Julho caminha para ser o primeiro mês de alta da bolsa; hora da virada?

Após seis meses consecutivos de queda, ao que tudo indica, o Ibovespa, principal índice da Bovespa, irá ter o seu primeiro mês positivo do ano

Arthur Ordones

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SÃO PAULO – Após seis meses consecutivos de queda, ao que tudo indica, o Ibovespa, principal índice da Bovespa, caminha para seu primeiro mês positivo do ano. Até a última sexta-feira (26), o benchmark acumulava uma alta de 4,14% no mês, apesar de o acumulado do ano ainda estar 18,92% no vermelho, com o índice passando de 60.952 pontos para os atuais 49.422.

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No primeiro semestre do ano, o Ibovespa fechou com desvalorização de 22,14%, sendo que em janeiro a perda foi de 1,95%, em fevereiro de 3,91%, em março de 1,87%, em abril de 0,78%, em maio de 4,30 e em junho, a maior de todas, de 11,31%.

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Após tanto pessimismo, a alta de julho deixa a todos os investidores uma dúvida: será que essa alta foi apenas pontual, sendo uma correção de seis meses seguidos de queda, ou a tendência positiva pode permanecer? 

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De acordo com o analista da Socopa, Marcelo Varejão, é um pouco cedo para falar em manutenção ou mudança de tendência da bolsa. Para ele, o segundo semestre deve ser, certamente, melhor que o primeiro, mas para ter uma mudança de tendência na bolsa tem que ter uma mudança de tendência na economia também e, segundo o analista, hoje não existe nenhum indicador que mostre essa mudança. “Que este semestre será melhor, ou ‘menos pior’, que o anterior é fato, mas não acredito que chegou a hora da virada ainda, pois a inflação continua preocupante e o crescimento continua baixo”, afirmou.

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Ainda de acordo com Varejão, para o segundo semestre ser pior que o primeiro, é preciso que saia algo muito ruim no noticiário econômico. “Tudo irá depender de como o governo vai equalizar a questão de crescimento e inflação. Essa alta de julho foi apenas uma recuperação pontual, que não indica muita coisa. Eu não me precipitaria em dizer que teremos sequencias de alta, pois falta comprador final na bolsa, que hoje está cheias de traders e especuladores. Falta aquele cara que compra, monta carteira e deixa lá, pensando no longo prazo”, completou.

Cuidado: perigo em agosto
O analista da Futura Investimentos, Adriano Moreno, alertou que o mês de agosto historicamente é mais fraco, porque normalmente é um período de férias no hemisfério norte, o que diminui o apetite por risco de maneira geral. “Levando em consideração de que agosto já não é um mês bom, junto com o fato de que lá fora as bolsas subiram muito no primeiro semestre, tudo indica uma correção negativa aqui”, afirmou.

Segundo Moreno, atualmente, não existe nenhum driver para otimismo, visto que a economia ainda patina. Para ele, o mercado deve ficar entre 45 mil e 50 mil pontos no mínimo até o final do ano. “Eu acredito que não passará disso, pois apesar de não ir para baixo dos 45 mil novamente, também não tende a continuar subindo e muito menos passar de 50 mil pontos, pois nenhum driver justifica o otimismo”, completou. “O grande driver talvez seja uma mudança de governo no ano que vem, o que traria um grande otimismo e apetite por risco ao mercado brasileiro”, finalizou.

Atenção nos ativos que já foram muito penalizados
Segundo o analista da Socopa, apesar de ainda não ser a hora da virada, o que pode acontecer é alguns ativos que caíram muito e se tornaram atrativos começarem a se recuperar a partir de agora. “É precisa ficar atento nesses papeis”, alertou.

Como exemplo, temos a Usiminas ON (USIM3), que está com uma queda acumulada em 2013 de 33,94%, mas subiu 13,3% na última sexta-feira, após a companhia divulgar resultados melhores que o esperado. As ações PNA da mesma empresa (USIM5), que acumulavam perdas de 29,69% no ano, subiram 15,23% no mesmo dia. “Outro exemplo é a CSN (CSNA3), que estava com desvalorização de 38,96% em 2013 e também foi puxada por ser do mesmo setor, fechando com alta de 6,95% no último dia 26”, finalizou.