIBR3), Cesp (CESP6), BR Properties (BRPR3), Usiminas (USIM3), Bradespar (BRAP4), Gerdau Met (GOAU4), Transmissão Paulista (TRPL4), Suzano (SUZB5), V-Agro (VAGR3) e LLX (LLXL3).

Confira a tabela com todas as companhias que apresentam um VPA atrativo (com base no fechamento do dia 09 de dezembro)