3 micro caps para manter no radar e ganhar no longo prazo

Especialistas consultados pelo InfoMoney comentam sobre Grazziotin, Schulz e Metisa

Gabriella D'Andréa

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SÃO PAULO – As ações de empresas menores e com baixíssima liquidez na bolsa, também conhecidas como micro caps, muitas vezes são esquecidas pelos investidores de varejo. No entanto, alguns gestores de fundos costumam fazer este trabalho de “garimpar” oportunidades e enxergam oportunidades de crescimento no longo prazo em empresas de menor porte.

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A pedido do InfoMoney, 2 gestores comentaram sobre ações classificadas como “micro caps” que possuem boas perspectivas no médio e longo prazo. É importante lembrar que estas ações costumam ter uma volatilidade muito grande, o que as tornam arricadas para quem deseja apenas especular com o papel. 

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Uma das ações citas é a Grazziotin (CGRA3;CGRA4), varejista líder no Sul do país que atua em frentes como vestuário e decoração para a casa, voltada à família. Segundo o sócio da Fama Investimentos, Rodrigo Sancovsky, a empresa tem crescido de forma constante e sempre com bons resultados, o que deve continuar ocorrendo. “Como é uma companhia que negocia apenas metade dos seus múltiplos comparáveis, acho difícil que haja uma contração deles”, afirma.

Localizada em cidades de menor densidade populacional e apenas no sul do país, a companhia não compete diretamente com as grandes do segmento, já que sua dispersão geográfica é diferenciada, o que também conta como ponto positivo. 

Conforme explica Sancovsky, a empresa opera com margens acima de outras varejistas listadas na bolsa brasileira, sendo que nos últimos 12 meses sua margem líquida foi de 12%, enquanto a média das demais empresas do segmento ficaram em torno de 9%. E, apesar de ter tido uma alta razoável nesse período, ela continua sendo negociada por metade dos múltiplos de suas concorrentes, o que ainda deve lhe conferir um crescimento interessante nos próximos meses.

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Metalúrgicas
Outra micro cap que deverá apresentar um crescimento relevante é a Schulz (SHUL3;SHUL4), de acordo com o gestor da Victoire Brasil Investimentos, Werner Roger. A metalúrgica possui sua receita lastreada no setor automotivo pesado (60%) e o restante (40%) em compressores de ar.

Após uma queda na produção de caminhões e de ônibus no País, devido às mudanças na legislação para veículos a diesel (Euro 5), com o intuito de reduzir a emissão de poluentes, este ano deverá haver um crescimento nas vendas desses veículos, impulsionada pela baixa taxa de juros, o que deve influenciar positivamente no resultado da empresa, conforme aponta Roger.

“Quem não comprou no ano passado, vai ter que comprar além do normal neste. Além disso, com a lei que obriga os caminhoneiros a realizarem paradas para descansar, haverá menos horas de caminhões disponíveis, o que vai aumentar a demanda por esse veículo”, ressalta o especialista.

Também foi apontado como driver positivo para a companhia, o fato dela ter diminuído seu quadro de funcionários em 10%, sendo que o custo com esses profissionais era de 20% das receitas. Com isso, a empresa vai ganhar em produtividade e na geração de caixa.

Por último, Sancovsky cita o caso da metalúrgica Metisa (MTSA3; MTSA4). Com atuação em 6 frentes (peça para tratores, peças para implementos agrícolas, lâminas para corte de pedra, peças para implementos rodoviários, acessórios rodoviários, ferramentas manuais e arruelas), a empresa já sofreu uma forte alta e não deve apresentar crescimento tão elevado como o visto antigamente, mas se encontra em um cenário favorável.

“Com o câmbio nos patamares atuais e a agricultura puxando a demanda pelos produtos de corte da companhia, ela ainda deve apresentar um crescimento saudável, com uma recuperação de suas margens”, afirma o especialista. “Além disso, ela opera descontada em relação aos seus pares”.

O especialista também frisa que além do impulso por parte de fatores macroeconômicos, a companhia é conhecida pela qualidade diferenciada de seus produtos em relação às suas concorrentes.