Gestora de fortunas abre fundo para brasileiros investirem nos EUA e na Europa

O novo fundo da gestora é Long Only, ou seja, não faz operações de hedge cambial, deixando os investidores expostos tanto à variação das ações do fundo quanto do dólar

Arthur Ordones

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SÃO PAULO – A STK Capital, gestora de recursos, criou, no início deste mês, um fundo para os investidores brasileiros aplicarem seu capital em ações nos Estados Unidos e na Europa, o STK Global FIA.

A empresa, que nasceu há três anos e meio, é focada no mercado acionário e tem uma estratégia fundamentalista, que visa fazer um trabalho micro de análise das empresas. Segundo Daniel Grozdea, gestor da STK Capital, a empresa já nasceu com um DNA de investimentos no exterior, pois ela foi criada com foco em fundos posicionados em ações nos EUA e na Europa, e já possui cerca de R$ 810 milhões sob gestão.

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O especialista contou, em entrevista exclusiva ao InfoMoney, que morou por 15 anos nos EUA, analisando e investindo em empresas americanas e europeias. “Quando eu vim para a STK, foi para ser gestor do fundo que seleciona papéis nesses países, nos quais eu já tinha a expertise, ou seja, eu não resolvi investir fora do Brasil só agora, eu e os sócios já fazemos isso há muito tempo, está no nosso DNA”, afirmou. “Nós sempre quisemos trazer pro Brasil a oportunidade dos brasileiros de investir no exterior e foi assim que nasceu, no início de setembro, o STK Global FIA, que já tem R$ 50 milhões de patrimônio sob gestão”, completou.

O novo fundo da gestora é Long Only, ou seja, não faz operações de hedge cambial, deixando os investidores expostos tanto à variação das ações do fundo quanto do dólar, euro, libra esterlina e franco suíço (dependendo das ações) perante o real. Isso aumenta o risco para o investidor, mas, ao mesmo tempo, eleva a possibilidade de ganhos, afinal, o investidor pode ficar no zero a zero se o real apreciar enquanto as ações sobem, mas, se a moeda brasileira depreciar perante o real, o investidor pode ganhar duas vezes.

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De acordo com o gestor, o STK Global FIA nasce com a expertise da empresa que, além do STK Long Biased FIC FIA, STK Dividendos FIA e STK Long Only Institucional, gere um fundo Global, o STK Global Equities, que foi lançado no exterior em dezembro de 2010 e tem US$ 104 milhões de patrimônio.

Ainda segundo ele, dois terços das posições dos fundos estão nos EUA e o outro um terço na Europa, zona do euro, Suíça e Inglaterra. “A STK possui 35 empresas no portfólio, sendo que as principais posições do fundo são: Time Warner Inc, Anheuser-Busch, Swatch, Disney e Dollar General, que são consideradas ‘very large caps’ (com captação maior que US$ 5 bilhões)”, disse.

O fundo foi estruturado de forma que o investidor compre as ações direto do FIA. “Os fundos normalmente compram cotas de fundos lá fora, mas sem transparência, impossibilitando que os investidores enxerguem quais são os ativos no final. No nosso caso, divulgamos a carteira para a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o fundo tem cota diária e funciona exatamente como um FIA de ações que tem no Brasil, ou seja, ele é o mais parecido possível com um fundo FIA que investe aqui e, portanto, seus riscos operacionais são os mesmos”, explicou.

Diversificação e calma são os principais ingredientes do sucesso
Grozdea afirmou que o investidor tem que sempre pensar em diversificação, ou seja, dividir seu capital em renda variável e renda fixa, sendo que a locação no mercado acionário, principalmente, tem que ser focada no longo prazo, ainda mais quando se trata de investimentos no exterior. “Eu indicaria, no mínimo do mínimo, um horizonte de três a cinco anos para quem entrar em um fundo como esse, afinal, por depender da variação dos papéis e do câmbio, a volatilidade é maior que a dos outros ativos”, disse.

Outro ponto importante destacado pelo especialista é que a STK não faz ‘buy and hold’, mas sim continua questionando e avaliando constantemente os ativos da carteira. “O trabalho que fazemos aqui, fazemos também lá fora, apesar da distância. Nós viajamos muito e acompanhamos de perto empresa por empresa”, concluiu.

O investimento mínimo do fundo é de R$ 1 milhão, ou seja, ele é voltado exclusivamente para investidores super qualificados.