Ações e ouro são boas alternativas para 2013, apontam especialistas

Especialistas indicam recuperação do Ibovespa e quadro ainda instável para aplicações de renda fixa

Gabriella D'Andréa

Publicidade

SÃO PAULO – Depois de vários momentos de turbulências no mercado de investimentos, 2013 chega com um horizonte um pouco mais animador para os investidores. As perspectivas de retomada gradual da economia mundial e os incentivos por parte do governo brasileiro têm feito com que especialistas vejam o novo ano com otimismo. Nos Estados Unidos, o acordo que evitou o abismo fiscal também animou os investidores e trouxe mais tranquilidade para o mercado acionário, pelo menos momentaneamente. Confira as perspectivas para alguns investimentos:

Bolsa
Na opinião do analista-chefe da Gradual Investimentos, Paulo Esteves, o acordo político nos EUA para se evitar o abismo fiscal abre espaço para um movimento mais forte de alta na bolsa. “Afetado não apenas pela complexa conjuntura internacional, como também pelo maior grau de intervenção do governo na economia brasileira e pelo decepcionante PIB no ano, o Ibovespa acumulou defasagem em relação ao desempenho de outras bolsas de países emergentes em 2012”, disse Esteves, em relatório.

Ele aponta que, de uma maneira geral, o quadro econômico global desenhado para 2013 parece mais benigno. “A China, segunda economia do mundo e importantíssimo parceiro comercial do Brasil, dá sinais de que retomou a trajetória de crescimento (…) na Europa, o quadro econômico prossegue desafiante, mas a impressão é a de que o pior já passou e a zona do euro poderá consolidar um início de recuperação já no 2S13”, ressalta.

Oferta Exclusiva para Novos Clientes

CDB 230% do CDI

Destrave o seu acesso ao investimento que rende mais que o dobro da poupança e ganhe um presente exclusivo do InfoMoney

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Na opinião do diretor da Valore Investimentos Personalizados, Sérgio Quintella, os setores de commodities e bancário, que apresentaram mau desempenho em 2012, devem se recuperar neste ano. “Acredito que o investidor já pode se posicionar nesses dois segmentos. Basta fazer uma boa análise das empresas e procurar uma relação de preços que esteja em conta”.

Já em relação as small caps e aos setores voltados à economia interna, o especialista alerta que em 2012 os dois já tiveram forte alta e não devem ter uma valorização tão grande neste ano. “Sugiro reduzir a exposição nesses papéis e aumentar em setores mais tradicionais”, afirma.

Ouro e dólar
Melhor investimento por 3 anos seguidos (2010,2011 e 2012), o ouro deve se manter como um bom ativo neste ano, a não ser que haja uma recuperação econômica muito rápida, o que é pouco provável. “O quadro atual não deve se alterar tanto em 2013”, afirma o gerente de negócios da Reserva Metais, Edson Magalhães. “Ainda deve haver uma pressão forte no câmbio, o que deve valorizar o metal”.

Continua depois da publicidade

Com uma valorização de 8,94% em2012, o dólar se beneficiou das sucessivas medidas do governo com objetivo de desvalorizar o real. Outro fator que contribuiu para o bom desempenho do dólar no ano passado foi a aversão ao risco por parte dos investidores internacionais.  Com muitas incertezas no radar, os grandes investidores preferem aplicar em ativos mais seguros, em países com baixíssimo risco. Com isso, os investimentos no país diminuíram. “Há uma queda do fluxo de dólar nos investimentos, gerando uma valorização da moeda”, explica Quintella. Para este ano, o especialista não espera grandes oscilações para a moeda. “O país está com um crescimento baixo, como pudemos ver com a divulgação do PIB de 0,6% do 3º trimestre, e com uma inflação muito alta, o que inviabiliza uma alta na Selic. Sendo assim, o dólar deve se manter estável”, diz Quintella.

Renda fixa
Investimentos tradicionais de renda fixa, como a poupança e o CDB (Certificado de Depósito Bancário) não tem boas perspectivas para 2013. Com rendimentos baixos, devido à Selic de 7,25% a.a., as aplicações não têm sido recomendadas por especialistas, que as enxergam apenas como uma forma de poupar. 

“O investidor precisa deixar de ser poupador e passar a ser investidor”, ressalta Quintella. “Ainda há títulos interessantes de renda fixa. As NTN-Bs (Nota do Tesouro Nacional Série B), por exemplo, tiveram um ótimo desempenho em 2012. O mesmo aconteceu com as debêntures (títulos da dívida) indexadas à inflação (Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo)”, pontua.

Outra sugestão do especialista são os fundos de investimento de renda fixa ativos. Além de contarem com a gestão de um profissional, o ativo “dança conforme a música” e aplica nos investimentos que estão se destacando no momento. No entanto, é importante se atentar para as taxas de administração antes de optar por um fundo deste tipo.