Condenado por golpe de US$ 17 bi, Madoff se diz arrependido

Descoberto em 2008, golpe desviou US$ 17,5 bilhões de investidores e deu à Bernard Madoff pena de prisão de 150 anos

Gabriella D'Andréa

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SÃO PAULO – Desde a descoberta de um esquema ilegal em 2008, o investidor Bernard Madoff reside em uma prisão federal da Carolina do Norte (EUA) e seu trabalho, que antes era de balconista do comissário, é cuidar do telefone e dos sistemas de computador, conforme relata a CNN Money. Muito contrastante com seu antigo estilo de vida, Madoff não tinha crédito em sua conta de telefone, por isso precisou ligar à cobrar para dar entrevista ao veículo.

Entenda o que é pirâmide financeira e relembre casos famosos

Com uma pena de 150 anos, o investidor assumiu sua culpa em 2009 após desviar US$ 17,5 bilhões de outros investidores em um esquema de pirâmide financeira. Desde então, Madoff perdeu sua cobertura de US$ 7 milhões em Manhattan, uma casa de praia em Montauk, Nova York, suas casas na Flórida e na França e seu iate chamado “The Bull” (O touro, em tradução livre).

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A tentativa de manter seus familiares distantes das ilegalidades financeiras também não deu certo. Seu irmão mais novo de 67 anos está preso e cumprirá pena de 10 anos em uma prisão de segurança média na Carolina do Sul (EUA). Já seu filho mais velho, Mark, se suicidou em 2010, no dia em que seu pai completava dois anos atrás das grades.

“Eu fui o responsável pela morte do meu filho Mark e isso é muito, muito difícil. Eu vivo com isso. Eu vivo com o remorso, com a dor que eu causei a todos, certamente a minha família e as vítimas”, diz Madoff.

Arrependimento?
O investidor afirma que o golpe teve início em 1987 com a Black Monday (Segunda-feira negra), da qual não conseguiu recuperar aquilo que havia perdido na bolsa de valores, tornando os investidores de então em suas futuras vítimas. “Certamente essa nunca foi a minha intenção. Eu pensei que poderia sair dessa situação temporária, mas foi ficando cada vez pior e eu não tinha a coragem de admitir o que tinha feito. Eu criei um grande problema”, afirma.

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Para Mike De Vita, uma de suas vítimas e autor do livro “The club that no one wanted to join” (O clube em que ninguém queria entrar, em tradução livre), Madoff não sente remorso do que fez para seus clientes, e nem para a sua família. “Como um pai pode levar seus dois filhos em um negócio que não é nada mais do que uma empresa criminosa enorme? Se ele tem essa pouca consideração com sua própria família, quanta consideração você acha que ele tem por nós?”, questiona De Vita.

Pirâmide financeira
A prática da pirâmide financeira consiste na oferta de um modelo de negócio por parte de uma empresa que, na realidade, não possui produto ou serviço para oferecer. Dessa forma, o crime ocorre quando quem está no topo do negócio concentra o dinheiro daqueles que estão na base da pirâmide e acreditaram na proposta de ganhos rápidos. Após juntar um montante, quem está no topo sai do empreendimento com todo o capital arrecadado.